Investir em bolsa de grife para diversificar pode valer a pena?
Relatórios de consultorias mostram valorização de alguns modelos em 12 meses, mas é preciso entender o mercado.
Bolsas da Hermès registraram crescimento de 13% nos preços em 2019. Vale a pena apostar na alta?
Imagem: Reprodução / Unsplash
Chanel, Prada, Hermès. Será que marcas de luxo como essas também podem ser boas opções de investimento? Se considerarmos os números referentes à valorização de suas bolsas, a resposta pode ser sim. Mas é preciso entender melhor o assunto. Você já pensou em investir em uma bolsa de grife?
Primeiramente, vamos falar sobre diversificação. Uma das máximas do mundo dos investimentos é que “não se deve colocar todos os ovos na mesma cesta”. Ou seja, nada de escolher apenas uma alternativa para aplicar o dinheiro. Por outro lado, consumir em excesso ou gastar horrores em certos itens não parece a melhor opção para quem quer fazer o dinheiro crescer, certo? A verdade é que, como tudo na vida, é preciso entender o contexto e seus pormenores.
No caso de colocar dinheiro em itens de luxo, como investir em uma bolsa de grife, os números mostram que pode ser uma aposta positiva para quem quer diversificar, ainda que obviamente não existam garantias de valorização, já que tudo depende do mercado, da valorização das marcas e até das tendências de moda.
De maneira simplista, seria semelhante a investir em relógios, livros raros ou obras de arte. Se você tem um perfil que aceita possíveis perdas em nome de potenciais retornos, vale pesquisar mais a respeito.
Relatório mostra valorização em acessórios da Hermès
Ainda assim, analisando-se os dados da consultoria global Knight Frank, observamos que os acessórios da marca Hermès, especialmente os modelos de bolsas Birkin e Kelly, registraram aumento de 13% nos preços em 12 meses. Em 2016, uma Hermès Diamond Himalaya Birkin custou US$ 300 mil em um leilão virtual.
Um outro relatório, o Art Market Research, mostrou que nos últimos 10 anos investir em uma bolsa de grife pode ter valido a pena. A alta dos preços foi de 83%, ultrapassando a valorização de itens como carros de luxo, whisky e relógios. Para se ter ideia, a valorização dos relógios de luxo foi de 72%.
Este relatório avalia os preços de bolsas selecionadas de Hermès, Louis Vuitton e Chanel em leilões mundiais e mostrou números expressivos. Por exemplo, as bolsas da Birkin registraram aumento de 42% em seus preços em 2019. A mais barata tem preço ao redor de US$ 5 mil.
Como investir em uma bolsa de grife?
Para investir em uma bolsa de grife é preciso pesquisar o mercado, a história do modelo, checar a certificação de autenticidade e buscar grupos específicos de colecionadores para acompanhar as tendências e demandas. Normalmente, os modelos mais caros são mais raros.
Atualmente, porém, uma forma de começar a entender um pouco mais pode ser através das plataformas de produtos seminovos de grifes. Uma delas é a INFFINO, que registrou aumento de 40% nos pedidos de vendas durante a pandemia. A empresa existe há 10 anos e tem um acervo com mais de mil itens de marcas como Louis Vuitton, Chanel, Prada, Gucci e Hermès. Os valores vão até R$ 50 mil, mas o ticket médio é de R$ 2 mil.
“Muito mais do que a oportunidade de adquirir uma peça de qualidade a valores mais acessíveis, há um maior interesse de pessoas em consignar suas peças de maior qualidade dado o cenário de crise econômica. Quem tem boas peças e precisa de dinheiro enxerga a oportunidade”, explica Mila Silbermann, criadora e sócia-fundadora da INFFINO.
Finalmente, Mila explica que a plataforma oferece garantia de autenticidade das peças. “As pessoas confiam no nosso crivo, por isso compram e por isso vendem conosco. Somos muito rigorosos com relação à excelência de atendimento, e o desafio agora é manter a qualidade e atender a demanda cada vez mais crescente, mesmo em um cenário adverso como o que estamos vivendo”, explica.
