Quem indicou Alexandre de Moraes para o STF?
A atuação de Alexandre de Moraes, ministro do STF, na repressão de ações antidemocráticas tem levantado acusações de imparcialidade por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro
A atuação de Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) na repressão de ações antidemocráticas praticadas por bolsonaristas, tem levantado informações falsas sobre a trajetória dele e também sido alvo de acusações de imparcialidade por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro. Afinal, quem o indicou para assumir uma posição no STF?
Alexandre de Moraes é filiado ao PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira), partido tido como sendo de centro-direita, e foi indicado ao STF em 2017 pelo ex-presidente Michel Temer, que na época recebeu apoio do partido e da maioria do PMDB, atual MDB (Movimento Democrático Brasileiro).
Moraes tomou posse em 22 de março de 2017 e, antes disso, atuava como ministro da Justiça do governo Temer. A decisão foi considerada no Planalto como uma “escolha do coração”, pela proximidade de Temer e o ministro na época.
Ele só assumiu a posição porque uma das cadeiras da Corte era ocupada pelo ministro Teori Zavascki, que morreu em um acidente de avião. Em 2023, Alexandre de Moraes completa 6 anos como membro do STF e, atualmente, exerce o cargo de presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), conduzindo a Corte Eleitoral até junho de 2024.
Currículo de Alexandre de Moraes
Natural da cidade de São Paulo, nasceu no dia 13 de dezembro de 1968. Concluiu a faculdade de Direito em 1990, pela Universidade de São Paulo (USP), onde também concluiu o doutorado em Direito do Estado em 2000. Ele também conquistou o título de livre-docente em Direito Constitucional pela mesma universidade em 2001.
Alexandre de Moraes também é professor em outras universidades do estado de São Paulo e em várias escolas da magistratura, do Ministério Público, de procuradorias e da Ordem dos Advogados do Brasil.
Em 1991 ele iniciou sua trajetória no Ministério Público do Estado de São Paulo, atuando em vários órgãos públicos até se tornar ministro da Justiça do governo Temer e, assim, ser indicado ao STF.
Trajetória na política
No passado, Alexandre de Moraes ocupou cargos importantes na prefeitura e no governo de São Paulo. Aos 33 anos, em 2002, foi escolhido por Geraldo Alckmin (PSDB) para se tornar secretário de Justiça e Defesa da Cidadania do Estado, sendo a pessoa mais jovem a ocupar essa função.
Em 2005 ele passou a integrar a primeira composição do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e, logo depois, trabalhou na gestão de Gilberto Kassab (PSD) na Prefeitura de São Paulo.
Ele participou da administração de Kassab exercendo funções como a de presidente da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), presidente da SPTrans e secretário de Serviços e de Transportes.
Voltou a trabalhar com Alckmin em 2015, agora como secretário da Segurança Pública, e foi fortemente criticado durante esse período por causa da atuação agressiva da polícia em diversos episódios sob sua gestão, acabando sendo alvo de protestos de movimentos sociais.
O passado político de Alexandre de Moraes também foi motivo de muitas críticas ao ser escolhido para compor o quadro do STF, em 2017. Muitos comentaristas políticos avaliaram na época que isso poderia demonstrar possível imparcialidade do magistrado na condução de investigações e processos que viriam a ser conduzidos por ele.
Apesar de suas antigas ligações com o PSDB e com políticos de centro-direita, Moraes atualmente é alvo de fake news, críticas e rejeição por grande parte da direita brasileira devido sua atuação contra manifestações antidemocráticas protagonizadas por seguidores de Jair Bolsonaro em todo o Brasil.
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