Japão vai liberar água radioativa tratada de usina nuclear no mar
A água poderia ser liberada já em 2022, mas países vizinhos e ambientalistas desaprovam a medida. Uma equipe de especialistas disse que todos os isótopos radioativos, exceto um, foram removidos da água.
O Japão vai liberar água radioativa tratada de usina nuclear de Fukushima, que foi destruída, no mar.
Depois de anos de debate sobre como descartar o líquido, que inclui a água usada para resfriar a usina atingida por um grande tsunami em 2011.
Grupos ambientalistas e pesqueiros se opõem à ideia, mas muitos cientistas dizem que o risco que isso representaria é baixo.
O governo afirma que ainda não há nenhuma decisão final.
A liberação de mais de um milhão de toneladas de água, que foi filtrada para reduzir a radioatividade, teria início em 2022, no mínimo, de acordo com a mídia japonesa.
A água seria diluída dentro da planta antes de ser liberada para ficar 40 vezes menos concentrada, disse Yomiuri Shimbun. Todo esse processo levaria 30 anos.
Uma decisão oficial pode surgir até o final deste mês, disse a agência de notícias Kyodo.
Japão vai liberar água radioativa no mar, diz mídia japonesa
Há uma crescente urgência sobre o que fazer com a água, pois o espaço para armazenar o líquido – que inclui lençóis freáticos e a chuva que penetra diariamente na planta – está se esgotando.
A maioria dos isótopos radioativos teve sua remoção feita através de um processo de filtração complexo. Mas um isótopo, o trítio, ainda está presente. Assim, a água está em armazanamento em tanques que atingirão seu limite em 2022.
Nesta sexta-feira (16), o ministro da Indústria do Japão, Hiroshi Kajiyama, disse que ainda não havia decisão sobre o descarte da água. Contudo, o governo planejava tomar uma em breve.
“Para evitar atrasos no processo de descomissionamento, precisamos tomar uma decisão rapidamente”, disse ele em entrevista coletiva.
Grupos ambientalistas há muito expressam sua oposição à liberação de água no oceano. E grupos de pescadores argumentaram contra isso, dizendo que os consumidores se recusariam a comprar produtos da região.
No entanto, alguns cientistas dizem que a água se diluiria rapidamente na vastidão do Oceano Pacífico, e que o trítio representa um risco baixo para a saúde humana e animal.