Geração solar distribuída ultrapassa 4GW e não para de crescer
A geração solar distribuída cresceu mesmo durante a pandemia e atingiu a impressionante marca de 4GW de potência instalada, de 19,4Bilhões investidos e de mais de 120 mil empregos novos gerados desde 2012.
Apesar de todas as barreiras erguidas pelas crise econômica e sanitária, a energia solar distribuída cresceu mesmo durante a pandemia e atingiu a impressionante marca de 4 gigawatts (GW) de potência instalada. Ademais, o crescimento expressivo de novas instalações fotovoltaicas acontece em todas as regiões do país, em 5.089 municípios de todos os estados da federação.
Energia solar cresce de forma exponencial com média de 183% ao ano
O crescimento exponencial da fonte solar teve uma média de 183% ao ano desde 2012. O país possui atualmente mais de 331 mil sistemas solares fotovoltaicos conectados à rede, proporcionando economias e sustentabilidade ambiental para mais de 412 mil unidades consumidoras. Enfim, tratam-se de milhares de residências, comércios, indústrias, produtores rurais e prédios públicos que produzem ou compartilham a energia solar.
De fato, esse crescimento que acelerou nos últimos 2 a 3 anos deveu-se a múltiplos fatores. Dentre eles, destacam-se: (1) o avanço da tecnologia e redução do preço obtido pela escala global de produção chinesa; (2) a regulação favorável que permitiu que os consumidores produzissem sua própria energia a partir de 2012 e que compartilhassem a energia produzida em fazendas solares a partir de 2016; e (3) a maior conscientização da população sobre o tema ambiental.
Apesar de pressões contrárias com relação ao cambio desfavorável e às incertezas regulatórias, as perspectivas para o setor seguem positivas. Em suma, avaliamos que a velocidade de crescimento futuro pode até ser reduzida no curto prazo, mas a direção está estabelecida e é irreversível.
Os segmentos residencial e comercial puxam o crescimento
Cerca de 241 mil residências se beneficiam da energia solar em seus telhados ou terrenos. Essa marca impressiona dado o investimento médio de cerca de R$ 30 mil, necessário para a aquisição e instalação de um sistema solar fotovoltaico de 6kWp.
Além disso, o segmento comercial também se destaca dividindo a liderança do mercado solar com o segmento residencial em termos de potencia instalada. Tratam-se de cerca de 57 mil sistemas solares de tamanho médio de 27kWp dedicados para estabelecimentos comerciais em todo o país.
Apesar do forte crescimento dos últimos 3 anos, acreditamos que o potencial de avanço da energia solar ainda está em seus primeiros passos. De um lado, outros países com taxas de irradiação solar como Alemanha e Reino Unido, já atingiram há muitos anos atrás a marca de 1 milhão de instalações. Por outro lado, o mercado brasileiro possui cerca de 70 milhões de residências, comércios e indústrias atendidas em baixa tensão que poderiam já estar economizando nas suas contas de luz com a energia solar distribuída.
Um modelo inovador que deve eliminar algumas barreiras para uma adesão mais ampla é a energia solar por assinatura. Nesse sentido, o consumidor não precisa dispor de um grande volume de recursos para investir na compra do sistema, nem de crédito em uma instituição financeira. Nesse sentido, o consumidor simplesmente aluga um lote de uma fazenda solar, economiza na sua conta de luz e ainda contribui para o meio ambiente.
O impacto positivo do crescimento da energia solar na comunidade local
Por fim, não podemos deixar de realçar os inúmeros impactos positivos que a expansão da fonte solar na matriz elétrica brasileira proporciona para todos os brasileiros. São inúmeros benefícios sociais, econômicos e ambientais para o crescimento sustentável do Brasil.
Primeiramente, sob uma perspectiva macroeconômica, a ABSOLAR estima que os investimentos no parque solar de 4GW envolveu mais de R$ 19,4 bilhões. E cerca de 120 mil novos empregos foram criados desde 2012. Além disso, destaca-se que a cadeia de vendas, projeto, instalação, operação e manutenção exige empregos técnicos qualificados, tais como: engenheiros e técnicos eletricistas.
Segundo, sob uma perspectiva setorial, a geração solar distribuída traz benefícios para o sistema elétrico nacional. Sua característica de geração próxima do ponto de consumo a partir de uma fonte renovável colabora com a rede elétrica. Contribui para a redução dos gastos, redução do impacto ambiental, redução das perdas elétricas, alívio do sistema elétrico em horários de pico diurno em meses de verão, postergando investimentos em transmissão e distribuição. Definitivamente, esse fato merece especial destaque, dadas a escassez de recursos para investimentos e da abundância de demandas sociais.
Enfim, sob uma perspectiva microeconômica, a ABSOLAR estima que desde 2012, a geração de energia solar nos telhados e pequenos terrenos viabilizou uma economia de mais de R$ 4,7 bilhões no bolso dos consumidores. Nesse sentido, esses recursos que são uma renda extra para os consumidores transformaram-se em grande parte em maior consumo. Por sua vez, movimentaram o comércio e a economia local.
Veja os estados e os municípios que já entenderam essa dinâmica positiva e incentivam cada vez mais a adoção da geração solar distribuída. Repare a dispersão geográfica distribuída em todo o território nacional:
Ranking da energia solar distribuída por Estado
- Minas Gerais ocupa a liderança com 781,7 MW e 66.171 instalações
- São Paulo está em segundo lugar com 506,4 MW e 53.495 instalações
- Rio Grande do Sul está logo atrás com 503,1 MW e 44.671 instalações
- Mato Grosso ocupa a quarta posição com 288,1 MW e 17.820 instalações
- Paraná fecha nosso ranking com 276,9 MW e 17.685 instalações
Ranking da energia solar distribuída por Município
- Uberlândia – MG, está em primeiro lugar, com 49,1 MW e 3.109 instalações
- Cuiabá – MT, ocupa a segunda posição com 44,1 MW e 3.415 instalações
- Rio de Janeiro, apresenta o maior número de instalações e ocupa nosso 3 lugar com 41,6 MW e 4.219 instalações
- Fortaleza – CE ocupa a quarta posição com 39,1 MW e 2.793 instalações
- Teresina – PI fecha nosso ranking com 38,4 MW e 3.348 instalações