Empreendedores criam plataforma para conectar artistas e contratantes
Incomodado com a dificuldade no processo de contratação de artistas para realizar shows, o DJ Felipe Callado desenvolveu a plataforma Gigloop.
SÃO PAULO – Incomodado com a demora e a dificuldade no processo de contratação para realizar shows, o DJ Felipe Callado desenvolveu a plataforma Gigloop. A startup agiliza esse processo fazendo a intermediação entre artistas e contratantes. Com a ajuda do seu amigo e especialista em tecnologia Fábio Gelbcke, o empreendedor mantém o site em atividade desde o ano passado. A contratante pode pesquisar pelo nome do músico, pelo local ou gênero musical. Hoje, os maiores interessados são clubes e produtores de eventos, além de agências que realizam turnês de seus artistas.
Depois de filtrar a busca, a plataforma disponibiliza todos os perfis que combinam com o que a contratante deseja. Em cada perfil é possível ver um calendário com as datas disponíveis do artista, além de suas redes sociais e também ouvir as músicas sem sair do site. Esse perfil é atualizado pelos próprios músicos e eles também podem colocar alguma exigência para as apresentações. Esse simples processo de saber as informações do artista demorava muito e foi a principal motivação dos empreendedores. “Hoje se contrata artista da mesma maneira que se reservava hotel há 20 anos”, diz Callado, fazendo analogia com o Airbnb. Informações que antes eram passadas de forma espaçada entre contratante e músico, como o calendário do artista e detalhes sobre o evento, são facilmente encontradas na plataforma. Quando há interesse, as duas partes podem se comunicar por meio de um chat para dar andamento à negociação.
Segundo os empreendedores, um dos diferenciais do Gigloop está na forma de pagamento. A plataforma segura a quantia até a realização do evento. O contratante paga um “sinal” e o restante após a apresentação. Somente depois que o artista realizou o show o montante é creditado para ele.
Internacionalização dos artistas
Apesar de ter sede em Joinville, os sócios estão morando em Paris. Isso poque a startup foi selecionada no programa do governo francês French Tech Ticket. A iniciativa, voltada para empreendedores estrangeiros, concede um visto de trabalho de quatro anos para os fundadores, além de colocar a empresa nascente em uma incubadora e dar 57 mil euros para o desenvolvimento do projeto. Fábio e Felipe escolheram a Schoollab, uma incubadora de cinco andares localizada na capital francesa. Desde fevereiro, eles fizeram workshops sobre como abrir uma empresa na França e em como crescer para o mercado europeu. Apesar de não definirem se permanecerão no país a partir do ano que vem, quando acaba o contrato com a incubadora, eles já atuam no mercado europeu. A dupla decidiu focar em um nicho, então a maior parte dos mais de 1.700 artistas de 40 países cadastrados são DJs. Gelbcke adianta que a próxima etapa será a criação de uma conta para agências, para administrar diversos artistas. “Muitos profissionais não querem fazer esse trabalho de negociar”, explica. Atualmente o Gigloop estava presente nas negociações de cerca de 140 contratações. A empresa fatura cobrando uma comissão de cada transação entre o artista e o contratante.