Primeiro-Ministro do Japão renunciará por motivos de saúde
O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, deve renunciar ao cargo por motivos de saúde, afirma a mídia local. Ele tem sofrido de colite ulcerosa crônica há anos.
De acordo com as autoridades do partido japonês, o primeiro-ministro do Japão renunciará por motivos de saúde.
Shinzo Abe, o primeiro-ministro, sofre de colite ulcerosa, uma doença inflamatória intestinal. Porém, acredita-se que sua condição tenha piorado recentemente.
“Abe pretende renunciar porque sua doença piorou e ele teme que isso vá causar problemas” no governo do país, disse a emissora nacional NHK.
Na segunda-feira (24), ele bateu o recorde de mais longo mandato consecutivo estabelecido por seu próprio tio-avô, Eisaku Sato.
Primeiro-ministro do Japão renunciará novamente
As especulações sobre a possível renúncia de Abe devido a problemas de saúde chegaram ao auge nos últimos dias, depois que ele passou por dois exames médicos não especificados no hospital.
Abe, um conservador de direita, chegou ao poder pela segunda vez em 2012. Antes disso, ele serviu como primeiro-ministro de 2006 a 2007, renunciando após apenas um ano.
Naquela época, ele também citou motivos de saúde. Porém, sua renúncia veio após uma série de escândalos em seu gabinete e uma enorme derrota eleitoral de seu partido no poder.
Avaliações em queda
No entanto, Abe viu recentemente sua popularidade cair para um dos níveis mais baixos de sua gestão.
Parte do descontentamento surge da gestão de Abe da resposta à pandemia do coronavírus. Para muitos ele priorizou a economia em vez da saúde e mostrou falta de liderança.
Além disso, a prisão de um ex-ministro da Justiça e sua esposa, também política, sob suspeita de compra de votos, também afetou a audiência de Abe.
Nesse ínterim, sua política de marca registrada de “Abenomics”, que defende um afrouxamento monetário ousado e gastos fiscais, encontrou obstáculos em meio à queda nas exportações devido à guerra comercial EUA-China.
A pandemia também afetou negativamente a economia, com o Japão experimentando um terceiro trimestre consecutivo de declínios.
Abe também era conhecido por sua intenção de revisar a constituição pacifista do Japão, algo que preocupou muitos japoneses, que creditaram a carta por trazer décadas de paz ao período do pós-guerra.
As suspeitas de que ele defendia um certo militarismo também foram reforçadas por sua visita em 2013 ao Santuário Yasukuni de Tóquio, um memorial aos mortos de guerra do Japão, com centenas de criminosos de guerra condenados entre os homenageados.
Anos depois, ele não visitou o controverso santuário pessoalmente, mas enviou ofertas rituais em seu lugar.