Apesar do avanço do covid, Bolsonaro quer aulas presenciais em 2021
Presidente Jair Bolsonaro disse, na noite desta quarta, que independente do vírus, quer a volta do ensino presencial
Apesar do avanço do coronavírus no Brasil, o presidente da república Jair Bolsonaro (sem partido) disse na quarta-feira (02), no Palácio da Alvorada, que deseja o retorno das aulas presenciais a todos os níveis de ensino.
Na ocasião, o presidente criticou a resistência de reitores à retomada do ensino presencial e que está ‘tentando’ a volta às aulas a todo custo para os estudantes brasileiros. “Conversei agora com o ministro da Educação. Queremos voltar às aulas presenciais em todos os níveis, mas os reitores agora chegaram nele… ‘não, queremos só começar em 2022’. Aí, no meu entender, não tem cabimento, até porque esse vírus aqui, ele fica grave de acordo com a idade da pessoa e comorbidades””, disse Bolsonaro.
No mesmo dia, o Ministério da Educação publicou uma portaria no ‘Diário Oficial da União’, que recomendava a retomada do ensino presencial em instituições de ensino superior, a partir de 4 de janeiro. A mesma foi revogada.
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O ato não agradou os reitores das universidades, que argumentaram que não irão colocar a saúde dos estudantes e dos profissionais em risco em razão da pandemia da Covid-19. A repercussão pegou mal para o ministro Milton Ribeiro e para o governo Bolsonaro. Especialistas disseram que a medida era inconstitucional, o que fez o governo recuar.
Retorno das aulas presenciais na pandemia
Algumas instituições tem trabalhado com moderação o retorno presencial. A preocupação com as contaminações da Covid-19 ainda persistem. No ensino fundamental I e II, por exemplo, o limite de alunos em sala é reduzido. Apenas 40% do total dos alunos podem frequentar as aulas. O mesmo acontece no ensino infantil.
Já na cidade de São Paulo, estão autorizadas aulas apenas para o Ensino Médio, e grupos de pais se mobilizam para pedir o retorno presencial ainda este ano.
Na portaria, o MEC defendia que a volta das aulas fossem asseguradas pelo Protocolo de Biossegurança, que foi instituído em julho deste ano.
O texto normativo dizia que “recursos educacionais digitais, tecnologias de informação e comunicação ou outros meios convencionais deverão ser utilizados de forma complementar, em caráter excepcional”, com o objetivo de completar a carga horária das atividades pedagógicas.
Ainda de acordo com o texto, O MEC exigiria que as próprias instituições é que deveriam definir os componentes curriculares que vão usar os recursos digitais, disponibilizando assim, aos alunos, equipamentos para acompanhar as aulas e realizar as avaliações.