Oposição apresenta novo pedido de impeachment de Bolsonaro
Parlamentares recorrem a mais um pedido para o afastamento do presidente Jair Bolsonaro. Siglas alegam que a irresponsabilidade e a desinformação do governo carrega mortes pela pandemia
O colapso do sistema de saúde do Amazonas, que apenas ontem (15) registrou mais de 3 mil casos de Covid-19, levou os partidos de oposição a decidirem apresentar um novo pedido de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
As legendas divulgaram nesta sexta-feira (15) uma nota anunciando que vão tentar mais uma vez iniciar o processo. O texto é assinado por representantes dos partidos Rede, PSB, PT, PCdoB e PDT, das alas da esquerda e centro-esquerda do congresso.
Por que a oposição pede impeachment de Bolsonaro?
Os congressistas afirmam que Bolsonaro deve ser responsabilizado por deixar o Amazonas sem oxigênio e por ser contrário às medidas de distanciamento social, uso de máscaras e “difundir desinformação”. As siglas consideram “a prática de crimes de responsabilidade em série, que resultaram na dor asfixiante do Amazonas e de milhares de famílias brasileiras”, diz a nota.
Além disso, as legendas culpam Bolsonaro pelo atraso na vacinação no Brasil. Segundo levantamento da Universidade de Oxford, Our World In Data, 50 países já iniciaram a imunização e 28 milhões de pessoas no mundo já estão vacinadas — nenhuma no Brasil. “(…) por sabotar pesquisas e campanhas de vacinação, por desincentivar o uso de máscaras e incentivar o uso de medicamentos ineficazes, por difundir desinformação, além de violar o pacto constitucional entre União, Estados e Municípios”, continua.
Parlamentares pedem fim de férias para o Congresso Nacional
O texto ainda faz apelo ao Congresso Nacional, que também deve cobrar o presidente Jair Bolsonaro por medidas mais rápidas e efetivas para combater a Covid-19. As siglas pedem que o Congresso volte a funcionar normalmente para que medidas contra o presidente possam ser tomadas.
Ainda ontem (15), o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), encaminhou ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), pedido de convocação da Comissão Representativa para discutir a situação de Manaus e o processo de vacinação no País. O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) chegou a protocolar pedido para a suspensão das férias parlamentares. Senadores e deputados federais foram convocados a assinar o requerimento.
“O Brasil está morrendo sufocado por este presidente. Basta! Já passou da hora de o Congresso Nacional, representando a nação, reagir. Defendemos, também, que o Congresso volte a funcionar imediatamente, para aprovar medidas que possam colaborar decisivamente para sanar os graves problemas que vitimam a população do Amazonas e de todo o Brasil”, diz trecho da nota.
Signatários do pedido de impeachment de Bolsonaro
Os signatários são: Carlos Siqueira (Presidente do PSB), Gleisi Hoffmann (Presidente do PT), Luciana Santos (Presidente do PCdoB), Carlos Lupi (Presidente do PDT), José Guimarães (Líder da minoria na Câmara), Joenia Wapichana (Líder da Rede), Alessandro Molon (Líder do PSB), Enio Verri (Líder do PT), Perpétua Almeida (Líder do PCdoB), Wolney Queiroz (Líder do PDT), Carlos Zarattini (Líder da minoria no Congresso).
STF dá 48h para governo apresentar plano para o Amazonas
O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, determinou nesta sexta-feira (15) que o governo federal promova de forma imediata “todas as ações ao seu alcance para debelar a seríssima crise sanitária instalada em Manaus”. A decisão foi tomada perante uma ação apresentada ao Supremo pelo PT e PCdoB. Lewandowski ordenou que o governo apresente em 48 horas um plano “compreensivo e detalhado” com as estratégias para combater a situação de emergência. Segundo o ministro, esse plano deverá ser atualizado a cada 48 horas.
Ele estabeleceu que devem ser fornecidos aos hospitais locais oxigênio e insumos para prestar “pronto e adequado atendimento aos seus pacientes” e, segundo decidiu, “sem prejuízo da atuação das autoridades estaduais e municipais no âmbito das respectivas competências”, dentre outras medidas.