Reinfecção por covid-19 é possível. Estudo confirma 1º caso nos EUA

Bélgica, Equador, Hong Kong e Holanda também registraram casos de reinfecção do novo coronavírus.

Para quem acredita que a infecção pelo novo coronavírus traz imunidade total, está muito enganado. Isso porque estudos científicos já comprovaram que a reinfecção por covid-19 é possível.

Na última segunda-feira,12, foi publicado um artigo na revista médica The Lancet Infectious Diseases descrevendo o primeiro caso de confirmado de reinfecção por covid-19 nos Estados Unidos

Com isso, o estudo analisou o caso de um homem de 25 anos que contraiu duas vezes a covid-19, em um intervalo de 48 dias. No entanto, a segunda infecção apresentou sintomas mais graves, resultando em internação com suporte de oxigênio.

 

O estudo

Reinfecção por covid-19
Imagem: reprodução / uol

Um morador de Reno, no estado de Nevada, apresentou sintomas e testou positivo para coronavírus em abril deste ano. Após cumprir quarentena e as medidas necessárias, os sintomas da doença desaparecem.

Após 48 da primeira infecção, o paciente de 25 anos apresentou sintomas do vírus novamente, no entanto, de forma mais agressiva. Com isso, o jovem testou positivo pela segunda vez, tornando-se o primeiro caso de reinfecção por covid-19 nos Estados Unidos.

Desse modo, pesquisadores do vírus realizam um estudo sobre o caso e constataram diferenças genéticas significativas entre os dois coronavírus. Assim, os autores levantam algumas hipóteses para explicar a gravidade da segunda infecção. Segundo eles, uma dose muito alto do vírus pode ter causado uma reação mais aguda do vírus.

Outra hipótese é que houve uma infecção simultânea de ambas as cepas do SARS Cov-2, gerando a reinfecção por covid-19. Além disso, eles não descartam uma pequena possibilidade de infecção contínua, de modo que haja uma forma de desativação/reativação do vírus.

De acordo com Mark Pandori, um dos principais autores do estudo, “ainda há muitas incógnitas sobre as infecções pelo SARS Cov-2 e a resposta do sistema imunológico”. Desse modo, ele frisa que uma infecção anterior pelo vírus não protege necessariamente contra infecções futuras.

 

Outros casos de reinfecção por covid-19

Reinfecção por covid-19
Imagem: reprodução/ diário do rio

Outros quatro casos de reinfecção por covid-19 foram registrados no mundo além do caso estadunidense. Bélgica, Equador, Hong Kong e Holanda foram os lugares que registraram a ocorrência de casos reincidentes.

Embora não sejam comuns, os casos de segunda infecção estão apresentando sintomas mais graves. Apenas o caso do Equador manifestou sintomas leves. Desse modo, a preocupação dos cientistas aumenta em relação a evolução do vírus.

Segundo Pandori, é preciso de mais pesquisas para “entender quanto tempo a imunidade pode durar para pessoas expostas ao SARS CoV-2 e por que algumas dessas segundas infecções, embora raras, estão se apresentando como mais graves”.

Além disso, pode haver mais casos de reinfecção por covid-19 do que consta nos registros. De fato, é difícil mensurar quantos casos há de fato, pois existem muitas pessoas que são assintomáticas ao vírus. Assim, muitas pessoas não realizaram testes nem estão sob monitoramento.

Com isso, pessoas que já testaram positivo uma vez, devem continuar se cuidando. Desse modo, Pandori frisa que as medidas de precaução não devem ser deixadas de lado. Inclusive, ele aconselha o uso de álcool gel e máscara facial, a higienização frequente das mãos e o cumprimento da quarentena.

Embora os estudos sobre a causa de casos reincidentes sejam precoces, é possível evitar novos casos de reinfecção por covid-19 e que novas infecções ocorram.

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