Clubhouse: como funciona a rede social do momento?

É praticamente impossível imaginar um mundo sem as redes sociais. Hoje, com tantas opções, também fica cada vez mais difícil inovar e se destacar neste mercado, que já provou ser capaz de quase tudo. Mas mesmo com um cardápio gigantesco e bastante diverso, uma nova plataforma está conseguindo chamar atenção de pessoas importantes, como, por exemplo, um dos homens mais ricos do mundo, o bilionário e CEO da Tesla, Elon Musk. O nome da nova empreitada tecnológica? Clubhouse.

O que é Clubhouse?

Imagem capturada da tela de celular do aplicativo clubhouse, nova sensação do momento
(foto: dci/reprodução)

O Clubhouse é uma rede social de bate-papo em áudio, e somente áudio. Isso mesmo, diferente das demais – Facebook, Instagram, Twitter, Snapchat, e por aí vai –imagens e vídeos não são permitidos. O usuário pode participar ou criar salas de conversação, estas que normalmente se dividem por tópicos ou temas.

A ideia é que as pessoas conversem em tempo real e que o fluxo de interação seja ao vivo e dinâmico. Nada fica no anônimo, o usuário deve se identificar com foto (como se fosse a de perfil) e seu nome. Também é possível criar “chats” livres, ou seja, sem um tópico de conversação definido, como o bom e velho bate-papo entre amigos.

O aplicativo Clubhouse permite uma sala de até 5 mil pessoas simultâneas. Em espaços como esse, os usuários podem “levantar a mão” para terem a sua vez para falar. Um moderador é responsável por controlar esse fluxo da conversa. Já em salas menores, os participantes podem ficar com seus respectivos microfones abertos.

Como funciona?

Outro ponto em que o Clubhouse se diferencia em relação às outras redes sociais, é que é preciso de um convite para ingressar na plataforma, ou seja, não é todo mundo que possui acesso à ela – pelo menos até o momento.  A rede social também está disponível apenas para dispositivos do sistema iOS da Apple, o que restringe ainda mais o serviço.

Cada usuário pode escolher uma foto de perfil, uma bio (pequena apresentação), seguir outros perfis e ser seguido. Todas essas informações, como número de seguidores, seguidos e quem o convidou para o Clubhouse, aparecem para os demais usuários. Nesse sentido, a rede lembra o Instagram, que possuí as mesmas ferramentas – com exceção, é claro, do convite.

Além do usuário poder selecionar conversas de interesse, é possível segui-las. Assim, recebe notificações de eventos ou conversas similares.  Algo importante é que não há opção de gravar conversas, e elas não ficam armazenadas na plataforma – com exceção de quando um usuário relata algum abuso dos termos de uso.

Quero usar o Clubhouse: e agora?

Na prática, qualquer pessoa que tenha um aparelho da Apple, com o serviço iOS, pode baixar o aplicativo Clubhouse. No entanto, logo após baixar a rede social, automaticamente você entra em uma lista de espera. Para isso, é preciso fazer um pré-cadastro básico com informações pessoais. Exemplo: nome, idade, país, etc.

Além do convite, é possível que um dos seus contatos que já estão na rede social, recebam uma notificação de que você está na “lista de espera”. Assim, eles podem liberá-lo sem necessariamente precisar do convite.

Os criadores

Imagem mostra os criadores do clubhouse. Rohah seth (esquerda) e paul davidson (direita)
(foto: twiiter- rohah seth / twitter – paul davidson)

O Clubhouse foi fundado oficialmente em março de 2020, sob a liderança de Rohan Seth, ex-funcionário do Google, e Paul Davidson, empresário do Vale do Silício, ambos especialistas em programação e tecnologia. Em uma publicação na página oficial do Clubhouse, os fundadores contam que se conheceram em 2011 através de amigo em comum, e desde então já experimentaram várias ideias até chegar ao aplicativo como é conhecido hoje.

Seth e Davidson descrevem a nova rede social como “uma nova forma de produto social baseado na voz”, que permite que pessoas de todos os lugares do mundo falem, contem histórias, desenvolvam ideias e criem laços de amizades. O propósito de “unir através da voz”, culminou em um momento propício pelo qual o mundo enfrenta: a pandemia do novo coronavírus.

Com o isolamento social e a quarentena impostos pela Covid-19 ao redor do mundo, os empresários viram a oportunidade de lançar o Clubhouse, que tem como foco justamente trazer a “sensação” de proximidade, deixando para trás os emojis (figurinhas) e mensagens de texto.

Em uma postagem de julho de 2020, poucos meses após o lançamento do aplicativo, Davison e Seth disseram que queriam aumentar a comunidade do Clubhouse lentamente. Para eles, isso pode garantir que a rede social não “quebre” rapidamente, e consiga manter uma comunidade diversificada fazendo com que o produto cresça de maneira sólida. Em outras palavras, eles não quiseram “meter os pés pelas mãos”.

Investimento que está dando certo

Há menos de um ano no ar, o Clubhouse já conquistou o seu primeiro US$ 1 bilhão em investimentos. A informação foi publicada pelo site especializado em tecnologia, Axios, que notificou a rodada mais recente de financiamento feito pela empresa Andreessen Horowitz, em janeiro de 2021. No mesmo mês, o aplicativo afirmou que já somava mais de 2 milhões de usuários.

Ainda de acordo com o próprio Clubhouse, o interesse pela rede social cresceu nas buscas do Google em 525% em uma semana após o investimento de Horowitz. E apesar de ser totalmente gratuito e não incluir publicidade, isto não deve perdurar. Paul Davison afirmou em entrevista ao programa Squawk Box, da CNBC, que estuda ganhar dinheiro através de assinaturas e eventos com ingressos na rede social.

Mas o crescimento do Clubhouse não foi por acaso. Celebridades e influentes no mercado de tecnologia ajudaram a rede social “bombar” nos últimos meses. Isso porque estes nomes ingressaram na plataforma.

Musk e Zuckerberg estão no Clubhouse

Foto mostra o milionário mark zuckerberg, homem branco, usando um suéter azul, em fundo azul.
(foto:  bertrand guay/afp)

Os dois nomes mais poderosos relacionados à tecnologia e redes sociais, já fazem parte do Clubhouse. O CEO e fundador do Facebook, Instagram e WhatsApp, Mark Zuckerberg, impulsionou o novo aplicativo ao participar de um bate-papo no programa The Good Time Show do Clubhouse. A conversa de Zuckerbeg foi ar no dia 4 de fevereiro, e não por coincidência, levou o app ao topo da lista de aplicativos mais baixados nos Estados Unidos na mesma semana.

Poucos dias antes da participação de Zuckerberg, Elon Musk, CEO da Tesla e da SpaceX, participou de uma conversa do mesmo programa para conversar com o CEO do aplicativo de investimentos, Robinhood, Vlad Tenev. A conversa aconteceu no dia 1º de fevereiro e foi compartilhada em outra plataforma de livestream, que atingiu mais de 120 mil de usuários.

No dia seguinte após a participação de Musk e Tenev no Clubhouse, as ações de outra companhia, a Clubhouse Media Group, que não possui nenhuma ligação com o aplicativo – a não ser a similaridade com o nome – subiram mais de 117%.

Personalidades no app

Imagem da jornalista e apresentadora oprah winfrey, que já criou seu perfil no clubhouse
Oprah winfrey (foto: reuters)

Além dos grandes investidores do Vale do Silício, na Califórnia, outros nomes conhecidos já aproveitaram para fazer suas contas no Clubhouse. Entre eles, a apresentadora norte-americana Oprah Winfrey, o rapper Drake, o ator de Hollywood, Ashton Kutcher, e até mesmo o diretor Big Brother Brasil, Boninho, criou seu perfil na nova rede social.

O Clubhouse vai bombar?

Ainda é cedo para afirmar algo certeiro sobre o futuro do Clubhouse, principalmente porque, como dito no começo da matéria, existem muitas opções quando o assunto é rede social. Atualmente, cerca de 19 redes bombam no mundo, a informação é do relatório We Are Social e Hootsuite de 2020. Confira abaixo alguma delas listadas por ordem de prioridade:

  1. Facebook – 2,7 bilhões
  2. YouTube – 2 bilhões
  3. WhatsApp – 2 bilhões
  4. Facebook Messenger – 1,3 bilhão
  5. WBXIN/WeChat – 1,2 bilhão
  6. Instagram – 1,15 bilhão
  7. LinkedIn – 727 milhões
  8. TikTok – 689 milhões
  9. QQ-  648 milhões
  10. Douyin – 600 milhões

A concorrência é forte, e claro, se o Clubhouse quiser entrar para essa lista não será de um dia para o outro. Mas especialistas do mercado veem com “bons olhos” a chegada da nova plataforma. No entanto, ainda é preciso entender como a rede pode ser usada para negócios e marketing. Uma coisa é certa: a curiosidade em torno do Clubhouse já é um bom caminho!

Você pode gostar também
Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Vamos supor que você esteja de acordo com isso, mas você pode optar por não participar, se desejar. Aceito Mais detalhes