Previsão de chuvas dita preço de energia elétrica
Entenda como as chuvas impactam os preços de energia elétrica. A previsão é de tarifas altas na maior parte de 2021.
A preocupação com o clima deve ser cada vez maior para os brasileiros. Afinal, o cenário hidrológico está desfavorável no Brasil nos últimos anos. Dessa forma, o nível dos reservatórios está abaixo da média histórica e força o país a acionar usinas termelétricas para complementar a geração de energia. Nesse sentido, você deve se preparar para preços de energia elétrica mais altos em 2021.
Qual o impacto no dia-a-dia das famílias e empresas?
Os especialistas apontam que pelo menos no curto prazo, o país não deve ter falta de energia. Isto é, não devemos enfrentar uma crise de geração de energia que leve a cenários extremos, como o racionamento enfrentado no começo dos anos 2000. Até mesmo por que, o nível de consumo está aquém do seu potencial devido a crise econômica.
No entanto, o preço de energia elétrica deve permanecer alto na maior parte do ano de 2021. Afinal, as usinas termelétricas, mais caras, são acionadas quando o nível dos reservatórios das hidrelétricas estão baixos. Essas usinas funcionam a base de gás natural, carvão, óleo combustível e diesel. Além de mais caras, são mais poluidoras.
Além disso, especialistas apontam que essa tendência acontece pelo menos nos últimos 10 anos. Portanto, deverá persistir. O volume de chuvas que vem da Amazônia já reduziu e isso impacta grande parte dos reservatórios das usinas hidroelétricas do país.
Hidrelétricas respondem por 68% da energia brasileira
O setor elétrico brasileiro destaca-se pela forte presença das hidrelétricas. Consequentemente, temos uma energia limpa e um custo de operação muito baixo.
No entanto, a construção de novas usinas hidrelétricas é cada vez mais difícil por uma série de fatores. Por exemplo, temos o tema de privatização da Eletrobrás e as restrições ambientais e de licenciamento em terras indígenas.
Nesse sentido, o Brasil precisa diversificar a matriz energética. Assim, as fontes de energia limpa, como as usinas eólicas e as fazendas solares devem ganhar espaço. Atualmente, o balanço de energia elétrica de 2019-2020 aponta as seguintes fontes para nossa capacidade de 651TWh:
- Hidrelétrica: 65%
- Termelétricas: 26%
- Eólica: 8%
- Solar: 1%
Por outro lado, somos dependentes das chuvas. Em períodos de estiagem, os preços da energia elétrica sobem. Tanto o mercado livre quanto o mercado cativo de energia sentem esse impacto nos preços. No mercado livre, os contratantes negociam diretamente com os fornecedores as condições comerciais mais elevadas. Enquanto, no mercado cativo, os consumidores residenciais, sofrem o impacto por meio das bandeiras tarifárias.
Como as bandeiras tarifárias mudam o preço da energia?
Em 2015, o governo criou o sistema de bandeiras tarifárias para sinalizar aos consumidores sobre as condições vigentes de geração de eletricidade. Dessa forma, as contas de luz sobem junto com os custos de geração de energia, quando as condições hidrológica são desfavoráveis.
Sempre que a bandeira vermelha é adotada, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) indica o motivo como sendo “Risco Hidrológico”. Nos primeiros 5 anos de vigência das bandeiras tarifárias, tivemos bandeira vermelha de patamar 1 ou 2 em 28 dos 60 meses. Consequentemente, pagamos as faixas mais caras de energia em 47% dos meses.
Entenda a relação entre bandeiras e aumento das tarifas:
- Primeiramente, bandeira verde não gera nenhum aumento na tarifa
- Bandeira amarela acrescenta R$ 1,34 a cada 100 quilowatt-hora (kWh) consumidos
- Bandeira vermelha patamar 1, acrescenta-se R$ 4,16 a cada 100 quilowatt-hora (kWh) consumidos
- Finalmente, bandeira vermelha patamar 2, sobretaxa é de R$ 6,24 a cada 100 quilowatt-hora (kWh) de energia.