Black Friday 2020: o que esperar dos ‘descontões’ de novembro?

Nos últimos anos, esse evento movimentou o mercado positivamente – assim como causou grande alvoroço e aglomerações nas lojas físicas. Mas, em meio a uma pandemia e após meses de isolamento social, o que esperar da Black Friday 2020?

Em cada última sexta-feira de novembro é dia de um grande evento para o varejo: Black Friday. Muitas pessoas aguardam ansiosamente para comprar roupas, eletrodomésticos e eletrônicos com a esperança de encontrar aquele produto tão desejado, em um preço mais acessível. Mas, em meio a uma pandemia e após meses de isolamento social, o que esperar da Black Friday 2020, que neste ano deve ocorrer no dia 27 de novembro. 

 

O que é a Black Friday?

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(foto: freepick)

A Black Friday é um evento de marketing que busca inaugurar o período de compras natalinas. Ocorre sempre no dia seguinte ao Dia de Ação de Graças, data significativa no Estados Unidos, que é comemorada na última quinta-feira do mês de novembro. Portanto, o dia seguinte é chamado de Black Friday. Neste ano, o evento será realizado no dia 27 de novembro.  O Brasil promove a BF  no mesmo dia que os Estados Unidos, normalmente estendendo as promoções para o final de semana.

Essa data é especial para quem deseja ir às compras. Isso porque, acontecem promoções significativas, ou seja, os preços dos produtos ficam muito baixos durante todo o dia. A ideia é diminuir o preço das coisas em até 80% do valor original.

A primeira Black Friday no Brasil aconteceu oficialmente em 2010 totalmente online. Deu tão certo, que se manteve pelos anos seguintes e já se tornou popular entre os brasileiros. A data foi até estabelecida no calendário nacional, como um dos períodos mais importantes para o varejo.

O que esperar da Black Friday 2020?

Todo ano, durante a Black Friday, a imagens de pessoas aglomeradas em filas ou até dormindo em frente às lojas são tão comuns quanto preocupantes. Dentro das lojas, não era diferente: uma multidão se acotovelando para conseguir o produto tão desejado em um preço baixo. No entanto, neste ano, em meio a pandemia do coronavírus, fica difícil pensar em como esse evento vai se estruturar.

“Apesar do período difícil, por causa da covid-19, há consenso de que a Black Friday deverá trazer bons resultados para o comércio. Em 2019, o faturamento chegou em 3,2 bilhões de reais, desempenho que foi 25% maior que o de 2018”,  explica Gustavo Chapchap, líder do comitê de e-commerce da ABRADI (Associação Brasileira dos Agentes Digitais).

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(foto: freepick)

Segundo Chapchap, para acompanhar esse ritmo, as lojas tiveram que acelerar o seu processo de transformação digital nos últimos meses, então, espera-se que consigam elevar muito mais o faturamento obtido via plataformas de vendas pela internet – já que grande parcela da população se acostumou a fazer compras online. “A ideia é que isso aumente o potencial do evento”,diz. “Se a loja tiver bem preparada, imaginamos que possa dobrar as vendas na Black Friday de 2020 em relação ao ano passado”, acrescenta Chapchap.

Já para o economista e diretor de indústria, José Roberto Cury, todo ano, os consumidores esperam essa época, para fazer compras e guardam recursos para isso. “A expectativa do mercado é que as vendas nessa Black Friday cresçam 50% no varejo”, diz. O economista ainda explica que esse “sucesso” se dará devido às compras online. “De acordo com os dados da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo, de janeiro a maio deste ano, o comércio eletrônico cresceu 60%, e representa hoje 5,8% do varejo brasileiro”, avalia.

Estratégia do mercado

A professora Graziela Fortunato, especialista em finanças do IAG – Escola de Negócios da PUC-Rio, acrescenta que para esse aumento ocorrer, dois pontos precisam de destaque: “conteúdo diferenciado para atrair a atenção do consumidor e tecnologia para viabilizar as compras”. Isso porque  se por um lado há uma demanda reprimida por conta das condições impostas pelo isolamento, por outro, a renda da população caiu e o consumo segue prejudicado. “O mercado precisa de estratégia diferenciada como propaganda com conteúdo, tecnologia de ponta para efetivar vendas e concretizar o recebimento de forma eficiente, além de preços realmente atraentes, tal como as condições de pagamento”, instrui.

O impacto da Pandemia nas transações online

O impacto do online na black friday
(foto: freepick)

Tendo em vista que, o mercado está bastante otimista, pelo menos no e-commerce, é importante dizer, que isso de deve ao período de isolamento social que o mundo vive e viveu. Se adaptar à tecnologia e ao mundo digital foi questão de sobrevivência para muitas áreas da sociedade, afinal, seria um grande risco para a saúde mundial, manter a estrutura física com um vírus letal  se alastrando pelo ar.

Para Roberto Freire, CEO Américas da myWorld-operadora da Cashback World no Brasil, grande comunidade de compras mundial, o comprador já mudava os hábitos de consumo, só que a passos lentos e a Pandemia só acelerou, aquilo que já aconteceria: a valorização do online.

“O que percebemos foi que o consumidor passou a fazer compras com a mentalidade do consumo inteligente, ou seja, buscando os melhores benefícios e agregando vantagens e, obviamente, ele gostou da experiência, pois percebeu a facilidade e conseguiu economizar. Portanto, muitas pessoas que passaram a comprar online por necessidade, por conta do isolamento social, encontraram uma nova forma de consumo, com mais benefícios”, comenta Freire.

Como aproveitar de fato essas promoções?

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(foto: freepick)

Pode ser que a palavra desconto, seja muito tentadora. Mas é sempre importante ficar atento, afinal, as lojas prometem até 80% de desconto e não 80% efetivamente e essa, é uma confusão que pode causar grandes armadilhas.

Graziela, a especialista em finanças ressaltou que o mais importante e ideal é ter em mente a sua necessidade. “Ter foco e comprar a preços mais baixos o que realmente necessita e não seguir o impulso da compra só em razão das promoções é a primeira dica”, alerta. “O consumidor deve se perguntar “eu preciso desse produto ou só desejo?”, explica. “Se estiver precisando de algo anunciado na Black Friday, aproveite. Mas se apenas deseja, não compre. Não faça dívidas”, completa a professora.

De acordo com Cury, outra ideia, é verificar os preços dos utensílios de desejo antes e depois da data. “Os consumidores precisam ficar muito atentos as promoções. Uma forma de saber se os preços ofertados estão realmente em promoção, é saber com um mês de antecedência, os valores que estão sendo praticados nos produtos de interesse, anotar os valores e na Black Friday confirmar se as ofertas, realmente são vantajosas”, orienta.

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