Professores comemoram seu dia diante a desafios da pandemia de covid-19
Pesquisa feita ao longo do ano mostra que profissionais da educação estão cheios de incertezas sobre o futuro do ensino no Brasil
O ano de 2020 trouxe vários desafios com a pandemia de Covid-19. Vale lembrar como foram alteradas as rotinas de trabalho e as relações familiares, por exemplo. No entanto, uma das categorias que mais sofreu com as incertezas da doença e o impacto da tecnologia, foi a dos professores, que comemoram sua data no próximo dia 15.
Enquanto no início do ano tudo parecia estar dentro dos moldes replicados há anos, hoje vivemos um cenário com certa incerteza sobre como a educação funcionará ainda para 2020 e a partir do próximo ano letivo.
Agora, praticamente sete meses depois do fechamento das escolas, em muitos estados é planejado o retorno gradual das aulas presenciais. Há lugares em que essa batalha foi parar na Justiça. Perguntas e incertezas ainda permanecem.
Professores x saúde mental
Pesquisa elaborada pelo Instituto Península deixa claro: a maior parte dos professores brasileiros estão ansiosos, sobrecarregados, cansados, estressados e frustrados.
O estudo “Sentimento e percepção dos professores brasileiros nos diferentes estágios do Coronavírus no Brasil” foi feito em quatro etapas ouvindo mais de 7 mil docentes da rede pública e privada de todo o Brasil.
Na última etapa da pesquisa, em agosto, 64% dos professores entrevistados declararam se sentir ansiosos. Isso, inclusive, pela abrupta transição para o ensino remoto.
Isso começa pela falta de experiência com as tecnologias. De acordo com a pesquisa, antes da paralisação, 88% dos professores nunca tinha dado aula de forma remota. E 83,4% se sentia nada ou pouco preparada para ensinar remotamente.
A mudança brusca de rotina e as dificuldades impostas pelo ensino remoto pioram ainda mais a saúde mental dos professores. Isso porque há um sentimento de abandono por parte das instituições de ensino.
Qual a solução?
Segundo Eduardo Deschamps, especialista em Educação e conselheiro do Instituto Península, é uma questão de um olhar de planejamento simultâneo ao que está sendo executado.
“Se você esperar ter o momento perfeito, não vai fazer nada. As secretarias [de Educação] têm alguns papeis importantes. Num primeiro momento coordenar o planejamento. Depois dar suporte para que as coisas possam acontecer e, em seguida, dar o suporte emocional aos professores”, explica.
Um bom exemplo vem do Sindicato dos Professores do município do Rio de Janeiro (Sinpro-Rio). Por lá foi criado o programa Reame, uma rede virtual de apoio para a saúde mental e física dos profissionais.
Nesse ambiente, psicólogos voluntários e profissionais de diversas áreas atendem gratuitamente grupos de professores que precisam ser ouvidos.