Ranking das aplicações: bolsa lidera em março; dólar, no ano

Performance do Ibovespa foi considerado excelente após dois meses seguidos de resultado negativo

Após dois meses seguidos de queda, a bolsa de valores fez bonito em março. Com resultado considerado surpreendente até pelos analistas mais otimistas, ocupou o primeiro lugar na lista de melhores aplicações do mês. O dólar decepcionou em março, mas lidera o ranking das aplicações no trimestre.

Ainda que em trajetória irregular, o dólar encontrou força para subir ao longo de março. O combustível para a alta foram as crescentes preocupações com o risco fiscal, de descontrole das contas públicas.

Em geral, incertezas políticas e econômicas levam o investidor a proteger seu capital com a compra de dólar. Até porque a taxa de juros negativa, referenciada na Selic de 2,75%, torna desinteressante a renda fixa.

Juros e câmbio não andaram dissociados em março. Em alguns momentos, os juros atuaram como um dos fatores de baixa do dólar. Isso ocorreu quando os juros futuros deram um esticão e atraíram capitais externos para aplicação no País. Esse movimento de entrada de capitais aumentou a oferta de dólar e pressionou as cotações para baixo.

Outro fator que tem dado certo suporte ao dólar é a perspectiva de crescimento mais forte da economia americana. Essa possibilidade reforça a ideia de uma alta em cadeia da inflação e dos juros. E isso já tem causado uma valorização global do dólar.

A elevação da Selic não animou a renda fixa, que continua apanhando da inflação. E nada indica que essa desvantagem dos juros seja eliminada em pouco tempo. Primeiro, porque a Selic tende a subir gradualmente, sem levar uma paulada, e a inflação não dá sinais de trégua.

Isso significa que a estratégia do investidor não muda. Especialistas orientam que deve ir para opções conservadoras de renda fixa, as que remuneram menos, apena o dinheiro guardado como reserva para atender necessidades emergenciais. Os dados da tabela do balanço deixam claras as disparidades entre o rendimento dessas aplicações e a inflação corrente, seja pelo IGP-M, seja pelo IPCA.

Quem permanece com o dinheiro ancorado na renda fixa tradicional está perdendo patrimônio, em um processo de descapitalização que não é de agora. Ela tem ocorrido desde que a inflação reapareceu, em meio à pandemia, e passou a corroer o poder de compra da moeda.

Recursos disponíveis por mais tempo, que se amoldam ao perfil de investimento, podem encontrar melhores oportunidades na renda variável, como bolsa de valores, ou em títulos de vencimento mais longo.  A plataforma do Tesouro Direto oferece títulos públicos com várias características e indexadores. Uma exigência, para melhor retorno, é a aplicação por períodos longos, em geral de anos.

Confira quanto renderam as aplicações em março e no primeiro semestre, de acordo com os cálculos do administrador de investimentos Fabio Colombo.

Ranking das aplicações em março Investimento/inflação                  Rendimento

1º) Bolsa de valores                          6,00%

2º) IGP-M                                               2,94%

3º) Títulos IPCA*                                1,14/1,24%

4º) IPCA**                                               1,04%

5º) Dólar                                                  0,41

6º) CDB***                                              0,14/0,24%

7º) Fundos de renda fixa***          0,13/0,23%

8º) Fundos DI***                                 0,13/0,23%

9º) Caderneta                                      0,12%

10º) Ouro                                               0,10%

11º) Euro                                              -2,51%

Obs.: * indicativo

          ** estimativa

          *** média

Ranking  no 1º trimestre de 2021 Investimento                                Rendimento

1º) Dólar                                            8,49%

2º) IGP-M                                          8,26%

3º) Euro                                              3,51%

4º) Títulos IPCA*                           2,50%

5º) IPCA**                                         2,16%

6º) CDB***                                        0,46%

7º) Fundos DI***                           0,44%

8º) Fundos de renda fixa ***   0,42%

9º) Caderneta                                 0,35%

10º) Bolsa                                       – 2,00%

11º) Ouro                                        – 2,53%

Obs.: * indicativo

          ** estimativa

          *** média

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