Trump muda discurso e recomenda uso de máscara
Após meses sem tocar no assunto, o presidente dos EUA volta a se pronunciar sobre a crise de saúde que abala o país.
O presidente dos Estados Unidos Donald Trump mudou seu discurso em relação à pandemia do novo coronavírus. Na última terça-feira (21), ele reconheceu que a situação ainda deve “piorar antes de melhorar” e recomendou o uso de máscaras quando não for possível fazer distanciamento social.
Desde que começou a pandemia, essa é a primeira vez que o mandatário reconhece o problema da disseminação do covid-19.
“Se você não puder fazer distanciamento social, use máscara. Gostando ou não, elas têm impacto, e vão fazer efeito — e precisamos fazer tudo o que pudermos”, disse Trump.
Porém, em seu primeiro pronunciamento sobre o vírus em muitos meses, Trump se mostrou mais comedido, ecoando as palavras de oficiais de saúde.
As palavras de Trump sobre a pandemia
Ao falar sobre a pandemia, Trump demonstrou mais cautela. “Provavelmente, infelizmente, as coisas vão piorar antes de melhorarem. Não é o que eu gostaria de dizer, mas é como as coisas são.”
Além disso, ele afirmou que o uso de máscaras demonstra patriotismo Após pressão de seus assessores para que adote uma abordagem mais razoável diante a escalada do vírus no país, Trump vem mudando seu discurso sobre a pandemia. No dia 11 de julho, ele usou máscara pela primeira vez em público.
As atitudes de Trump sobre a pandemia
Trump parece mesmo não conseguir lidar de forma prática com a pandemia. O Presidente não estava usando máscara durante o pronunciamento e já se referiu a elas como anti-higiênicas.
Assim como alega que certas pessoas usariam a máscara apenas como forma de protesto político contra ele.
Ainda que isso pareça absurdo, esse está longe de ter sido o pior momento do governante. Anteriormente, Trump já sugeriu que o vírus fosse tratado com injeções de desinfetante.
Reeleição de Trump em meio à pandemia
Pesquisas de opinião apontam que a reeleição em Novembro não será fácil para Donald Trump e a pandemia está em seu caminho.
O candidato do partido Democrata, Joe Biden, acusa o presidente de ter administrado a crise do coronavírus de forma irresponsável e negligente. A volta dos pronunciamentos a respeito do vírus pode ser uma tentativa de rebater essa acusação.
Apesar disso, o número de casos segue subindo. Isso pode estar diretamente relacionado ao suporte de Trump ao fim das medidas de mitigação antes do alcance das metas de saúde pública.
Assim, conforme a opinião pública a respeito do governante se torna cada vez mais negativa diante das consequências da pandemia, suas chances de reeleição diminuem.
Pronunciamentos em busca de boa imagem
A Casa Branca parece, com esses pronunciamentos, buscar uma recuperação da imagem do Presidente. Assim, seria possível recuperar a confiança dos americanos na capacidade de liderança da nação de Donald Trump em meio à pandemia..
Porém, essas tentativas seguem sendo abaladas pelo próprio presidente ao afirmar, por exemplo, que a taxa de mortalidade por Covid-19 nos EUA é menor que “quase no mundo todo”.
A taxa de mortalidade por Covid-19 nos EUA está em décimo lugar no ranking dos 20 países mais fortemente atingidos.
Os EUA já registraram 3.9 milhões casos de Covid-19 e 141.000 mortes – o número mais alto no mundo. É difícil confiar em um presidente que passa informações reconhecidamente falsas. Mas os escândalos de Trump quanto à pandemia não os piores em que está envolvido.
Conexões com escândalos
Recentemente, o presidente foi perguntado sobre Ghislaine Maxwell, socialite envolvida no caso de abuso de menores protagonizado pelo ex-namorado, o condenado Jeffrey Epstein.
Trump respondeu que não estava acompanhando, mas que desejava tudo de bom a ela, pois a encontrou muitas vezes quando residia em Palm Beach.
Entre discursos incoerentes com suas atitudes e falta de empatia com vítimas de abuso, Trump demonstra que dará muito trabalho à equipe responsável por sua reeleição.
Todas as informações disponíveis em matéria da BBC News.