Além do Brasil, quais países usam a urna eletrônica?

Segundo dados do Idea (Institute for Democracy and Electoral Assistance) ao menos 46 países utilizam votação eletrônica em algum tipo de eleição.

Quais países usam a urna eletrônica? Além do Brasil, mais de 40 federações usam a tecnologia. Mas como o aparelho se tornou um símbolo das eleições brasileiras, muita gente não sabe disto. Além do mais, várias fake news são lançadas em torno do equipamento, principalmente nos anos de eleição.

Entenda mais sobre a urna eletrônica e como ela funciona.

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Quais países usam a urna eletrônica?

Dados do Idea (Institute for Democracy and Electoral Assistance) indicam que ao menos 46 países usam a urna eletrônica em algum tipo de eleição (seja nacional, regional ou para escolha de dirigentes sindicais). O que ocorre é que o Brasil conseguiu expandir esta modalidade de voto a quase 100% da população.

Dos países que usam a urna eletrônica, 23 usam urnas com tecnologia eletrônica para eleições gerais e outros 18 as utilizam em pleitos regionais. Dentre eles, 16 usam o aparelho para votação eletrônica de gravação direta, assim como no Brasil. O que quer dizer registram os votos eletronicamente, sem que o eleitor use com qualquer cédula física.

Em 2020, surgiu um boato de que apenas Brasil, Cuba e Venezuela usavam o mecanismo para votação. O que ficou provado que era mentira, já que muitos locais usam essa tecnologia e Cuba não está entre eles, lá a votação é feita por cédulas.

Dentre os locais que usam a urna, é possível citar:

  • México;
  • Peru;
  • Índia;
  • Japão;
  • Coréia do Sul;
  • Canadá;
  • França;
  • Estados Unidos;
  • Suíça;
  • Austrália;
  • Chile;
  • Alemanha;
  • Argentina;
  • Namíbia.

Confira o gráfico oficial do Idea e veja quais países usam urna eletrônica:

Quais países usam urna eletrônica
Quais países usam a urna eletrônica? Gráfico do idea – foto: idea/reprodução

A tradução da legenda é:

  • Em verde estão os países que usam urna eletrônica em eleições nacionais, subnacionais ou nas duas.
  • Em amarelo estão países que não usam a urna eletrônica, mas há estudos a respeito sendo feitos,
  • Em roxo estão os países que nunca usaram a urna eletrônica.
  • Em rosa claro os países que fizeram uso da urna eletrônica, mas abandonaram.

Estados Unidos usam urna eletrônica

Algumas publicações falaciosas apontam os Estados Unidos como um símbolo do voto em cédula e justificam que é mais seguro. Contudo, esse é outro erro. Pelo menos 30 estados americanos têm o voto eletrônico como opção, 18 deles com comprovante de votação.

No país, quem decide a maneira do voto não é a federação, mas os próprios estados. É possível votar de vários formas: cédula impressa, pelos correios – maneira que se popularizou nas eleições de 2020 – e, em alguns lugares, na própria urna eletrônica.

Quem criou a urna eletrônica brasileira?

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Foto: reprodução/tse

A urna eletrônica foi criada em 1996 e a Justiça Eleitoral esteve a frente dos projetos para implementar a opção digital. A ideia era tornar a votação e a apuração mais ágil e eficaz. Em 1985, a ideia teve seu ponta pé inicial e mais certeiro, quando a Justiça exigiu o cadastro único e automatizado dos eleitores. O que evitaria fraudes, pois antes não havia registro do eleitorado.

Na época, o país tinha cerca de 70 milhões de eleitores. A partir daí, criou-se uma comissão dentro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para trabalhar na programação da urna. O grupo era composto por três engenheiros do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), um do Exército, um da Aeronáutica (Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial – DCTA), um da Marinha e um do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD).

Após quase 10 anos de pesquisas e estudos, em 1996, os votos de mais de 32 milhões de brasileiros, um terço do eleitorado da época, foram coletados por mais de 70 mil urnas eletrônicas produzidas para aquelas eleições.

A urna eletrônica é segura?

Sim, o TSE garante ao eleitor que a urna eletrônica é segura. Um dos procedimentos de segurança realizados é feito na véspera da eleição e pode ser acompanhado pelos eleitores. Em audiência pública, algumas urnas são sorteadas para verificação. Esses aparelhos, que já estavam instaladas nos locais de votação, são levadas ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e substituídas por outras. No dia das eleições, as urnas sorteadas são submetidas à votação nas mesmas condições em que ocorreria na seção eleitoral. Mas, em paralelo, cada voto é registrado em uma cédula de papel e, no final, há a verificação. Essa cerimonia é pública e pode ser acompanhada de perto pela população.

Também é possível conferir o boletim de urna, que ao final da votação, se torna um documento público. Em relação a ataques de hackers, o TSE afirma que a urna não pode ser acessada externamente e que não é possível vincular seu sistema à internet. Segundo informações do TSE, a urna brasileira foi criada e pensada no Brasil para os brasileiros, não sofrendo nenhuma influencia externa ao país. Até o momento, nenhuma fraude envolvendo as urnas foi confirmada.

Como funciona a urna eletrônica?

A urna brasileira tem a intenção de ser simples e ágil. Seu design lembra um telefone, com números de 0 a 9, um botão para confirmar, um para corrigir e um para votar em branco. Ao chegar no equipamento, o eleitor digita o número do seu candidato, confere o nome e a foto e aperta “confirma”. Caso queira votar em branco, ele deve apertar o botão “branco”. Se cometer algum erro, basta clicar em corrige para refazer a digitação dos números.

Ao finalizar a votação, a urna eletrônica vai armazenar aquele voto no cartão de memória, mas isso acontece de forma “embaralhada”, para garantir o sigilo do voto.

Nestas eleições, o TSE lançou um simulador de urna eletrônica online. Ao entrar neste link, o eleitor terá acesso a uma simulação idêntica ao aparelho e pode treinar como votar.

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