Condomínio Verde: o que fazer para melhorar e gerar renda extra
Confira iniciativas e práticas sustentáveis para transformar seu condomínio e sua qualidade de vida.
Com a chegada do recesso de final de ano, os planos de um novo ano melhor são retomados. Com a pandemia ainda presente em nossos dia-a-dia, a busca de melhorias no local onde moramos é ainda mais prioritária. Uma tendência interessante são os condomínios verdes e inteligentes. Saiba como tornar seu condomínio mais verde e mais inteligente!
A tendência são os condomínios sustentáveis
No Brasil já existem mais de 500 edifícios verdes certificados pelo Leadership in Energy and Environmental Design (Leed), criada pela United States Green Building Council (USGBC). De uns 10 anos para cá, as construções verdes começaram sua popularização, deixando de ser privilégio dos projetos de alto padrão. Chegando, inclusive, aos empreendimentos do programa Minha Casa Minha Vida, até escolas, hospitais e residências, além das edificações públicas.
Nesse sentido, a tendência de edifícios verdes tem objetivos de reduzir o impacto do empreendimento sobre a saúde humana e o meio ambiente. De fato, isso acontece, usando energia, água e outros recursos de maneira eficiente e reduzindo a quantidade de resíduos.
Além disso, você sabia que de acordo com o Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (IBOPE), 94% dos brasileiros estão preocupados com o meio ambiente, como por exemplo, a degradação das áreas arborizadas.
Conheça as vantagens de um condomínio verde
De fato, a implementação das práticas e procedimentos sustentáveis fazem a diferença para os condomínios. Afinal, tratam-se de ações desde o processo construtivo até iniciativas de manutenção ao longo da vida útil do imóvel. Assim, os moradores de condomínios sustentáveis podem ser contemplados com uma taxa de condomínio de 20% a 30% menor que o valor cobrado em edifícios convencionais. Além disso, dispõem de melhor qualidade de vida e de maior contribuição para a preservação ao meio ambiente. Enfim, são muitos diferenciais que possibilitam, inclusive, argumentos de venda com maior chance de sucesso na comercialização.
- Redução de gastos: Segundo o USGBC, as construções verdes reduzem em até 30% o consumo de energia, 50% o uso de água e 35% a emissão de gás carbônico.
- Ambiente mais agradável: Uma construção eficiente pode ter uma área verde, com jardins verticais, gramados e até bosques e hortas comunitárias. Nesse último caso, é possível fazer caminhadas ao ar livre, andar de bicicleta e relaxar. Soluções criativas dada a restrição de espaço são vistas como jardins no telhado do prédio.
- Valorização do imóvel: Maior interesse por prédios verdes, impulsionou a valorização desse tipo de empreendimento. Por isso, adquirir uma unidade com certificação ambiental pode significar lucro no curto prazo. Além disso, segundo o Ministério do Meio Ambiente, imóveis sustentáveis são de 10% a 30% mais valorizados no mercado.
Implemente as práticas de condomínios verdes
No Brasil, ainda não há normas para avaliação e certificação de produtos sustentáveis ou ambientalmente corretos, com exceção da madeira certificada. No entanto, aos poucos, algumas práticas na linha da sustentabilidade começam a surgir como diferenciais em empreendimentos imobiliários. Enfim, seguem algumas ações levantadas pelo estudo realizado pelo WBCSD World Business Council for Sustainable Development (Conselho Mundial de Negócios para o Desenvolvimento Sustentável):
Veja as práticas relacionadas à eficiência energética
- Placas fotovoltaicas – iluminação externa, bombas d’água, etc. Algumas dessas práticas não exigem investimentos. Conheça mais sobre energia solar por assinatura e energia solar distribuída
- Painéis solares para aquecimento de água – banho, cozinha, piscinas, etc.
- Geradores eólicos – armazenando energia dos ventos em baterias podendo suprir parte da demanda do condomínio, por exemplo nas áreas de serviços
- Aquecimento de chuveiros a gás – garante consumo reduzido de energia elétrica nos apartamento, maior conforto e economia aliados à responsabilidade ambiental
- Iluminação de baixo consumo energético nas áreas comuns de uso contínuo. Além disso, iluminação com acionadores por sensor de presença nas áreas de uso esporádico ou intermitente
- Equipamentos com menor consumo e melhor eficiência possível na utilização do gás natural para todos os fins
- Sensores de presença – seu uso representa uma substancial redução na conta de luz de cada apartamento e na taxa do condomínio
Conheça as práticas relacionadas à água
- Captação de água de chuva – ajuda na economia de água que pode ser utilizada para irrigação, lavagem de pisos e descarga
- Reuso de água – estação de tratamento de esgoto para uso exclusivo nos vasos sanitários. Por exemplo, bacias sanitárias de duplo fluxo (3 ou 6 litros) possibilitam redução de até 60% do consumo no anual per capita.
- Telhados, lajes e jardins suspensos – impermeabilizados e adequadamente drenados possibilitando captação de água de chuva e melhoria do conforto térmico-acústico, etc.
- Utilizar o ozônio para a tratamento de água da piscina – ao invés do cloro que causa desgaste dos cabelos e poluição química
- Medidores de água e gás individuais – proporcionando economia na medida que os usuários serão responsáveis pelo pagamento exato do consumo próprio
- Torneiras com acionamento eletrônico ou temporizador por pressão em todas as aplicações passíveis
Atente-se para as práticas relacionadas à gestão de resíduos e efluentes
- Coleta seletiva – os 5 “Rs”: Repensar, Recusar, Reduzir, Reusar e Reciclar. Além disso, podem gerar renda extra para o condomínio ou gerando oportunidade de trabalho para comunidades locais em associações de reciclagem
- Tratamento de efluentes, esgotos e águas cinza – para o adequado lançamento no ambiente natural, evitando a contaminação do lençol freático. Pode auxiliar na redução do uso para irrigação e lavagem de pisos
Anote as práticas relacionadas a métodos de construção sustentáveis
- Orientação de edificações – promove aumento da ventilação e luminosidade naturais
- Melhor aproveitamento da iluminação natural – levando-se em conta a necessidade do seu controle
- Uso de alvenaria estrutural – um processo construtivo que não usa madeira a não ser nos acabamentos. Produz o mínimo de entulho e resíduos – entre 0 e 1%. Além disso, economiza matéria-prima.
- Estrutura não armada – as paredes sustentam o peso da construção sem necessidade de pilares e vigas e sem a utilização de ferros. Os reforços metálicos são colocados apenas em cintas, vergas, na amarração entre paredes e nas juntas com a finalidade de evitar fissuras
- Pomar e herbário – criação de postos de trabalhos para a comunidade local. Além disso, permite aos moradores, principalmente as crianças, tenham contato com frutas e verduras diretamente da natureza, vendo-as crescer e aprendendo a cuidá-las. Além do prazer de poder colhê-las diretamente “no pé”
- Adoção preferencial de acabamentos claros em áreas de grande incidência de luz solar
- Melhor condição de conforto térmico evitando a incidência da radiação solar direta através da adoção de soluções arquitetônicas, por exemplo: brises-soleil, venezianas, telas termo-screen externas, prateleiras de luz, etc.
- Pinturas reflexivas – para diminuir a absorção de calor para o edifício
- Evitar ao máximo a impermeabilização do solo