O investimento em crédito de carbono é uma oportunidade?

Empresários e investidores que pensam em entrar para o mercado de crédito de carbono querem saber: afinal de contas, é realmente uma oportunidade? Veja o que descobrimos sobre o assunto.

O investimento em crédito de carbono tem se tornado cada vez mais possível, não só para especialistas da área e grandes companhias. No Brasil, o mercado já movimenta cerca de 6 a 7 milhões de reais por dia, apesar de não ser regulamentado. Atualmente, somente distribuidoras de combustíveis, como a Petrobras, precisam recompensar suas emissões de gás efeito estufa, mas isso não impede o ativo de crescer.

Em busca de entender se o investimento em crédito de carbono é uma boa oportunidade, o DCI conversou com o especialista no assunto, Luis Felipe Adaime, empresário e CEO da plataforma MOSS. Veja o que descobrimos a seguir:

O que é o mercado de carbono?

Imagem mostra lâmpada de vidro com planta verde
(Foto: Bruno Scramgnon / Pexels)

O mercado de carbono nada mais é que a compra e venda de crédito de carbono. Qualquer empresa que detenha créditos, seja por trocas ou projetos ambientais, e assim atinge suas metas de redução de casas de efeito estufa, pode vender para empresas que por sua vez, não fazem o mesmo. Pessoas físicas também podem comprar, mas normalmente em quantias menores.

Assim como os outros ativos digitais, como, por exemplo, o Bitcoin, o mercado de carbono ocorre somente por vias digitais de compra e venda de ativos.  No dia 4 de fevereiro de 2021, o primeiro token de crédito de carbono do Brasil, estreou no mercado Bitcoin. Logo nas primeiras 24 horas, conquistou o posto de ativo com maior volume negociado na história da plataforma. Segundo o portal Money Times, mais de 10 milhões reais foram negociados e enviados para projetos de preservação da Amazônia.

Confira alguns pontos positivos que separamos em relação ao mercado de crédito de carbono.

  • Internacionalmente reconhecido como moeda
  • Não expira/vence
  • Funciona como uma Bolsa de Valores (assim como os demais investimentos)
  • Transferível
  • Certificado ambiental positivo
  • Informações de registro sobre o projeto ambiental

Investimento em crédito de carbono dá retorno?

Essa pode ser uma dúvida comum para quem pensa em mergulhar no novo mercado que tem gerado bilhões de dólares ao redor do mundo. Entretanto, nessas horas é importante se assegurar pelos números. O investimento em crédito de carbono pode gerar retorno de mais de 30% ao ano, por 30 anos. Mas o que justifica tais números?

Hoje em dia é difícil pensar como não gerar carbono no planeta Terra. As indústrias e grandes companhias dependem disso para fabricar a maioria dos produtos, no entanto, isso acumula uma conta negativa para o meio ambiente global. Luis Felipe Adaime explicou que se o mundo não diminuir os 55 bilhões de carbono nos próximos anos, será praticamente impossível o ser humano ocupar à Terra nas próximas décadas.

Com isso, se abre espaço para o crédito de carbono, que detém valor sobre o custo de produção e controle do que é gerado de carbono. Investidores da área defendem que o ativo pode ser uma saída para diminuir (não zerar) a produção do gás de efeito estufa no mundo. Assim, também se abre uma de negócio para quem desejar investir. 

Qual o valor de um crédito de carbono?

Por convenção, 1 tonelada de dióxido de carbono (CO2) corresponde a um crédito de carbono. Se uma empresa produz 50 milhões, ela deve comprar 50 milhões créditos de carbono. Já um crédito corresponde a 5 dólares. Por ser um ativo líquido, assim como a maioria dos investimentos, o valor pode variar, mas sem exageros.

Como investir em crédito de carbono do Brasil?

Em países em que o mercado de carbono é regulamentado, como, por exemplo, a China, Japão e Austrália, as empresas que poluem acima da média são forçadas a comprar crédito de carbono de empresas (ou investidores) que poluem abaixo de tal média. No Brasil, o mesmo ainda não acontece.

Mas segundo Luis Felipe Adaime, o cenário pode mudar nos próximos anos. “A demanda dos consumidores está exigindo a neutralização de carbono das empresas. A geração entre 20 a 40 anos se importa com isso e presta atenção na hora de consumir”, explica.

Atualmente transita no Ministério da Economia um decreto de regulamentação do crédito de carbono, para que as empresas sejam forçadas a gerarem ou compararem créditos. Isso mostra também que em breve, o mercado pode ganhar mais fôlego e oportunidade para o investimento.

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