Fintech brasileira FacilitaPay cresce com pagamentos internacionais
Startup desenvolvedora de plataforma com soluções financeiras teve movimentação de US$ 3,36 bi em 2020
A fintech brasileira FacilitaPay nasceu em 2017 com a proposta de ser uma plataforma de pagamentos e cobranças entre países, de olho nas burocracias para marcas internacionais atuarem na América Latina. Afinal, iniciar um processo na região pode durar até 18 meses.
Usando tecnologias de integração, a FacilitaPay pode consolidar a operação em 60 dias. É com isso que a startup, em 2020, teve crescimento do Volume Total Transacionado (TPV) de 168%, com US$ 3,36 bilhões movimentados pela fintech, nos dados divulgados com exclusividade ao DCI nesta segunda-feira, 3.
O valor está diluído em pagamentos ou transações feitas diariamente e em massa, por mais de 100 grandes corporações, que usam os protocolos de integração entre plataformas (APIs) ofertado pela startup. Entre os clientes, localizados em 10 países, estão corretoras de investimento, corretoras de câmbio, serviços digitais, lojas virtuais e serviços de apostas legalizadas.
As corretoras de investimentos Passfolio e HelloStake são exemplos de negócios que usam as APIs da FacilitaPay. Entre os serviços de pagamentos digitais estão players como a Octo XB, iPayTotal e a FlutterWave, que recebeu aporte de US$ 170 milhões em 2021. Neste ano, a fintech ainda pretende expandir o atendimento a empresas de software que operam como serviços recorrentes (SaaS).
Como atrativo, a FacilitaPay possui taxas menores que os bancos convencionais, o que representa uma redução significativa do custo da operação para clientes efetuarem transações nacionais ou transfronteiriças.
Integração da FacilitaPay
Em 2017, a FacilitaPay nasceu olhando para o mercado brasileiro mas, ao longo dos anos, percebeu que sua tecnologia poderia servir a empresas internacionais. Simultaneamente, o contexto econômico do Brasil se tornou um risco e isso a impulsionou para atuar diretamente em outros países.
Graças à facilidade de integração da API e operacionalização financeira da plataforma, a fintech conseguiu expandir para a América Latina em 2019, às vésperas da nova crise econômica brasileira, intensificada pela pandemia do novo coronavírus. Como consequência do cenário nacional, investidores internacionais se retiraram do mercado e olharam para países vizinhos.
Essa movimentação poderia ter abalado toda a sustentabilidade da startup, porém, a estratégia de internacionalização empurrou a FacilitaPay para um cenário de crescimento anual constante. O sucesso pode ser medido pelo crescimento do Volume Total Transacionado (TPV): em 2018 foi US$ 1 bilhão, no ano seguinte duplicou e, em 2020 atingiu US$ 3,36 bilhões de dólares transacionados.
Em fevereiro de 2021, o Banco Central do Brasil estimou que os investimentos internacionais chegariam a US$6,5 bilhões, o triplo do período anterior. Com isso, a fintech prevê aumentar em 5,8 vezes as transações por meio da plataforma, em relação ao ano anterior, com atuação crescente em todos os países de operacionalização.
De acordo com Stephano Maciel, CEO da startup, esse crescimento é resultado de um trabalho como facilitadora local, seguindo a legislação da federação e oferecendo formas de pagamento adequadas para cada país de atuação. Considerando o mercado brasileiro, toda empresa internacional que deseja ingressar localmente pode contratar a FacilitaPay para intermediar suas operações financeiras com métodos de pagamentos específicos, como o boleto, que só existe no Brasil.
“Além disso, o pagamento que foi feito em Real pode ser transferido para a conta do cliente na moeda de sua preferência, pois trabalhamos com câmbio de até 50 moedas diferentes. Esse câmbio pode ser automático, assim que o pagamento é identificado, ou é feito pelo usuário em um momento de sua escolha”, explica Maciel.
Com escritórios no Brasil, Estados Unidos e México, a expectativa da FacilitaPay para 2021, além do crescimento de TPV, é a expansão operacional para Chile, Colômbia e Uruguai. “Para isso, buscamos captar R$ 30 milhões com uma rodada de investimentos, que serão destinados à internacionalização da empresa na parte de corredores de pagamentos em outros países, time comercial, time de tecnologia e produto, e HQ global”, complementa o CEO da fintech.