Pandemia levou 75,8% dos gamers a jogar mais, diz pesquisa
Isolamento social e restrições foram determinantes para aumento do tempo utilizado por brasileiros com jogos eletrônicos
Assim como o streaming, o consumo de jogos eletrônicos também teve um salto durante a pandemia e o consequente isolamento social no Brasil. De acordo com a 8ª edição da Pesquisa Game Brasil (PGB), levantamento anual sobre o consumo de jogos eletrônicos no país, 75,8% dos gamers brasileiros afirmam jogar mais durante o período de quarentena.
A situação imposta pela pandemia fez com que 51,5% dos jogadores realizassem mais sessões de partidas online com amigos. “Além disso, 60,9% do público afirma ter consumido mais conteúdo relacionado a jogos, e 42,2% disseram ter investido mais dinheiro em jogos durante o período de isolamento social”, destaca Guilherme Camargo, sócio-CEO do Sioux Group e professor na pós-graduação da ESPM, empresas por trás do levantamento.
Também de acordo com a PGB, hoje, 72% da população brasileira diz jogar algum jogo. Desse total, 51,5% do público de jogos eletrônicos do país é feminino. Esta forte presença está relacionada ao tamanho do mercado de smartphones, onde existe uma dominância das mulheres (62,2%). Uma preferência dos brasileiros, com 41,6% jogando em celulares.
Os consoles domésticos ocupam a 2ª colocação, com 25,8% de preferência, seguidos pelo computador, em 3º, com 18,3%. Além disso, quem joga no celular joga mais: 40,8% do público afirma jogar todos os dias. Nos consoles, essa porcentagem é de 15%, enquanto nos computadores é de 19,6%. Esse comportamento é explicado por fenômenos sociais.
“O smartphone oferece o melhor custo-benefício com diversas funcionalidades e portabilidade, incluindo uma grande quantidade de jogos gratuitos que ganharam destaque no ano passado, como Free Fire e Among Us. Fora isso, os gamers casuais possivelmente se identificam mais com as propostas dos jogos mobile, que oferecem partidas rápidas e mais acessíveis do ponto de vista de habilidades motoras, por conta da simplicidade da interface do aparelho”, Carlos Silva, Head de Gaming na GoGamers.
Perfil dos gamers brasileiros
Embora a principal classe social dos jogadores no Brasil seja a média-alta (B2), com 27,6%, com os smartphones se consolidando cada vez mais como principal plataforma de jogos no Brasil, é possível identificar uma ascensão das pessoas de classes sociais baixas e médias (C1, C2, D e E) entre o público gamer, representando quase metade (49,7%, na soma).
Novidade desta edição, a PGB mapeou a etnia dos jogadores brasileiros: quase metade do público se identificou como branca (46%), enquanto outra grande parcela se identificou como parda ou preta (50,3%, na soma). Em relação à faixa etária, a maioria do público é adulta, com 22,5% possuindo entre 20 e 24 anos e 18,6% entre 24 e 29 anos.
O público de 16 a 19 anos representa 10,3% dos entrevistados, enquanto pessoas de 40 anos ou mais de idade representam 18,9% dos gamers no país. Por questões de ética, o estudo não entrevista menores de 16 anos de idade. Esse público, no entanto, é considerado em seção especial (Pais, Filhos e Games), dedicada a entender esse perfil.