Geração de energia solar se integra com a mineração de Bitcoins
A integração eficiente da geração de energia solar com a mineração de bitcoins mostra-se altamente lucrativa e com impacto positivo no meio ambiente
Muitos acreditam que bitcoin será a cripto-moeda global no futuro. Nesse sentido, todos possuirão bitcoins em suas carteiras digitais para suas transações financeiras diárias, sem intermediários bancários. Cada transação é verificada por todos usuários da rede descentralizada. Tanto a verificação, quanto a emissão de moedas na Rede de Bitcoin é feita de forma digital com extenso poder computacional, que exige grande volume de energia elétrica.
Rede de Bitcoin consome energia equivalente a 21,8 milhões de painéis solares
Em 2020, o crescimento da Rede de Bitcoin elevou o poder de processamento exigido para 120 exahashes por segundo (EH/s). Consequentemente, o consumo de energia atingiu o patamar de sete usinas nucleares ou 21,8 milhões de painéis fotovoltaicos.
Segundo o Índice de Cambridge para o Consumo Elétrico de Bitcoin, em média, os mineradores pagam entre US$ 0,03 e US$ 0,05 por kWh. Nesse sentido, estima-se que, no fim de março de 2020, o custo de mineração de apenas um bitcoin era de US$ 7.578 e a margem de lucro de US$ 4.184.
Além disso, a expectativa é de forte crescimento da Rede de Bitcoin. Espera-se nos próximos 12 meses, um salto dos atuais 120 para 260 EH/s.
Mineradores de Bitcoin lucram também vendendo energia
Atualmente, diversas empresas de mineração de cripto-moedas trabalham diretamente com o sistema de geração e distribuição de energia. Assim, a venda de energia financia a mineração de Bitcoins. Além disso, elas mineram apenas nos horários em que a energia é mais barata, para atingir o melhor custo/benefício na operação.
O movimento de produção e venda de energia pelas empresas de bitcoins também está incentivando a adoção de energias renováveis, como a solar e a eólica. Através dessas tecnologias, as empresas conseguem manter os seus centros de operação sem depender da rede de abastecimento local. Dessa forma, os mineradores de Bitcoins começam a evoluir na questão ambiental. Dessa forma, elas diluem a percepção negativa que o alto consumo de energia produz impacto negativo no meio ambiente.
No início de setembro, uma empresa de mineração dos EUA fez uma pequena fortuna vendendo energia. A empresa Layer1 vendeu energia de volta à rede de distribuição na região oeste do Texas. Em dias quentes e sem vento, a energia eólica não produz energia suficiente e cria uma oportunidade para as empresas de mineração com geração solar e baterias. Na meia hora em que a mineração foi desativada, a empresa obteve um retorno de 700% na venda de energia ao Texas. A estimativa da empresa é que essa cooperação produzirá economias de US$ 6,7 milhões (R$ 36 milhões) na conta de energia em 2020.
A empresa Layer1 concentra sua produção de bitcoins fora dos meses mais quentes de verão, quando foca na venda de eletricidade. Além disso, a empresa mira dominar 30% da capacidade computacional de Bitcoins nos EUA até 2022. Por exemplo, há planos de instalação de 50 contêineres em Midland, capazes de produzir 100 MW de eletricidade e minerar 27 BTC todos os dias.
Outras iniciativas da Rede de Bitcoins para reduzir a emissão de carbono
A gigante do setor de energia Equinor fez uma parceria interessante com a empresa Crusoe Energy. A Equinor venderá eletricidade a partir do gás natural residual para a Crusoe minerar Bitcoins. O gás natural residual é normalmente “queimado”, liberando toneladas de carbono na atmosfera todos os anos. Dessa forma, os mineradores de bitcoin estão colocando em uso os recursos que seriam desperdiçados.
Além disso, essa união entre a mineração de Bitcoins e a geração solar vem inspirando novas iniciativas ao redor do planeta. Inspirado em iniciativas da Australia, a SUNWISE, empresa de energia solar, está explorando possibilidade de integração da tecnologia de blockchain para geração solar distribuída.