Saiba como a luz azul do celular e computador afetam a pele
O sol é responsável por emitir entre 25% a 30% de luz azul. Porém, eletroeletrônicos também têm boa parcela de culpa! Descubra como cuidar melhor do seu rosto!
Você já parou para pensar quantas horas seguidas passa em frente ao computador ou com o celular na mão? Provavelmente muitas. A tecnologia é cada vez mais indispensável em nosso cotidiano, e temos que nos adaptar a isso. No entanto, a chamada “luz azul” pode ser prejudicial à sua beleza e bem-estar. A constante exposição à luz causa manchas no rosto e envelhece a pele porque estimula os níveis de produção de melanina e a pigmentação.
O jornal DCI consultou especialistas para explicarmos melhor como tudo isso funciona e para te ajudarmos a solucionar esse problema!
A luz do celular e computador fazem mal à pele?
“O tempo de exposição às luzes dos celulares e computadores podem favorecer o envelhecimento, ou seja, o surgimento de manchas, linhas finas e rugas. Essas luzes estimulam a produção de radicais livres e melanina”, explica o dermatologista Tiago Silveira. Os radicais livres são moléculas instáveis que tendem a se associar de maneira rápida a outras moléculas de carga positiva, com as quais podem reagir ou oxidar, gerando diversos tipos de danos à pele. Ou seja, aquele hábito de usar o celular na cama antes de dormir é um verdadeiro veneno para a cútis e para o sono como um todo.
Conhecida como poluição eletromagnética, essa luz está relacionada à diversas patologias, como melasma, envelhecimento cutâneo precoce, câncer de pele, eritema, fotodermatoses, e indução de danos ao DNA por processos indiretos. A luz visível é composta por comprimentos de ondas que variam de 400 a 700 nanômetros e podem ser classificadas em cores de acordo com a sua frequência, nas quais as mais curtas se propagam na coloração violeta e aumentam continuamente através das cores azul, verde, amarelo, alaranjado e, por fim, vermelho.
Sabe-se que quanto menor o comprimento das ondas, maior sua intensidade e seu potencial energético. Dessa maneira, a luz azul é considerada como luz visível de alta energia, uma vez que possui comprimentos de ondas próximo a 434 nanômetros. “Além da exposição de luz azul emitida naturalmente pelo sol, estamos cada vez mais expostos por fontes artificiais de iluminação: eletrodomésticos com tecnologia LED, além de smartphones, tablets e monitores dos computadores”, explica a Cosmetóloga Heloisa Olivan.
A luz azul não é novidade, visto que o sol é responsável por emitir entre 25% a 30% dela. Porém, com a criação do LED, passamos a ter contato praticamente em tempo integral com essa luz azul – o que não é apropriado. As telas de eletroeletrônicos são capazes de emitir 35% dessa luz. “Sendo assim, qualquer luz artificial de lâmpada, presente no nosso dia-a-dia, também pode causar malefícios para a pele”, alerta Silveira.
Saiba como se proteger da luz azul
De acordo com o dermatologista, a melhor forma de se proteger dos vários tipos de radiação de luz é com uma boa alimentação. Para isso, é necessário consumir vitaminas, porque elas funcionam como antioxidantes e podem prevenir os danos causados por radiações infravermelhas, ultravioleta e da luz visível.
Já a cosmetóloga também alerta que é importante caprichar na proteção diária da pele, através de produtos de aplicação no rosto ou consumo via oral. “Filtros solares e antioxidantes são os maiores e melhores aliados nesse novo contexto de cuidados com a pele. Enquanto os antioxidantes neutralizam radicais livres, o filtro intensifica a proteção”, orienta.
Até mesmo a já conhecida vitamina C, ajuda na proteção contra a luz visível, já que é um potente antioxidante. “No entanto, vale lembrar que esse tipo de produto não substitui os protetores de uso tópico. O melhor é adicioná-los como mais uma opção de proteção ao arsenal contra os efeitos da luz azul”, explica Heloisa.
Saiba como tratar os problemas causados pela luz azul
Silveira alerta que é possível reverter parcialmente o dano do DNA e os tumores na pele, contudo, são necessários tratamentos indicados por um médico dermatologista. “Abusar do filtro solar é a regra! No caso do envelhecimento e rugas, existem inúmeros tratamentos para estimular o colágeno e reverter um pouco os danos”, explica.
Para Heloísa, o uso de cremes de rosto com ingredientes que não só clareiam, mas também uniformizam o tom da pele, podem ajudar no processo. “Os dermocosméticos que contenham proteção contra luz visível e contra poluição urbana, são as grandes estrelas da cosmetologia atual, e realmente merecem lugar de destaque, pois têm trazido ótimos resultados”, relata.
A cosmetóloga também acredita que os peelings e micro agulhamentos, são procedimentos estéticos, mas que visam aumentar a taxa de renovação celular da pele, e têm se mostrado ótimas opções para amenizar os danos trazidos pela exposição excessiva aos raios UV. “Além disso, trazem outros benefícios, como estímulo da produção de colágeno, equilíbrio da oleosidade cutânea e melhora do viço e luminosidade”, garante.
“Se você se expõe muito a todos os tipos de radiações, deve procurar um especialista e fazer um exame chamado dermatoscopia. É um exame preventivo de pele, onde se utiliza um dermatoscópio, uma espécie de microscópio de pele que faz todo o check up de cada sinal da pele, cabelos e unhas. O ideal é que esse exame seja feito uma vez ao ano”, concluiu Silveira.
Qual a diferença da luz natural para a artificial?
A luz natural é a luz solar, luz do dia. A luz artificial é proveniente dos aparelhos, eletrodomésticos e lâmpadas. O efeito das luzes visíveis, não é tão alarmante quanto ao do sol. Cerca de 67% dos radicais livres da nossa pele são gerados pelos raios ultravioletas do sol, e 33% são gerados pelas luzes artificiais, mas elas também são responsáveis pelo envelhecimento precoce e pelo aparecimento de manchas, já que alteram a pigmentação da pele.
Silveira explica que ficar exposto à luz artificial por oito horas, equivale à cerca de um minuto e 20 segundos de exposição solar, em um dia de verão. “Por isso, os efeitos não são tão desesperadores quanto os causados pelos raios solares, mas isso não quer dizer que você possa evitar os cuidados preventivos”, alerta.
Filtro solar mesmo dentro de casa?
Sim! De acordo com a cosmetóloga, existem dois motivos: O primeiro é que, mesmo dentro de ambientes fechados, estamos expostos às radiações ultravioleta A e B. Obviamente, em menor proporção, mas mesmo assim elas podem penetrar em ambientes fechados através de portas e janelas, além da reflexão nas superfícies. A radiação ultravioleta A, também pode passar através de vidros. O segundo motivo é que, em tempos de home office e muitas interações online, estamos ainda mais expostas à luz visível. “Por isso, a proteção é mandatória sempre: use filtro solar dentro e fora de casa!”, alerta.
Rugas até no pescoço!
Outro problema causado pelos aparelhos eletrônicos são as rugas no pescoço, que surgem devido ao hábito de abaixar a cabeça para usar celular e tablets. O problema é classificado como “Síndrome do Pescoço Tecnológico”, Tech Neck ou “Pescoço Tecnológico”. De acordo com Heloisa, a condição é desencadeada pelo aumento do peso transmitido a essa região do corpo.
Esse, no entanto, é mais um problema trazido pela tecnologia, mas que já tem sido amplamente estudado pela comunidade científica para ter seus danos minimizados.
Outros problemas causados pela luz azul
Um estudo publicado na revista científica Nature, feito por pesquisadores da Universidade de Toledo, nos Estados Unidos, compreendeu que o espectro de luz azul-violeta é potencialmente tóxico às células fotorreceptoras da retina, aumentando o risco de degeneração ocular e, no extremo, levando a cegueira.
Pesquisadores ainda afirmam que a luz azul prejudica o sono. Ao ser absorvida pela retina, estimula o cérebro a ficar alerta e suprime a produção da melatonina, o hormônio que induz ao descanso. E noites mal dormidas podem gerar mau humor, cansaço e até depressão.
Fontes: Tiago Silveira é dermatologista, fez residência médica em Dermatologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Obteve Título de especialista em Dermatologia pela Sociedade Brasileira de Dermatologia e MEC. | Heloisa Olivan é cosmetóloga, farmacêutica e bioquímica, especialista em desenvolvimento de nutracêuticos. Mestre em Ciências Biológicas pela USP. Especialista em estética e ciências da pele e tecnologia cosmética pelo Instituto de Cosmetologia.