Bolsonaro questiona eficácia das máscaras e faz campanha contra
O presidente comentou que estudos comprovam “efeitos colaterais das máscaras”, mas não completou o discurso já que “tudo deságua nele”. As declarações foram dadas na última live de quinta-feira (25/02), dia em que Brasil registrou o maior número de mortes provocadas pela Covid-19.
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) deu uma declaração polêmica em relação ao uso de máscaras contra a Covid-19 em sua live semanal, transmitida na noite da última quinta-feira (25/02), no canal no Youtube. Bolsonaro falou sobre um suposto estudo que prova efeitos colaterais das máscaras, e também questionou as medidas mais restritivas de isolamento social.
Porém, o que mais chamou atenção, foi que o discurso do presidente aconteceu justamente no dia em que o Brasil registrou um número elevado de mortes por causa da Covid-19, assunto que ser foi citado por Bolsonaro. Segundo o consórcio de imprensa, o país registrou 1.582 óbitos no dia 25 de fevereiro. Até então, o dia mais letal tinha sido 29 de julho de 2020, quando 1.554 brasileiros morreram diagnosticados com o novo coronavírus.
O que pensa Bolsonaro sobre o uso de máscaras
Em seu discurso, o presidente afirmou que tem uma opinião polêmica sobre a proteção com máscaras, recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) desde o início da pandemia. Confira abaixo a declaração dada pelo presidente do Brasil durante a live:
“Começa a aparecer estudos sobre o uso de máscaras. Uma universidade alemã fala que elas são prejudiciais a crianças. E levam em conto vários itens como irritabilidade, dor de cabeça, dificuldade de percepção de felicidade (…) Não vou entrar em detalhes, porque tudo deságua em críticas em mim. Eu tenho a minha opinião sobre máscaras, que cada um tenha a sua. Mas a gente aguarda um estudo mais aprofundado sobre isso por parte de pessoas competentes”.
Bolsonaro crítica as medidas restritivas
“Quem quer auxílio emergencial e a cidade está fechada. Vão cobrar do prefeito, vão cobrar do governador, já que ele quer que você fique em casa eternamente e quer mandar a conta para nós [governo federal] pagarmos”, afirmou Bolsonaro também durante a última live.
A fala do presidente acontece no momento em que milhares de estados e municípios adotam medidas mais restritivas em relação a pandemia da Covid-19. No estado de São Paulo, por exemplo, a partir desta sexta-feira (26/02) passa a valer o toque de recolher a partir das 23h até 5h.
Bolsonaro também defendeu que o brasileiro “que voltar a trabalhar”, e ironizou: “Eu teria o maior prazer de pagar eternamente um salário para todo mundo viver numa boa, sem trabalhar, mas isso não existe”.
Aglomerações
O nome de Jair Bolsonaro está ligado às aglomerações. Isso porque o presidente já causou duas situações controvérsias em relação ao distanciamento social. A primeira delas aconteceu no dia 1º de janeiro, quando Bolsonaro causou aglomeração na Praia Grande, litoral de São Paulo. De jet-ski, o presidente abraçou apoiadores e tirou fotos com banhistas.
O mesmo se repetiu no último dia 15 de fevereiro, quando seria comemorado o feriado de Carnaval. Desta vez o presidente causou tumulto na Praia da Enseada, em Santa Catarina. Novamente Bolsonaro desceu de seu jet-ski e resolveu cumprimentar os banhistas.