Entenda o papel do presidente da Câmara na política brasileira

Um novo presidente da Câmara dos Deputados será eleito no dia 1º de fevereiro, mas como a eleição acontece? Qual a importância do cargo no cenário político do Brasil? Veja as respostas para esses e outros questionamentos.

Na próxima segunda-feira, 1º de fevereiro de 2021, irá acontecer a eleição do novo presidente da Câmara dos Deputados, uma das figuras mais importantes do Congresso Nacional. No cargo desde 2019, Rodrigo Maia (DEM-RJ) encerra a sua contribuição após cumprir o mandato completo, que pela Constituição de 1988 tem com duração dois anos.

A função do presidente da Câmara é importante para o funcionamento da democracia e é capaz de impactar o cenário político como um todo. Confira abaixo como funciona a eleição e as principais informações sobre o cargo tão cobiçado por milhares de deputados.

Imagem mostra a câmara dos deputados irá eleger um novo presidente no dia 1º fevereiro
(foto: divulgação câmara dos deputados)

Qual é o papel do presidente da Câmara dos Deputados?

O presidente da Câmara dos Deputados é o responsável por representar todas as decisões tomadas na Câmara, além de supervisionar os trabalhos legislativos e pauta as votações da casa. Com um alto poder político e influência, o presidente está no segundo na linha de sucessão presidencial, atrás do vice-presidente, em casos extremos, como o impeachment do vice, falecimento, exoneração do cargo, demissão, entre outros. Já o papel da Câmara, segundo a Constituição brasileira, é “representar o cidadão”, “votar em leis” e “fiscalizar o governo federal”.

Estrutura de hierárquica na Câmara

Antes de entender como a votação de um novo presidente acontece, é preciso entender a estrutura de poderes que existe dentro da Câmera dos Deputados.  Entenda cada um delas a seguir:

Mesa Diretora

A Mesa Diretora da Câmara é responsável pela direção dos trabalhos legislativos e dos serviços administrativos da casa. Ela é composta pela Presidência, Secretaria, composta por quatro Secretários e quatro Suplentes. Os membros efetivos da Mesa não podem fazer parte de lideranças e nem mesmo de comissões, sejam elas permanentes, especiais ou de inquérito.

Presidência

Na ausência do presidente da Câmara, que detém o poder máximo da casa, o 1ª Vice-Presidência fica responsável por substituí-lo. Ele pode elaborar pareceres sobre os requerimentos de informações e os projetos de resolução. Por sequência, o 2ª Vice-Presidência assume o controle nas ausências ou impedimentos simultâneos do presidente e do 1º vice.

1ª Secretaria

A Primeira-Secretaria da Câmara possui a missão institucional de exercer a supervisão das atividades administrativas, fazer requerimento de informação a Ministro de Estado ou a qualquer titular de órgão subordinado à Presidência da República; interpretar ordenamento jurídico de pessoal e dos serviços administrativos da Casa, incluindo as decisões dos recursos administrativos.

Quem ocupa: Soraya Santos (PL – RJ)

2ª Secretaria

O Segundo-Secretário é responsável, dentre outras funções, por promover estágios, organizar e conceder a Medalha Mérito Legislativo e o Prêmio Dr. Pinotti, além de providenciar passaporte diplomático.

Quem ocupa: Mário Heringer (PDT-MG)

3ª Secretaria

O escolhido responsável por ocupar o cargo tem como principais funções; autorizar previamente o reembolso das despesas com passagens aéreas, no interesse do mandato parlamentar, no caso de afastamento do território nacional e examinar os requerimentos de licença e justificativa de faltas, encaminhando à decisão da Mesa aqueles que constituírem casos omissos.

Quem ocupa: Expedito Netto (PSD-RO)

4ª Secretaria

A pessoa ocupa este cargo tem como principais funções; supervisionar o sistema habitacional da Câmara dos Deputados; distribuir as unidades residenciais aos deputados; propor à Mesa a compra, venda, construção e locação de imóveis; encaminhar à Diretoria-Geral concessão de auxílio-moradia aos deputados.

Quem ocupa:  André Fufuca (PP-MA)

Suplentes

Os Suplentes são designações de 1ª, 2ª, 3ª  e 4ª Secretarias. Eles são os responsáveis por substituir os secretários em suas faltas,  e fazer nas reuniões da Mesa.

Como funciona a eleição do presidente da Câmera?

Rodrigo maia culpa bolsonaro pelas 200 mil mortes por covid-19 no brasil
(foto: antônio cruz/agência brasil)

Considerado o “primeiro entre os representantes do povo brasileiro”, o presidente da Câmara é eleito por votação entre os próprios deputados federais. Assim como ele, os demais membros da Mesa Diretora, Secretários e Suplentes também são votados. A reeleição é proibida pela Constituição.

Entretanto, a votação é secreta e realizada através de um sistema eletrônico. Segundo o Regimento Interno da Câmara dos Deputados do Brasil (RICD), a eleição é dividida em dois escrutínios, opondo no segundo, os dois candidatos mais votados no primeiro escrutínio.

Quanto ganha o presidente da Câmara?

O salário do presidente da Câmara dos Deputados é de R$ 33.763, desde 2014. O valor de subsídio é o mesmo pago aos Ministros do Estado, do Supremo Tribunal Federal, do Presidente e do Vice-Presidente da República. Mas ao contrário do salário comum, o subsídio é composto por uma parcela única e não pode ter acréscimos adicionais ou abonos, de acordo com Decreto Legislativo nº 276/2014).

O poder do impeachment

Previsto na Constituição federal, o impeachment, ou afastamento de um parlamentar executivo de seu cargo por de crimes de responsabilidade, é uma das principais funções do presidente da Câmara, o responsável por verificar a denúncia e validá-la.

O presidente tem como direito negar o pedido, se achar coerente, e assim a denúncia pode ser arquivada. Ao contrário, ele pode dar continuidade e formar uma Comissão Especial, constituída por representantes de todos os partidos, para análise. Um exemplo disso é o afastamento da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), legitimado pelo então presidente Eduardo Cunha, em 2016.

Imagem mostra dilma rousseff
Reprodução/agência brasil

Nos últimos meses, Rodrigo Maia tem sofrido bastante pressão tanto pela população como por líderes políticos, para abrir as mais de 60 denúncias e pedidos de impeachment do atual presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Segundo informações da Agência Câmara de Notícias, Maia ressalta que o momento atual “não é de discussão do impeachment” e que o foco do Parlamento precisa ser o combate à pandemia da Covid-19 e seus efeitos sociais e econômicos.

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