Bolsonaro sobre próprio impeachment: ‘vai botar quem?’

Alvo de muitas críticas devido a condução do governo durante a pandemia da Covid-19, Jair Bolsonaro comentou pela primeira vez nesta segunda (08/02) sobre os pedidos de impeachment solicitados na Câmara dos Deputados.

Nesta segunda-feira, 8 de fevereiro, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) quebrou o silêncio sobre a possibilidade de sofrer impeachment. Em conversa com apoiadores no Palácio da Alvorada, Bolsonaro comentou sobre a situação, e questionou o que aconteceria caso seu mandato fosse alvo de impeachment.

“Vai resolver o quê? Quer me tirar e quer botar quem no lugar? Quer botar quem no lugar?”, indagou Bolsonaro, sem citar o nome do seu vice-presidente, Hamilton Mourão, o próximo na linha de sucessão no caso de impedimento do atual presidente de governar.  Para completar, Bolsonaro também afirmou que “tem humildade para satisfazer qualquer sugestão”, ao se referir sobre seu substituto.

Bolsonaro pode sofrer impeachment?

Imagem mostra bolsonaro discursando sobre mudanças na petobras e da taxa icms
(foto: marcelo camargo/agência brasil)

Atualmente, existem mais de 60 pedidos formalizados na Câmara dos Deputados que pedem o impeachment de Bolsonaro. Segundo publicação da revista VEJA, as solicitações foram realizadas ao longo dos últimos dois anos, desde que assumiu o cargo em janeiro de 2019. Com a pandemia da Covid-19 no Brasil em 2020, o governo de Bolsonaro recebeu ainda mais críticas por sua condução e assim, o termo “impeachment” reapareceu no vocabulário do brasileiro nos últimos meses.

A pesquisa CNI-Ibope feita no começo de dezembro de 2020 mostrou que a popularidade de Bolsonaro só se mantém estável em cidades com até 50 mil habitantes. Tal dado foi confirmado pelo Datafolha, ainda no mês anterior, marcou uma rejeição de 50% somente no estado de São Paulo. No Rio de Janeiro, o governo Bolsonaro marcou 42% de rejeição entre a população.

Apesar do descontentamento popular, cabe ao presidente da Câmara avaliar se os pedidos de impeachment são válidos ou não. No entanto, quem assumiu a Casa no dia 1º de fevereiro foi Arthur Lira (PP-AL), aliado de Bolsonaro. Lira recebeu apoio amplo do presidente durante sua campanha pré-eleitoral na Câmara. Ele também o terceiro na linha de sucessão presidencial em caso de impeachment de Bolsonaro e Mourão.

Relação de Bolsonaro e Mourão

Mourão diz que não existe racismo no brasil
O vice-presidente disse que nos eua existe racismo, mas no brasil, não. (foto: antonio milena/veja)

Apesar dos boatos de que a relação de Jair Bolsonaro e seu vice, Hamilton Mourão, esteja “abalada”, em recente entrevista ao Estadão, o general se posicionou contra o impeachment do presidente. Segundo ele, “aqui no Brasil qualquer coisa é impeachment” e pediu para que deixasse “o cara governar”, sem citar o nome de Bolsonaro.

No dia 26 de janeiro, uma fala de Mourão à CNN Brasil fez com que se especulasse ainda mais sobre a atual situação da relação de Bolsonaro e seu vice. Na ocasião, o general afirmou que “fazia falta” conversas com o presidente e consultas sobre as decisões do governo federal.

No dia 15 de janeiro, mesma semana em que a cidade de Manaus, no Amazonas, sofreu com a falta de oxigênio nos leitos hospitalares de pacientes diagnosticados com coronavírus, Mourão disse à imprensa que o “governo estava fazendo além do que podia dentro dos meios que dispõe”, em relação à crise.

A atuação do governo Bolsonaro durante a pandemia está entre os principais motivos para os novos pedidos de impeachment neste ano. Na opinião de Mourão, medidas mais restritivas enquanto a situação da Covid-19 não funcionam no país. O vice-presidente afirmou também que “imposição de disciplina em cima do brasileiro não funciona muito”.

Diferente de Bolsonaro, o general disse que pretende se vacinar o novo coronavírus. Ainda discordando dos princípios do governo de Bolsonaro, que defendem a ideia da não obrigação da vacinação, o vice-presidente disse que “a vacina é para todo o país” e é “uma questão coletiva.”

Rodrigo Maia e impeachment de Bolsonaro

Processo de impeachment câmara dos deputados
Rodrigo maia (foto: agência brasil)
Em suas últimas semanas sob o comando da Câmara, Rodrio Maia (DEM-RJ) chegou a ameaça aceitar pedidos de impeachment de Jair Bolsonaro. O presidente da câmara debateu sobre acatar ou não as denúncias, mas no fim, não levou o discurso adiante. Decisão não agradou opositores do governo federal, que chegaram a apontar uma “falta de coragem de Maia”.
Semanas antes, em entrevista coletiva concedida à imprensa no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo, Rodrigo Maia havia afirmado que seria “inevitável” lidar com a questão [do impeachment] em breve. “Eu acho que esse tema de forma inevitável será discutido pela casa no futuro. Temos de focar no principal, que agora é salvar o maior número de vidas, mesmo sabendo que há uma desorganização e uma falta de comando por parte do ministério da Saúde”, disse Maia, ao lado de João Dória, governador de São Paulo.
Eleito o novo presidente da Câmara dos Debutados, Arthur Lira é o único responsável por tal decisão.  
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