Voilà Al Artist é seguro? Especialista explica risco do aplicativo
Sem nenhum aviso prévio ao usuário, Voilà Al Artist passa a deter a propriedade das fotos produzidas pelo aplicativo
O Facebook é um celeiro de aplicativos de terceiros que brincam com o visual de seus usuários, seja transformando o rosto, como o popular FaceApp, ou em desenhos de animações japonesas. Agora, o aplicativo Voilà AI Artist, que usa selfies dos usuários para transformá-los em modelos 3D, é a febre da vez na rede social de Mark Zuckerberg. No entanto, apesar do sucesso do aplicativo, especialistas em segurança alertam para novos riscos.
A Kaspersky, especializada em segurança digital, acaba de publicar uma análise sobre a aplicação. A empresa diz que uma cláusula do Voilà Al Artist prevê que as fotos utilizadas no aplicativo se tornam propriedade da empresa. Ou seja, se colocou uma imagem no serviço ela passa a ser de propriedade da dona do Voilá. Para os especialistas, essa cláusula serve para a empresa alimentar ferramentas de inteligência artificial.
Perigos do Voilà Al Artist
Com o volume de imagens processadas no Voilà Al Artist, fica mais fácil para sistemas compreenderem as variações de rostos e identificar pessoas em fotos. É algo muito similar ao que faz o FaceApp, aplicativo que entrou em evidência em 2017 e em 2020. Na época, especialistas descobriram que as fotos utilizadas por usuários eram reaproveitadas em seguida para alimentar serviços de inteligência artificial, sem conhecimento prévio do usuário.
“Acredito que esse tipo de situação será cada vez mais comum e pode ser feita sem problemas, mas há algumas questões de segurança e privacidade que devem ser levadas em consideração, como a transparência no uso dos dados e a responsabilidade no processamento e armazenamento das informações pessoais”, alertou Fábio Assolini, analista sênior da Kaspersky, por meio de comunicado sobre os riscos de uso dos serviços do Voilà Al Artist.
Kaspersky alerta para o fato de que os riscos desse tipo de aplicação estão nos possíveis ataques hackers ao sistema de armazenamento de dados dessas empresas. Ao ter sob sua propriedade as fotos de tantas pessoas, criminosos ficam com um imenso banco de dados com imagens à disposição. Que, na mão de quadrilhas e do crime digital organizado, pode gerar golpes ou servir para burlar sistemas de autenticação por biometria facial.