Retrospectiva 2020: frases polêmicas de Bolsonaro sobre a pandemia
O presidente se mostrou negacionista com relação ao perigo do novo coronavírus durante muito tempo, por isso, várias de suas falas foram consideradas desrespeitosas.
Retrospectiva 2020 – Durante a pandemia do coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) teve muitas falas polêmicas. Além disso, o parlamentar desrespeitou as recomendações e medidas de segurança ditas pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Várias de suas frases foram consideradas insensíveis e anacrônicas devido ao momento que o Brasil e o mundo estavam, e seguem, passando. Confira quais foram as frases mais polêmicas de Bolsonaro com relação à COVID-19.
Retrospectiva 2020 e a “gripezinha”
No dia 24 de março, quando o país registrava 10 mortes por coronavírus e várias cidades já estavam em quarentena Bolsonaro se pronunciou dizendo que o vírus não seria nada demais. O presidente disse que a contaminação por coronavírus seria como uma “gripezinha” ou “resfriadinho” e disse que, se ficasse doente, não sofreria, pois tem um histórico de atleta.
Apesar do presidente ter negado chamar a doença de gripezinha durante uma live no Facebook, o vídeo do momento prova o contrário.
Assista ao pronunciamento de Jair Bolsonaro sobre crise do coronavírus
O presidente Jair Bolsonaro criticou, em pronunciamento em rede nacional na noite desta terça-feira (24), o fechamento de escolas e comércios. Ele ainda comparou a contaminação por coronavírus a uma “gripezinha” ou “resfriadinho”. Leia mais: https://www.bbc.com/portuguese/brasil-52028945 Curtiu? Inscreva-se no canal da BBC News Brasil!
“O brasileiro tem de ser estudado, não pega nada”
No começo da pandemia, no dia 26 de março, o presidente fez uma das primeiras declarações polêmicas na residência oficial do Palácio da Alvorada. Bolsonaro afirmou que “O brasileiro tem de ser estudado, não pega nada. O cara pula em esgoto, sai, mergulha e não acontece nada.”. Esse seria um dos motivos que o vírus não iria se proliferar aqui como nos outros lugares.
“E daí?”
Ainda no final do mês de abril, quando questionado novamente sobre o número crescente de mortes no Brasil, Bolsonaro respondeu a seguinte frase:
“E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre”, disse, em referência ao seu nome, Jair Messias Bolsonaro.
Sua declaração foi considerada por muitos como insensível às mortes que estavam em alta no momento e passavam de 2500.
‘Não sou coveiro”
Em abril deste ano, durante uma coletiva, um jornalista questiona ao presidente sobre o número de mortes por COVID-19. Bolsonaro, então, interrompe a pergunta e afirma “Ô, cara, quem fala de… Eu não sou coveiro, tá certo. O jornalista ainda tenta fazer outra pergunta, mas o presidente responde a mesma “não sou coveiro, tá?”.
Na época, o Brasil já registrava mais de 2500 mortes pela doença.
“Todo mundo vai morrer um dia”
No dia 29 de abril, após voltar de um passeio com aglomeração de pessoas, o presidente afirmou que era preciso enfrentar o vírus “como homem e não como moleque”, pois era a realidade. Além disso, completou com a frase que repercutiu “Vamos enfrentar o vírus com a realidade. É a vida. Todos nós iremos morrer um dia.”.
‘Vacina obrigatória só aqui no (cachorro) Faísca’
Bolsonaro já vinha se posicionando contra a vacinação obrigatória de toda a população. Em agosto já tinha afirmado que ninguém seria obrigado a se vacinar.
Então, dia 24 de outubro, o presidente fez uma piada com o tema. “Vacina obrigatória só aqui no Faísca”, disse em selfie com seu cachorro em uma postagem em redes sociais. Veja o post abaixo:
https://www.instagram.com/p/CGvkaoPhsUz/
“Mais uma que Jair Bolsonaro ganha”
O presidente já disse ser contra a vacinação obrigatória no país, além de já ter se colocado contra a fabricante da vacina chinesa Sinovac. Bolsonaro afirmou que “Da China nós não compraremos. É decisão minha. Eu não acredito que ela transmita segurança suficiente para a população pela sua origem. Esse é o pensamento nosso”.
Em novembro, os testes da vacina tiveram de ser pausados por conta da morte de um dos voluntários no processo. Então, o presidente publicou a seguinte mensagem em sua rede social “Morte, invalidez, anomalia. Esta é a vacina que o Dória queria obrigar a todos os paulistanos tomá-la. O Presidente disse que a vacina jamais poderia ser obrigatória. Mais uma que Jair Bolsonaro ganha”,.
Dias depois foi confirmado que a causa da morte do voluntário foi suicídio e os testes foram retomados.
Retrospectiva 2020: “país de maricas”
Uma das últimas falas polêmicas do presidente foi dita durante uma cerimonia de lançamento de um programa federal de turismo em novembro. Bolsonaro disse a seguinte frase.
“Não adianta fugir disso, fugir da realidade. Tem que deixar de ser um país de maricas. Olha que prato cheio para a imprensa. Prato cheio para a urubuzada que está ali atrás. Temos que enfrentar de peito aberto, lutar. Que geração é essa nossa?”