Inflação é ruim? Saiba como investir neste cenário
A inflação, representada pela alta de preços, foi um fantasma que assolou o país na década de 80. No entanto, países como os EUA estão buscando seu aumento. Afinal, inflação é ruim? Como ganhar dinheiro neste cenário?
Investir em períodos de inflação parece muito simples, afinal, se os juros pagos na Renda Fixa ultrapassam os 5% ao ano, por que se preocupar? No entanto, estes rendimentos são brutos, ou seja, não descontam a perda do poder de compra da moeda.
O Banco Central do Brasil divulgou a ata de sua última reunião, na qual afirma que a inflação no país deve subir no curto prazo. Alguns índices apontam para alta de 13% nos últimos 12 meses, o que é bastante preocupante.
Se inflação é ruim, por que o Federal Reserve (FED) dos EUA está buscando aumentá-la? Vamos aproveitar para analisar algumas formas de investir neste momento, mantendo o poder de compra.
O que é inflação?
A definição clássica de inflação é a variação no preço de uma determinada cesta de bens e serviços. Desta forma, existem indicadores voltados para a indústria e atacado, e outros que medem o consumo das famílias.
Embora não exista um único indicador de inflação, no Brasil o índice mais utilizado é o IPCA, medido quinzenalmente pelo IBGE. No entanto, há também o IGP-M, calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
No entanto, existe um sério problema em ambos, que, aliás, afeta a maioria destes índices de inflação. Primeiramente, não captam as variações nos ativos reais, que embora não façam parte da cesta básica de consumo, são a principal forma de se armazenar riqueza. Nesse sentido, entram os imóveis e terrenos, as ações de empresas, o ouro, títulos de dívida, entre outros.
Inflação é ruim?
Inflação é o resultado da intervenção no fluxo de capitais exercido pelos governos e Bancos Centrais. Se não houvessem alterações na quantidade de dinheiro em circulação, os preços dos ativos, bens e serviços iriam variar livremente, conforme oferta e demanda.
No entanto, quando os países gastam mais do que arrecadam, é necessário colocar mais moeda em circulação. Deste modo, é possível afirmar que a inflação criada por conta de políticas expansionistas dos governos é, em geral, ruim.
Por que os EUA buscam inflação?
No caso dos Estados Unidos, Europa e Japão, a retração econômica causada pela reação dos governos à pandemia levou a um aumento de gastos, acompanhada de queda na receita. Numa tentativa desesperada de reaquecer as economias, estas regiões anunciaram pacotes de estímulo na ordem de 10 trilhões de dólares.
Embora possa parecer simples injetar dinheiro em circulação para estimular a economia, o resultado nem sempre sai como esperado. Neste cenário de incerteza, a tendência é que o dinheiro seja utilizado para pagar dívidas. De maneira similar, os bancos evitam realizar empréstimos ou conceder novas linhas de crédito.
Em suma, a economia não cresce na medida do esperado, e o resultado é a ausência de inflação por conta da baixa demanda. Por este motivo os países desenvolvidos buscam medidas para forçar as pessoas, empresas e bancos a colocaram este montante em circulação. Deste modo, o sinal de sucesso desta estratégia seria uma alta na inflação.
Como investir neste cenário?
Existem basicamente duas formas de atuar em momentos de alta na inflação. A primeira envolve buscar ativos de Renda Fixa atrelados aos índices inflacionários. Destacam-se os títulos do Tesouro Direto atrelados ao IPCA, além dos fundos de Inflação.
Embora seja uma aplicação de baixo risco, existe o problema da desvalorização cambial. Se a moeda brasileira seguir esta trajetória de desvalorização, o poder de compra do investidor ao final do período poderá ser severamente afetado.
Por este motivo, aplicar uma parte dos recursos em ativos escassos cotados em moedas mais fortes faz muito sentido neste cenário. Entretanto, a competição por tais ativos fez com que as boas empresas listadas nas bolsas dos EUA atingissem suas maiores cotações na história.
De maneira similar, apresentam retorno zero ou negativo os títulos de dívida dos países desenvolvidos e grandes empresas em moeda forte. Dessa maneira, devem ser considerados aportes em ouro, Dólar, e Bitcoin. Embora não tragam uma rentabilidade fixa, trazem proteção contra a desvalorização das moedas fiduciárias tradicionais, como o Real brasileiro.
Calma, dá para fazer isso sem muita burocracia, e melhor, sem sair de casa. No Mercado Bitcoin, a maior corretora de criptoativos da América Latina, é possível negociar ativos digitais lastreados em Dólar e ouro. O vídeo abaixo explica as vantagens do token Pax Gold (PAXG).