Eleições 2020: cresce candidatura de mulheres indígenas pelo Brasil
Candidatura de mulheres de origem indígena cresceu 49% nestas Eleições 2020 em relação a 2016. Principal motivo da procura para as candidaturas se deve aos direitos dos povos indígenas dificultados pelo presidente Bolsonaro.
As Eleições 2020, ao qual concorrem os candidatos a prefeitos e vereadores, já possui um marco histórico para as mulheres: pela primeira vez, a disputa possui mais candidatas negras que brancas. Outro recorde, no entanto, foi atingido: as candidaturas de mulheres indígenas nestas eleições cresceram 49% em relação a 2016. O levantamento é do Elas no Congresso, plataforma d’AzMina de monitoramento legislativo dos direitos das mulheres, com base nos dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
No geral, o número de candidatos indígenas cresceu quase 27% nestas Eleições 2020 e a alta se deve em relação as ameaças do presidente Jair Bolsonaro aos direitos dos povos indígenas. Bolsonaro vem cumprindo a promessa que fez em sua campanha, de não demarcar territórios ocupados por índios. Desde o começo de seu mandato, ele vem também tomando decisões que enfraquecem a Funai – órgão de proteção ao povo indígena no país. E, mais recentemente, definiu vetos a lei que prevê medidas de proteção para comunidades indígenas durante a pandemia ocasionada pela covid-19.
Menor tempo de mídia é dificuldade durante as Eleições 2020
Mulheres indígenas têm esbarrado em dificuldades em suas campanhas – com menor tempo de exposição na mídia, além de privilégios dos partidos a outros candidatos. Contudo, nestas Eleições 2020, a maioria das candidaturas de mulheres indígenas é ao cargo de vereadora (a cada 250 candidatas mulheres, uma é de origem indígena). Já na disputa pela prefeitura, ( a cada 417 candidaturas femininas ao cargo, uma é mulher indígena) – totalizando seis pelo Brasil.
Em 2016, 28 vereadoras indígenas assumiram o posto em todo o país e apenas uma prefeita. A única prefeita eleita, Lili (DEM), em Marcação (Paraíba), é candidata à reeleição e uma das seis mulheres indígenas concorrendo à prefeitura nas Eleições 2020. Com perfis diferentes, as prefeituráveis indígenas estão distribuídas em diferentes partidos e espectros políticos. São elas: a já citada Lili (DEM); Prof Mariazinha (PSL), em Santa Isabel do Rio Negro (AM); Nina Cacique (PCdoB) em Pariconha (AL), Professora Claudete Oliveira (PT) em Eldorado (RS), Danielle Bornia (PSTU) em Niterói (RJ); e Irmã Lila (PSDB) em Canguaretama (RN).