Saiba o que é crédito de carbono e como funciona
Créditos de carbono representam um mercado de créditos gerados com base na não emissão de gases de efeito estufa à atmosfera, podendo ser comercializados entre países.
É difícil de acreditar que um conceito criado ainda no final dos anos 1990 seja tão atual e uma saída para o futuro. No entanto, tal conceito existe e está se provando cada vez mais eficaz na opinião dos investidores da área. Estamos falando do crédito de carbono, um mercado financeiro que visa contribuir para a diminuição dos gases de efeito estufa no planeta Terra.
O relatório “Estado do Clima 2018” divulgado pelo Boletim da Sociedade Americana de Meteorologia, mostrou números preocupantes em relação a emissão de gases na atmosfera, responsáveis também pelo aquecimento global. Só naquele ano, o estudo apontou que a emissão teve um efeito 43% maior do que em 1990. Mas o que isso acarreta?
De acordo com o CEO da MOSS.earth, plataforma ambiental de compra e venda de créditos de carbono, Luis Felipe Adaime, a humanidade está prestes a enfrentar um colapso se não diminuir os 55 bilhões de toneladas de gás (CO2) que produz atualmente. A meta com a proposta do crédito de carbono, é voltar para a casa dos 25 bilhões, número registrado há 12 anos.
O que é crédito de carbono?
O conceito surgiu a partir do Protocolo de Kyoto em 1997, uma série de propostas que visam diminuir os gases de efeito estufa, associados às mudanças climáticas. Os Créditos de Carbono foram criados como uma resposta à necessidade de controle das emissões, e como uma tentativa de reduzir a emissão de gases de efeito estufa e gases nocivos provenientes da atividade industrial (indústrias de energia, aço, têxteis, fertilizantes e outras que utilizam os combustíveis fósseis – como carvão, petróleo e gás natural – que são os principais responsáveis pelas emissões de gases de efeito estufa).
“Ao contrário do que muita gente acredita, o crédito de carbono não é o certificado de algo físico. É um certificado digital, um selo que prova que através de suas atividades, uma empresa, por exemplo, poluiu menos o meio-ambiente, e ao fazer isso, ela pode vender seu certificado para as empresas que poluíram a mais”, afirma Luis Felipe Adaime.
O mercado de crédito de carbono nada mais é que um sistema que atribui um custo à poluição ambiental de CO2. As empresas que produzem dióxido de carbono mais do que devem, podem comprar certificados das que produzem menos, e, assim, passam a serem classificadas na categoria de “carbono neutro” ou “carbono zero”. Tal rótulo pode ser benéfico do ponto de vista de marketing, segundo aponta Luis Felipe.
Compradores e vendedores também podem usar uma plataforma de troca para negociar , que é como uma bolsa de valores para créditos de carbono.
Como funciona o mercado de créditos de carbono?
Por convenção, 1 tonelada de dióxido de carbono (CO2) corresponde a um crédito de carbono. Se uma empresa produz 50 milhões, ela deve comprar 50 milhões créditos de carbono. Já um crédito corresponde a 5 dólares. Em mercados regulados, como a Europa e os Estados Unidos, as metas são estabelecidas pelo próprio governo.
“Vamos supor que o governo europeu estabeleça uma meta de 2 bilhões de toneladas de carbono para as companhias áreas. Ao final do ano, uma delas emitiu a mais, 3 bilhões, então ela precisa comprar 1 bilhão de crédito de carbono. Em paralelo, outra companhia produziu apenas 1 bilhão de carbono, sendo assim, ele possui 1 bilhão de créditos de carbono para vender a outras empresas.”.
O CEO da MOSS.earth aponta que em 99% dos casos das empresas que compram crédito de carbono, são quase todos regulamentados pelo governo. As maiores economias do mundo como a China e o Japão, já adotaram o mercado.
Assim, o principal objetivo para a criação de créditos de carbono é a redução das emissões de dióxido de carbono e outros gases de efeito estufa das atividades industriais para reduzir os efeitos do aquecimento global.
Então, o que são créditos de carbono e como funcionam?
A teoria subjacente é simples. Se uma parte não consegue parar de emitir CO2, pode pedir a outra que emita menos, de modo que, mesmo que a primeira continue produzindo CO2, a quantidade total de carbono na atmosfera seja reduzida. Existem três tipos básicos de crédito de carbono:
– As de emissões reduzidas (normalmente medidas de eficiência energética)
– Emissões removidas (captura de carbono e plantio de florestas)
– E emissões evitadas (por exemplo, abstendo-se de cortar florestas tropicais).
PRINCIPAIS VANTAGENS
- Os créditos de carbono foram concebidos como um mecanismo orientado para o mercado para reduzir as emissões de gases de efeito estufa.
- As empresas obtêm um determinado número de créditos, que diminuem com o tempo. Eles podem vender qualquer excesso para outra empresa. Assim, o “limite e comércio” é um incentivo para reduzir as emissões.
Como é o mercado no Brasil?
Atualmente no Brasil, a produção de carbono não é regulamentada e também não é obrigatória pelo governo. Assim, as grandes empresas e companhias não necessariamente precisam “cumprir” com requisitos de contenção da produção de gás carbono. No entanto, Luis Felipe afirma que a “demanda dos consumidores” está exigindo a neutralização de carbono, ou seja, medida pode ser positivo para as empresas.
“Um crédito de carbono equivale uma tonelada de carbono evitada. A geração entr 20 a 40 anos se importa com isso e presta atenção na hora de consumir”, explica. O especialista também ressalta que há um programa que transita no Ministério da Economia para regulamentar o projeto que força as empresas a gerarem ou compararem crédito de carbono.
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