Cresce número de brasileiros que não querem tomar vacina contra covid
O número de pessoas que não pretendem tomar a vacina cresceu 50% com relação à última pesquisa nacional realizada no mês de agosto.
Uma pesquisa feita recentemente pelo Datafolha mostrou que uma parcela dos brasileiros não pretende se tomar vacina contra covid, quando o imunizante estiver pronto para ser aplicado. O número cresceu mais que o dobro em relação ao último estudo realizado em agosto deste ano.
Pesquisa Datafolha sobre vacina contra covid-19
Ao todo, 22% dos entrevistados disseram que não pretendem se vacinar, enquanto 73% disseram que vão participar da imunização e outros 5% disseram que não sabem.
Pesquisa nacional feita em agosto apontava que apenas 9% não pretendiam se vacinar, contra 89% que diziam que sim.
Existe também, além disso, uma parcela da população que não pode ser vacinada. No caso das vacinas contra a Covid-19, isso diria respeito, por exemplo, às grávidas, que não participaram dos estudos de imunizantes. Essas pessoas seriam imunizadas por rebanho, ou seja, quando a maior parte da população já estivesse com anticorpos da doença e a disseminação do vírus ficasse mínima.
O Datafolha aponta que a resistência à vacinação é similar em diferentes grupos, importando pouco o sexo, idade, escolaridade ou renda mensal. A diferença é mais significativa, porém, quando se considera a confiança da população no governo atual.
Pesquisa mostra resistência a Coronavac
Por exemplo, 33% das pessoas que dizem confiar no atual presidente não pretendem se vacinar. Em relação às pessoas que não confiam em Bolsonaro, esse número cai para 16%.
O governo de São Paulo assinou acordo em junho com a farmacêutica chinesa Sinovac para produção de uma vacina contra a Covid-19, a Coronavac, em parceria com o Instituto Butantan. Jair Bolsonaro (sem partido) trava uma espécie de guerra contra João Dória (PSDB) desde o começo da pandemia. O presidente já disse que a vacina não deve ser obrigatória e se mostrou contra o imunizante feito pela fabricante chinesa Sinovac.
Além disso, a pesquisa Datafolha mostra também que a maioria dos brasileiros (56%) disse querer que a vacina seja obrigatória para toda a população, enquanto 43% são contrários à obrigatoriedade.
Embora ainda seja necessária a aprovação e autorização da Anvisa, Dória anunciou que a vacinação começa em 25 de janeiro, aniversário de São Paulo.
A pesquisa foi feita entre 8 e 10 de dezembro com 2.016 brasileiros adultos em todas as regiões e estados do país, por telefone.
A pesquisa demonstrou também que os brasileiros têm mais resistência com a vacina chinesa do que de outros lugares. Metade dos entrevistados respondeu que não tomaria o imunizante da China.
Por isso, Dória e o próprio instituto Butatan vem fazendo campanha para tirar a ideia de que a vacina da China é ruim. O governador de São Paulo começou a chamar o imunizante de vacina do Brasil.