Eleições 2020 SP: entrevista com Arthur do Val, candidato à Prefeitura de São Paulo
Conhecido como Mamãe Falei, Arthur do Val é o candidato do partido Patriota para a prefeitura nas Eleições 2020. Antes de entrar de fato na política, Arthur postava em seu canal no Youtube vídeos críticos à diversos aspectos da política brasileira.
Conhecido como Mamãe Falei, Arthur do Val, de 34 anos, é o candidato do partido Patriota para a prefeitura nas Eleições 2020 SP. Antes de entrar de fato na política, Arthur publicava em seu canal no YouTube vídeos críticos à diversos aspectos da política brasileira, especialmente à esquerda.
Em 2018, ele eleito deputado estadual no Estado de São Paulo pelo DEM (Democratas) com 470.606 votos; o segundo mais votado, atrás apenas de Janaina Paschoal (PSL). Mamãe Falei também faz parte do MBL (Movimento Brasil Livre). Em entrevista ao jornal DCI sobre as eleições 2020 SP, o candidato à Prefeitura da Capital paulista diz que será um prefeito de verdade.
Eleições 2020 SP: entrevista com Arthur do Val
Qual será sua principal mudança ao estilo da Prefeitura atual?
Arthur do Val: a principal mudança é que o prefeito não é um prefeito. Aqui em São Paulo, nós temos um prefeito que vai para a balada enquanto tem enchente. A gente tem prefeito que trava cruzamento em meio à pandemia, cria rodízio, loteia casa de subprefeitura para seus amigos políticos e dá a diretoria de um hospital de periferia para um réu da Lava Jato (Cândido Vaccarezza). A principal diferença entre o Bruno Covas e eu é a índole, e em segundo lugar a vontade de ser prefeito de verdade. Não ficar brincando de ser poderoso.
Como você ajudaria o comércio e indústria na retomada das atividades pós-pandemia?
Arthur do Val: em nenhum momento a gente vai flertar sequer com auxílio ou esmola paga com o direito de imposto. O nosso auxílio é como te falei, desburocratização e acabar com essas políticas ideológicas. Aqui em São Paulo, Bruno Covas travou cruzamento, implementou rodízio, enfim, ele faz tudo que atrapalha a iniciativa privada. O papel do poder público não é encher o saco de quem quer trabalhar ou empreender, mas sim gerar emprego e renda. Então, de fato, aqui a gente deve abrir tudo, todos os comércios, sem restrição de horário, e desburocratizar para que novos comércios surjam. Além disso, é claro, nós temos que trazer todo tipo de inovação tecnológica. Inclusive, no setor de transportes que é tão dominado pelas máfias que travam o progresso de nossa cidade.
Empreendedorismo – eleições 2020 SP
Atualmente, como reflexo da pandemia, há um rombo orçamentário de R$ 9,6 bilhões na Prefeitura. Como você resolveria esse problema em sua gestão?
Arthur do Val: Revisando o Plano Diretor – porque nós temos aqui a chance histórica de fazer essa revisão – para que a gente aproveite o potencial construtivo dos terrenos. Isso dá uma transformação na cidade no sentido de você trazer toda a atividade imobiliária e as pessoas para as regiões centrais. Dessa forma, barateando o custo de infraestrutura social para atingir a população, já que as pessoas já vão estar nos lugares melhores para se morar em São Paulo; diferente do que acontece hoje, com um Plano Diretor elitista que não permite construções e empurra as pessoas para as periferias. Além disso, nós vamos trazer o Plano Locomotiva, que é um plano de desburocratização. Acabar com a TFA (Taxa de Fiscalização de Anúncios), TFE (Taxa de Fiscalização de Estabelecimentos), zerar o ITBI (Impostos de Transmissão de Bens Imóveis), diminuir outorga oleosa e trocar esse intuito que a Prefeitura tem de que o empreendedor deve correr atrás da Prefeitura para ser licenciado e trabalhar. Vai funcionar por termo de adesão e compromisso. É a Prefeitura que tem que correr atrás de fiscalizar, e não o empreendedor atrás de ser licenciado
Como funcionaria a extinção do ITBI?
Arthur do Val: Na verdade, hoje, o Hélio Beltrão está desenhando o Plano Locomotiva, que deve ser finalizado no máximo nesta semana ou semana que vem. Nós temos o plano de zerar ITBI. A arrecadação dele, hoje, está em torno de dois bilhões de reais, só que não é assim que funciona, no esquema quanto mais você cobra mais arrecada. Aqui em São Paulo, o Haddad aumentou o ITBI em 33%. Nós podemos sim ir diminuindo isso gradativamente, até que zere, estimulando toda a atividade imobiliária. Quando o plano diretor mais permissivo for implantado aqui em São Paulo (faz mais de 40 anos que não temos um plano diretor permissivo), nós vamos ter a exploração de vários terrenos aqui na cidade, que hoje, por conta de lei, ficam parados. Então, isso vai dar um boom na arrecadação.
Qual seria a relação do Município em seu mandato com a iniciativa privada?
Arthur do Val: Olha, o Município não tem que ficar pagando de consultor de negócios. Você vê o plano do Celso Russomanno, ele diz ali de casar o grande com o pequeno e não sei o que. Toda vez que o poder público flerta com o direcionamento do mercado ele é autoritário e atrapalha. Ponto. Portanto, o papel da Prefeitura em relação ao empreendedor é deixar o empreendedor livre para fazer o que mais sabe, que é ganhar dinheiro.
O papel da Prefeitura em relação ao empreendedor é deixar o empreendedor livre para fazer o que mais sabe, que é ganhar dinheiro.
Redução do número de secretarias
Você quer reduzir o número de secretarias da Prefeitura. Como isso funcionaria?
Arthur do Val: Hoje a gente tem muita secretaria, atualmente são 26. Nós queremos reduzir para 10. No Plano de Governo, eu até cito que muitas delas iremos fundir uma na outra. E, mais do que enxugar as secretarias, nós devemos enxugar os cargos comissionados em subprefeitura. Só de cargo comissionado na subprefeitura, nós estamos falando de um gasto de cerca de meio bilhão de reais por ano. Então, redução de mamata e carguinho para amigo do rei. Isso se faz, não só em secretaria, mas também subprefeitura e diversas empresas estatais. Nosso plano de governo é bem austero e diz ali, claramente, que com 10 secretarias a gente consegue tocar a cidade.
Combate à corrupção e tráfico de drogas
Como você pensa em combater as problemáticas da Cracolândia?
Arthur do Val: Cracolândia é o seguinte, nós temos a chance histórica agora de, realmente, fazer a revisão do Plano Diretor. Isso traz vida para o centro, e faz com que o paraíso dos traficantes, que utilizam aqueles prédios como fortaleza, tenha valor de mercado, portanto possam ser explorados comercialmente. E para os usuários de drogas, nós temos que descentralizar os equipamentos sociais. Quando você centraliza, você quebra os laços afetivos que essas pessoas têm com seus bairros de origem, professores, amigos de infância e familiares, e joga essas pessoas para serem utilizadas como escudo de traficante. Portanto, a minha proposta é revisão do Plano Diretor para revitalizar o local, descentralização do equipamento social, e, por fim, a utilização da inteligência da Polícia Municipal (nós vamos transformar a Guarda Civil Metropolitana em Política) para identificação e captura dos traficantes.
Você também propõe a criação de uma agência municipal com foco em combate à corrupção. Qual seria o foco desta agência?
Arthur do Val: O foco dessa agência será, justamente, fazer investigações randômicas ou sob denúncia de membros da máquina pública. Ela é de fiscais da Prefeitura, fazendo análises de patrimônio de maneira completamente independente e sem um dedo do prefeito, pois aí você não tem travas políticas para fazer o trabalho técnico. Então, de fato, essa agência pode ter ali sua independência e fazer investigações paralelas ao Ministério Público, para ajudar este órgão e o combate à corrupção. Isso geraria algum custo para a Prefeitura? Na verdade, nada. Zero. Essas pessoas já trabalham máquina pública e dentro das forças policiais. É basicamente a criação de uma agência com pessoas que hoje já tem cargo público e podem ser designadas para essa função mais específica.
E escolher essas pessoas com confiança seria um desafio?
Arthur do Val: Não acho que seja um desafio, porque são pessoas escolhidas tecnicamente. Como te falei, se é uma agência independente, a criação dela depende do prefeito, mas a partir disso não depende mais. Os próprios agentes irão tocá-la.
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