Quem é Domingos Brazão e qual sua relação com o PT?
Domingos Brazão é apontado como mandante da morte de Marielle Franco
Domingos Brazão, 57 anos, foi apontado por Ronnie Lessa, em delação premiada, como um dos mandantes do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes. As informações são do Intercept Brasil.
O nome do ex-deputado surgiu no caso em 2019, quando foi acusado de obstruir as investigações sobre o assassinato de Marielle, ocorrido em março de 2018.
O advogado de Domingos Brazão, Márcio Palma, foi procurado pelo The Intercept Brasil e afirmou que não ficou sabendo da delação. O advogado diz ainda que pediu acesso aos autos, mas lhe foi negado sob a justificativa de que Brazão não era investigado.
Domingos Brazão é do PT?
Domingos Brazão é ex-deputado estadual e atual conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, e não possui nenhuma relação com o Partido dos Trabalhadores (PT). Nascido no Rio de Janeiro, ele é apontado como um líder de um poderoso grupo político da Zona Oeste carioca, dominada pela milícia.
O ex-político começou sua vida pública pelo PL – atual partido do ex-presidente Jair Bolsonaro. Depois, ele passou pelo Avante (antigo PT do B), partido pelo qual disputou a prefeitura do Rio, em 2000. No ano de 2001, filiou-se ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB), partido que ficou até 2015.
Em 2011, foi cassado, por unanimidade, por abuso de poder econômico em julgamento ocorrido no Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Mas uma liminar do ministro Ricardo Lewandowski, do TSE, reverteu a decisão.
Ao longo de cinco mandatos como deputado estadual no Rio, Brazão acumulou polêmicas e suspeitas de corrupção. Em 2015, Brazão se afastou do Palácio Tiradentes e foi empossado conselheiro do TCE do Rio. A eleição do TCE, inclusive, chegou a ser questionada na Justiça. No entanto, o ex-deputado conseguiu sua permanência no cargo, que é vitalício e o salário com benefícios que passam dos R$ 35 mil.
Qual a relação de Domingos Brazão e Bolsonaro?
Uma das ligações entre a família Brazão e Bolsonaro aconteceu em 2022, quando o deputado federal Chiquinho Brazão (União Brasil-RJ), irmão de Domingos, surgiu em um trio elétrico fazendo campanha para ao lado de Flávio Bolsonaro.
Além disso, em 2019, Bolsonaro deu passaporte diplomático aos familiares de Brazão. Na ocasião, Domingos já era investigado no caso Marielle por suspeita de obstruir as apurações sobre o crime.
Em 2014, Brazão chegou a posar com adesivo da campanha de Dilma Rousseff, mas ao lado de Eduardo Cunha. Naquele ano, ele era filiado ao MDB, que na ocasião fazia parte da base do governo, com Michel Temer candidato a vice na chapa.