O que é o spray nasal contra covid que Bolsonaro tanto fala?
Conhecido por ‘spray EXO-CD24’, o medicamento que promete amenizar efeitos da Covid-19 em pacientes graves está sendo desenvolvido em Israel. Governo de Bolsonaro já mostrou intenção em participar dos ensaios clínicos do spray nasal.
O Brasil deve participar dos testes do spray nasal contra Covid-19, mais conhecido como EXO-CD24, que está sendo fabricado em Israel. Isso porque o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) enviou uma proposta ao governo israelense para viabilizar um acordo que permita testes com a população brasileira. A comitiva foi chefiada pelo ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo.
No dia 12 de fevereiro de 2021, através do Twitter, Bolsonaro afirmou que já estava conversando com o Primeiro-Ministro de Israel para que o Brasil participasse da 3º fase de testes do spray nasal contra Covid-19, que segundo ele, “está obtendo grande sucesso no tratamento do coronavírus em casos graves.”
– Conversei há pouco com o Primeiro-Ministro de Israel, @netanyahu . Dentre outros assuntos, tratamos da participação do Brasil na 3ª fase de testes do spray EXO-CD24, medicamento israelense que, até o momento, vem obtendo grande sucesso no tratamento da covid-19 em casos graves.
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) February 12, 2021
Spray nasal contra Covid-19 (EXO-CD24)
O medicamento de aplicação nasal ainda está em fase inicial de estudos, e até o momento, foi testado somente em 30 voluntários israelenses. Entretanto, a eficácia do spray nasal, que promete combater graves sintomas da Covid-19, ainda não foi comprovada pela comunidade científica.
Segundo informações do site do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi), o spray nasal contra Covid-19 deve ser inalado uma vez por dia durante alguns minutos, durante cinco dias sendo direcionado diretamente para os pulmões. O EXO-CD24 está sendo desenvolvido pelo Centro Médico Ichilov de Tel Aviv, em Israel.
Como ainda está na fase inicial da pesquisa, o Brasil deve contribuir com os estudos do spray nasal contra Covid-19. Segundo Bolsonaro, a comitiva responsável por tratar do acordo com Israel, deve cooperar com o desenvolvimento do medicamento. Marcelo Morales, secretário de Pesquisa e Formação Científica do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), reforçou a proposta. Confira abaixo:
“O objetivo dessa missão é levar nesse acordo de cooperação com Israel toda a área de ciência e tecnologia e da Saúde que nós estamos desenvolvendo no país e em Israel para fazer esse acordo de cooperação em várias áreas do conhecimento, inclusive de medicamentos e também de vacinas que nós estamos desenvolvendo na rede Vírus do Ministério da Ciência e Tecnologia e também do Ministério da Saúde em várias áreas do conhecimento. Esse acordo de cooperação vai ser muito importante para o Brasil porque integra as duas nações em várias áreas do conhecimento para o desenvolvimento de drogas e vacinas.”
O que precisa para ser aprovado?
Além de concluir todas as fases de ensaios clínicos (os famosos testes), o spray nasal contra Covid-19 (EXO-CD24) terá que comprovar sua eficácia, e assim, poderá ser autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), assim como funciona com as vacinas.
O Brasil deve participar da terceira fase de testes, quando uma grande quantidade de pessoas vão testar o spray nasal contra Covid-19 para assim comprovarem sua eficácia e também segurança. Esta fase é importante já que pode comprovar também os efeitos colaterais do medicamento, se houver.
Como anda a negociação de vacinas para o Brasil?
Apesar de estar apostando no spray nasal contra Covid-19, Bolsonaro reforçou que ainda há vacinas brasileiras em desenvolvimento. A afirmação foi dada durante uma live nos canais oficias do presidente, que estava acompanhado de Marcelo Morales, secretário do Ministério da Ciência.
Segundo eles, outras três vacinas estão sendo desenvolvidas no Brasil, e os ensaios clínicos delas está previsto para ser iniciado em abril deste ano. “Uma delas já deu entrada na Anvisa. Então, nós temos a possibilidade de fazer também essa interação com as vacinas que estão sendo desenvolvidas em Israel. Qual a vantagem disso? Se tivermos uma mutação no Brasil, nós dominamos a tecnologia, portanto, podemos mudar rapidamente a vacina adaptando a nova mutação. Isso é uma questão de soberania nacional”, afirmou Morales.
Entretanto, a comunidade nacional e internacional científica está preocupada com o andamento da vacinação no país, principalmente por causa da presença da nova variante da doença encontrada em Manaus, a chamada P.1. Segundo informou o jornal O Globo, até o momento apenas 3,75% da população (5% dos adultos) já recebeu a primeira dose de vacina contra a Covid-19.
De acordo com os dados divulgados pelo Ministério da Saúde, que recentemente confirmou o recebimento de 275 doses de vacinas para o Brasil, o cenário atual é que o país tem imunizante só para 65% da população.
Fonte: Agência Brasil