Coronavírus: Trump aprova tratamento com plasma
Tratamento é visto como “histórico” pelo presidente Trump. Porém, especialistas mostram preocupação e alertam que mais estudos devem ser feitos.
No último domingo (23), o presidente Donald Trump anunciou a aprovação do tratamento com plasma para pacientes com coronavírus. A técnica usa o plasma sanguíneo rico em anticorpos de pessoas que se recuperaram da doença.
De acordo com um de seus principais funcionários de saúde do governo, o tratamento é “promissor”. Porém, outros especialistas alertaram para a necessidade de mais avaliações antes de se celebrar.
A declaração de Trump veio depois que funcionários da Casa Branca sugeriram que havia atrasos politicamente motivados pela Food and Drug Administration (FDA) na aprovação de tratamentos para o novo coronavírus.
A aprovação foi feita em modo de emergência. Dessa forma, fica mais fácil para alguns obter o tratamento, mas não significa uma autorização total do FDA.
Durante seu discurso, Trump descreveu o procedimento como uma terapia poderosa. Assim como lançou um pedido para que os americanos que já se recuperaram do covid-19 se apresentem para doar o plasma de forma voluntária.
Tratamento com plasma para pacientes com coronavírus
O plasma sanguíneo, obtido de pacientes que se recuperaram da covid-19 e possuem muitos anticorpos, pode trazer benefícios para aqueles que lutam contra o vírus.
Contudo, as evidências até agora não foram conclusivas sobre a sua eficácia, quando administrá-lo e qual a dosagem necessária.
De acordo com a cientista-chefe da FDA, Denise Hinton, “O plasma convalescente covid-19 não deve ser considerado um novo padrão para o tratamento de pacientes. Além disso, dados adicionais virão de outras análises nos próximos meses”.
Casa Branca perdendo a paciência
Antes do anúncio de domingo, a Casa Branca estava cada vez mais frustrada com a velocidade do FDA na aprovação do tratamento com plasma.
Trump disse em uma entrevista coletiva que achava que havia um “impasse” na agência sobre a concessão da autorização de emergência. Bem como alegou que há pessoas no FDA “que podem deixar as coisas em atraso… e por razões políticas”.
O Dr. Joshua Sharfstein disse que a declaração, e o silêncio do comissário da FDA, Stephen Hahn, enquanto Trump a dizia, “foi vergonhoso”.
“O comissário do FDA basicamente permitiu que o presidente descaracterizasse a decisão e atacasse a integridade dos funcionários do FDA. Fiquei horrorizado”, disse Sharfstein, vice-reitor da escola de saúde pública da Universidade Johns Hopkins e alto funcionário do FDA durante o governo Obama.
De acordo com Sharfstein, a terapia pode ser promissora, mas ainda não foi totalmente estabelecida.