Guilherme Boulos: quem é e quais as propostas para São Paulo?
O político é militante pelas causas sociais e tenta sua segunda disputa eleitoral. A primeira foi em 2018, quando concorreu para presidente da república.
Ao final da apuração das urnas no dia 15 de novembro, o resultado indicou que Bruno Covas (PSBD) enfrentará Guilherme Boulos (PSOL) no segundo turno da cidade de São Paulo. No começo da campanha Boulos não exibia muita expressividade nas intenções de voto dos paulistanos. Contudo, nas últimas semanas o cenário mudou e o candidato aparece com 20% nas pesquisas eleitorais e confirmou essa porcentagem nas urnas.
Confira um pouco da jornada de Boulos, 50, nome e número que estarão presente nas urnas dia 29 de novembro.
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Quem é Guilherme Boulos?
Guilherme Boulos é bacharel em filosofia e mestre em psiquiatria pela Universidade de São Paulo. Foi criado no bairro de Pinheiros e teve uma infância e adolescência no meio da classe média alta paulistana. Contudo, seu engajamento pelas lutas sociais começou cedo e Boulos questionava a divisão de classes no Brasil ainda quando adolescente. Quando jovem, saiu de seu colégio particular e terminou o ensino médio em uma escola pública perto de casa. O candidato do PSOL ingressou da União da Juventude Comunista aos 15 anos e não parou de engrossar movimentos sociais e políticos no Brasil.
O candidato é casado com Natalia Szermeta e pai de duas filhas, Sofia e Laura.
Qual a profissão de Boulos?
O candidato à prefeitura é formado em filosofia, depois se especializou em Psicologia Clínica e fez mestrado em Psiquiatria. Guilherme Boulos também é historiador e já trabalhou como professor na rede pública de ensino de São Paulo.
Engajado em lutas sociais, Boulos é coordenador do MTST e da Frente Povo Sem Medo. Além disso, Boulos também é escritor, tem dois livros publicados chamados: “Por que ocupamos? Uma introdução à luta dos sem-teto” e “De que lado você está? Reflexão sobre a conjuntura política e urbana no Brasil”. Também já escreveu colunas em jornais como a Folha de S.Paulo.
Quem são os pais de Boulos?
Os pais de Guilherme Boulos são Maria Ivete Castro Boulos e Marcos Boulos. Ambos médicos infectologistas e professores da Universidade de São Paulo (USP) e residem na capital paulista.
Onde Guilherme Boulos mora?
Boulos, depois de casar-se com Natalia Szermeta, que conheceu em 2005 em uma ocupação do MTST, se mudou para o bairro do Campo Limpo. A ideia era ficar próximo da família de Natalia para que os pais dela pudessem cuidar das filhas do casal, enquanto eles trabalhavam. Contudo, nunca saíram de lá. O candidato é o único, entre as principais posições, que escolheu residir em um bairro periférico de São Paulo. Em entrevista à Folha de S.Paulo o candidato contou que não pretende sair do Campo Limpo, localizado no extremo sul da cidade. Mas que quer levar a prefeitura até os bairros afastados do centro.
Além disso, tem o menor patrimônio declarado, que é seu carro Celta, avaliado em cerca de 15 mil reais, e uma conta bancária com aproximadamente 500 reais.
Relação com o MTST
Seu nome começou a ser divulgado em 2003, quando coordenou a ocupação de um terreno da Volkswagen. Segundo o MTST, “a terra estava improdutiva havia anos”. Embora tenha continuado atuando pelo movimento, Boulos voltou a ser destaque na Copa de 2014 quando ele coordenou a Ocupação Copa do Povo. A iniciativa do MTST tinha a missão de mostrar como os investimentos feitos na região do Itaquera para a Copa do mundo não beneficiaram o povo da região. Depois teve mais visibilidade no meio acadêmico e nos veículos de comunicação. Em 2018, se filiou ao PSOL e se candidatou à presidência da republica. Contudo, teve apenas 617 mil votos – o pior resultado do PSOL em um pleito pela presidência.
Propostas de Guilherme Boulos
As propostas do candidato estão voltadas às pautas sociais e integração da cidade. Boulos defende que o maior problema atual é a desigualdade, por isso, pretende combate-la, se eleito. Ele propõe medidas de combate ao racismo, como constituir o Fundo Municipal de Políticas de Combate ao Racismo com um percentual fixo do orçamento municipal e também visa impedir a homenagem a figuras históricas relacionadas a escravidão no país em monumentos e nomes de locais públicos.
O candidato afirma que fará uma reforma tributária progressista, com aumento de impostos direitos para pessoas com maior renda. Visa criar o Programa de Renda Solidária, reestruturando e ampliando o programa existente para garantir que nenhuma família vulnerável em São Paulo fique sem uma renda mínima. Ele afirma que quer melhoras as áreas abandonadas da cidade.
Na educação quer que o analfabetismo funcional em São Paulo chegue à taxa zero. Pretende desenvolver programas de formação continuada para os profissionais da educação visando ativa participação no combate ao preconceito e à discriminação. Além de propor política de educação bilíngue para surdos, com a participação deles e de suas famílias, fortalecendo as EMEBS e o ensino de libras na rede municipal.
Líder de engajamento nas redes sociais nas eleições 2020
O cenário eleitoral mudou bastante em 2020 para Boulos e para o PSOL. Depois do resultado desfavorável nas últimas eleições, o candidato conseguiu reunir votos e expressividade em São Paulo. Segundo as últimas pesquisas, Boulos estará presente no segundo turno. A chapa é completada por Luiza Erundina. A vice foi a primeira prefeita da capital paulista, em 1988.
Seu crescimento se deve ao uso das redes sociais como motor de impulsionamento. Com apenas 17 segundos de propaganda eleitoral, o candidato recolheu às mídias para fazer sua campanha e garantir votos, que o levou ao segundo turno. Guilherme Boulos se manteve ativo no Twitter e criou quadros explicando seus posicionamentos e propostas, como o “Café com Boulos” e o “Se vira nos 50”, em que responde a uma pergunta em 50 segundos. Confira o quadro no vídeo abaixo: