Como as pessoas se curam sem remédios para a Covid-19?

A OMS ainda não reconhece nenhum tratamento oficial para o coronavírus, mas alguns remédios são apontados como promissores na fase de testes.

Ainda não há remédios para a Covid-19 com eficácia comprovada. Essa é a maior questão em pauta dentro do universo da medicina. Cientistas pesquisam um tratamento ou vacina para o novo coronavírus em todo o mundo, mas por enquanto, sem nada comprovado. Mas então, como as pessoas se curam da doença?

Para tirar as principais dúvidas conversamos com a médica Laís Maurício, especialista em clínica médica, e que está trabalhando na linha frente no combate ao coronavírus.

Remédios em teste

Não existe remédio nem vacina com ação comprovada contra a COVID-19. Contudo, vários estudos e pesquisas estão sendo feitas no mundo todo para chegar a um tratamento eficaz. Hoje os principais medicamentos que vem sendo comentados e estudados são: cloroquina e hidroxicloroquina; remdesivir; dexametasona e outros corticoides; lopinavir; tocilizumabe; plasma convalescente. Porém, todos ainda se encontram em fase de testes. A OMS (Organização mundial da saúde) não aprovou o uso de nenhum medicamento contra o coronavírus ainda.

Mas então como tratar sem remédios para a Covid-19?

A médica afirma que “a pessoa cria anticorpos sozinha, mas os sintomas são tratados e controlados”. Ela complementa que, para isso, são ministrados vários medicamentos aos pacientes da doença, como analgésicos e antibióticos. Laís conta que na sua unidade de atendimento um medicamento usado foi o corticoide, “como a COVID-19 causa uma inflamação no sistema, o corticoide ajuda a aliviar essa inflamação”. Ela conta que também está sendo feito um teste usando o plasma sanguíneo “o que se tenta fazer hoje, mas os testes ainda são insuficientes para dizer, é a utilização do plasma convalescente de pacientes que já tiveram COVID”. Esse método, ela conta, consiste na doação de sangue de quem já teve coronavírus para pacientes contaminados para verificar se resulta em uma melhora. Mas ainda são testes.

Sequelas do corona

A médica relata que “a COVID deixa muitas sequelas, dependendo da gravidade do caso. Tem pacientes que saem bem da UTI, mas tem pacientes que saem com sequelas no pulmão”. Ela conta ainda que há casos em que a pessoa perde massa muscular por ficar muito tempo em máquinas de ventilação. Por conta disso, pode ter seus movimentos comprometidos.

Um estudo publicado pelo Jornal da Associação Médica Americana, concluiu que pacientes curados da COVID-19 podem continuar sentindo sintomas por dois meses. Os pesquisadores, sob coordenação do médico Angelo Carfi, analisaram 143 pacientes internados com COVID-19 no hospital. 87,4% relataram persistência de pelo menos um sintoma associado à doença, sendo os principais deles cansaço e falta de ar.

Foto mostra uma mão usando luvas, aplicando vacina em um ombro de uma mulher.
Foto: divulgação/governo de são paulo

Vacina do coronavírus

Existem 164 pesquisas de vacina em desenvolvimento no mundo, segundo a OMS. Dessas, apenas seis estão na fase 3 de testes, que é a última fase de testagem. Quatro delas estão sendo testadas no Brasil, são elas Coronavac (China), a vacina de Oxford (Reino Unido), a vacina da Pfizer/BioNTech (Estados Unidos/Alemanha) e a Sinopharm (China). As previsões são de que as vacinas que passarem da fase de testes iniciem a produção a partir de dezembro deste ano.

Há uma relação entre a vitaminas e a Covid-19?

Desde que a doença surgiu, muita gente vem recomendando o uso de vitaminas ou suplementos. No entanto, de acordo com a especialista, essas substâncias não combatem o coronavírus, apenas podem ajudar a reforçar a imunidade do indivíduo. “As vitaminas ajudam a aumentar a imunidade, deixam o organismo mais forte para enfrentar infecções. Mas não é um tratamento ou medicamento, é um fortalecimento na imunidade”, esclarece.

Portanto, vale ressaltar que a Covid-19 é uma doença recente, então todas as informações sobre ela ainda são incertas e estão em fase de teste. Ainda não há um tratamento certo para o coronavírus. Por isso, é importante seguir as recomendações da OMS. E, em caso de contaminação, buscar orientação médica.

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