Bolsonaro exigiu que Ludhmila Hajjar não fizesse lockdown
Com saída de Eduardo Pazuello da pasta da Saúde, Jair Bolsonaro conversou com a médica Ludhmila Hajjar para assumir ministério. Detalhes das reuniões entre os dois foram divulgadas, e Bolsonaro teria questionado a profissional sobre opiniões políticas como a do lockdown.
O site Poder360 divulgou detalhes sobre a conversa do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e a médica Ludhmila Hajjar, cotada para assumir o ministério da Saúde. Segundo apurações, Bolsonaro teria exigido que Ludhmila não fosse a favor do lockdown. Critério seria decisivo para sua nomeação como nova ministra. Além disso, o presidente teve um palavreado pra lá de informal com a médica, dizendo até palavrão.
Acompanhado do filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL), e do atual ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, Bolsonaro se reuniu com a cardiologista do Incor e dos hospitais Star, da Rede D’Or, no último domingo e nesta segunda-feira (15/03) no Palácio do Planalto, em Brasília. Entretanto, as conversas não renderam bons frutos, e Ludhmila recusou o convite para assumir o cargo.
Bolsonaro não quer lockdown
De acordo com o Poder360, Bolsonaro questionou Ludhmila Hajjar sobre sua opinião em torno do porte de armas e também da legalização do aborto. Um dos temas importantes para o presidente foi a opinião da médica sobre as restrições de circulação por causa da pandemia da Covid-19. Bolsonaro teria dito à cardiologista: “Você não vai fazer lockdown no Nordeste para me foder e eu depois perder a eleição, né?”.
Não é novidade que Bolsonaro é contra as medidas contra aglomeração, toque de recolher e lockdown. Entretanto, a maioria dos estados brasileiros, como São Paulo e Rio de Janeiro, adotaram tais restrições devido ao aumento dos números de internações, novos casos e mortes em decorrência do novo coronavírus.
Declaradamente contra o discurso negacionista, Ludhmila Hajjar, diferente de Bolsonaro, vê o lockdown e as medidas de distanciamento e isolamento social, importantes para conter a disseminação da Covid-19. Outro tema tocado por Bolsonaro, em que a médica apresentou certa discordância, foi em relação ao uso do medicamento cloroquina, defendido pelo presidente, mas sem evidências científicas.
Após se reunir com o presidente nesta segunda (15/03), a médica concedeu entrevistas aos canais CNN Brasil e rede Globo. Ela confirmou o convite para assumir a pasta da saúde, mas disse que recusou por motivos “técnicos”.
Pazuello mandado embora
O general Eduardo Pazuello anunciou o seu desligamento do ministério da Saúde. Até o momento do seu pronunciamento, que aconteceu no fim da tarde desta segunda (15/03), especulava-se que Pazuello teria pedido para sair da função por problemas de saúde. No entanto, isso foi desmentido por ele mesmo, que ressaltou: a decisão foi da equipe de Bolsonaro.
Quem deve assumir o ministério da Saúde?
Segundo o próprio portal Poder360, existem dois nomes na mira de Jair Bolsonaro para assumir a pasta, sendo eles o de; Marcelo Queiroga, presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia. E o segundo o deputado Dr. Luizinho (PP-RJ).
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