Eleições São Paulo 2020: Tudo sobre Joice Hasselmann, ex-aliada de Bolsonaro
O Partido Social Liberalista (PSL) oficializou a candidatura de Joice Hasselmann à prefeitura de São Paulo no pleito de 2020. Eleita em 2018 para um cargo na Câmara, a deputada federal foi líder do atual governo e entrou na política após um convite de Jair Bolsonaro
A poucos meses das eleições municipais de 2020, a corrida pela Prefeitura de São Paulo já tem diversos nomes confirmados, entre eles está Joice Hasselmann (PSL). Na lista para concorrer ao cargo de administrador da maior cidade do país também está o prefeito Bruno Covas (PSDB), o ex-governador Márcio França (PSB), o ex-secretário municipal Jilmar Tatto (PT), os deputados Celso Russomanno (Republicanos) e o ex-presidenciável Guilherme Boulos (PSOL).
A seguir, conheça a trajetória de Joice Hasselmann (PSL), ex-aliada da família Bolsonaro:
Quem é Joice Hasselmann?
Joice Cristina Hasselmann, de 42 anos, é jornalista e política brasileira. Teve uma participação ativa nas manifestações contra o governo de Dilma Rousseff e o PT. Em 2018 foi a mulher mais votada para a Câmara dos Deputados da história do Brasil, e tornou-se líder do atual governo.
Hasselmann representa o espectro político de extrema-direita e se declara conservadora.
Joice Hasselmann antes da política
Antes de entrar na política, Joice Hasselmann atuava como jornalista e trabalhou em diversos veículos como CBN, Band, Record e mais notadamente na revista Veja. Neste último, conquistou grande destaque chefiando a TVEJA, um programa online em que a debatia política e tecia críticas contra o PT e o Governo Dilma. A passagem no veículo foi importante em sua consolidação como porta-voz dentro da direita, mas também serviu como berço de uma grande polêmica sobre seu Trabalho.
Em 2015, 23 jornalistas denunciaram Hasselmann ao Comitê de Ética do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná (Sindijor-PR). O motivo da reclamação dos profissionais foi uma série de plágios da repórter durante sua passagem na Veja. Conforme conclusão do Conselho de ética, Joice Hasselmann teria plagiado textos de 42 repórteres em mais de 60 de suas reportagens.
Mesmo com a polêmica, a jornalista não sujou completamente sua reputação e conquistou um papel ativo como voz da direita dentro da política brasileira. Em 2016, participou de uma série de discussões sobre o Impeachment de Dilma Rousseff e escreveu uma biografia de Sérgio Moro (aproveitando o fenômeno político da Operação Lava Jato). No ano seguinte, já liderava manifestações e começou a inserir-se mais ativamente na política. Sua entrada no jogo político ocorreu oficialmente em 2018, Jair Bolsonaro a convidou para candidatar-se a uma vaga pelo PSL.
A eleição de Joice Hasselmann
Em um primeiro momento, Joice Hasselmann era cotada como candidata ao Senado Federal, porém acabou concorrendo a uma vaga como deputada federal. Sua campanha foi impulsionada pela “onda bolsonarista” das Eleições de 2018 – naquele ano, 125 deputados do PSL (na época, partido do presidente) foram eleitos.
Apesar de ter nascido no Paraná, Joice Hasselmann se candidatou por SP. Ela foi eleita naquele pleito com mais de um milhão de votos e teve amplo apoio da família Bolsonaro. Do começo de sua legislatura até outubro de 2019, Hasselmann atuou como líder do governo na Câmara. O fim de sua liderança acabou durante o afastamento de Jair Bolsonaro do PSL, que resultou em sua desfiliação do partido naquele ano.
Seu rompimento com o Presidente Bolsonaro
Joice Hasselmann possuía uma posição de destaque no Governo Bolsonaro, mas a relação entre a deputada e o presidente começou a amargar durante o início do afastamento de Jair Bolsonaro do PSL, a sigla por qual se elegeu. Além disso, a relação de Hasselmann com os filhos do presidente também não estava indo bem.
O estopim ocorreu quando a deputada assinou uma lista de apoio à manutenção de Delegado Waldir como novo líder do PSL na Câmara. Por conta disso, Bolsonaro então decidiu retirar Hasselmann do seu papel de liderança do governo na Câmara.
Após o fato, a deputada federal se tornou parte de uma oposição da direita contra Bolsonaro. Em diferentes ocasiões, se referiu ao presidente por verbos como “burrão”, “grosso” e “farsa”, porém tem adotado um tom menos agressivo recentemente.
“Eu apoiaria o Bolsonaro de novo. Talvez algumas afirmações que eu fiz, que não eram 100% verdadeiras, eu não teria feito e hoje me arrependo um pouco. Mas eu apoiaria ele de novo porque tínhamos dois cenários: Haddad ou Bolsonaro. E, pelo amor de Deus, eu jamais trabalharia pelo PT. O PT é meu inimigo claro, é o PT que eu vou combater”, afirmou Hasselman em entrevista no começo deste ano.
Candidata à prefeitura de SP
Certamente, já que a deputada recebeu mais de um milhão de votos no estado de São Paulo, o nome de Joice Hasselmann parece uma escolha óbvia do PSL. Por isso, o partido confirmou Joice como candidata durante evento. A única questão é que a candidata e seu partido ainda não definiram o nome de um vice ainda. Especula-se que alguns dos nomes considerados para a chapa com Hasselmann são Marcos Cintra (economista), Luís Felipe de Orleans (deputado federal e membro da família real) e Ivan Leão Sayeg (apoiador da Lava Jato).
“O que eu quero para São Paulo é uma São Paulo próspera para todos. Nós temos hoje uma das cidades mais ricas do mundo onde há índices africanos em algumas regiões da cidade, não uma cidade rica para poucos, mas uma cidade próspera para muitos”, afirmou a candidata durante evento de oficialização de sua candidatura.
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