Bolsonaro afirma que presos eram tratados com dignidade na ditadura
Em entrevista recente ao canal do Youtube do deputado Eduardo Bolsonaro (sem partido), o presidente alegou que detentos era bem tratados no regime militar.

Em entrevista recente ao canal do Youtube do deputado Eduardo Bolsonaro (sem partido), o filho 03, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que o centro de repressão da ditadura tratava os presos políticos com toda a dignidade, na época. O parlamentar já fez elogios e se mostrou simpatizante do regime militar que governou o Brasil de 1964 até 1984.
“Não era preso político, não, [os] terroristas eram tratados no DOI-Codi [o centro de detenção da ditadura] de São Paulo, com toda a dignidade, inclusive as presas grávidas”, disse durante a entrevista realizada por seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro.
Segundo o relatório “Brasil: Nunca Mais”, pelo menos 1 918 prisioneiros políticos atestaram ter sido torturados entre 1964 e 1979 pelo regime ditatorial. Segundo relatos fornecidos à CNV, de fontes diferentes, revelam casos violentos de abuso sexual e estupros nos centros de tortura militares.
Bolsonaro e a ditadura

Bolsonaro fez o comentário após elogiar o livro “A Verdade Sufocada”, do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra. A quem o presidente já demonstrou diversas vezes ter uma grande admiração, inclusive o denomina de “herói nacional”. Ustra foi chefe da repressão na metrópole no início dos anos 1970 e acusado de cerca de 70 mortes e desaparecimentos, segundo dados da Comissão Nacional da Verdade.
Segundo o Relatório da Comissão Nacional da Verdade 434 pessoas foram mortas ou desapareceram durante a ditadura militar. Número que o presidente chegou a lamentar por ter sido tão pequeno, segundo ele.
Inclusive o jornalista Vladimir Herzog foi morto durante interrogatório em 1975, no DOI de São Paulo.