Com dinheiro Digital e PIX, as cédulas vão desaparecer?
O mundo caminha para a digitalização do dinheiro, seja através de sistemas de pagamento com QR Codes, ou as novas moedas digitais. Haverá espaço para a antiga cédula de papel?
Historicamente o papel-moeda começou na Idade Média, quando recibos de depósitos de ouro circulavam como valor de troca. Deste modo evitava complicado processo de pesar o ouro, que era difícil de transportar. Nesse sentido, o dinheiro digital busca tornar essas trocas ainda mais simples.
Atualmente vem se tornando um processo complicado a transação de grandes somas de dinheiro em papel. Diante disso, o clima não está favorável para sair de casa e ir até o caixa eletrônico para retirar um punhado de reais. Isto porque estamos no meio de uma pandemia, portanto há riscos demais nessa atividade. Tais riscos, em resumo, incluem aglomeração, uso de teclas e telas, e ambientes fechados.
Cédulas de dinheiro transmitem doenças
A questão da falta de higiene do dinheiro vivo ganhou os holofotes quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) admitiu que seu uso deveria ser substituído por cartões. Dessa maneira, recomendam sempre que possível métodos sem contato físico.
Antes do surto da Covid-19, as transações em espécie eram feitas por 70% da população, segundo pesquisa do Instituto Locomotiva. Ou seja, o momento é mais do que propício para trocar o papel-moeda pelo dinheiro digital.
O PIX vai abolir o dinheiro em papel?
Não, a circulação de cédulas de dinheiro vai continuar, principalmente pois de cada três brasileiros, um não possui conta bancária. No entanto, esse grupo movimenta mais de R$ 800 bilhões por ano.
Porém, existe um movimento no Brasil em direção à inclusão e digitalização bancária. Chegam com o objetivo de promover inovação nas operações financeiras, e deste modo melhorar a experiência do usuário. O PIX do Banco Central é uma destas novas ferramentas.
A implementação desse novo sistema para tornar o processo de pagamento mais eficiente visa transformar o setor bancário no país. Há, inclusive, um grupo no Banco Central dedicado a estudar a viabilidade da criação de uma moeda digital brasileira, que só existirá virtualmente.
Neste cenário, torna-se ainda mais importante a preocupação com sua segurança digital, conforme explica este artigo da corretora de Bitcoin e criptoativos Mercado Bitcoin.
Dinheiro digital na China
O Banco Central do Brasil foi na contramão do mercado ao criar a nota de R$ 200. Se algum brasileiro hoje resolver ir à China (sem preconceito com a pandemia), talvez fique um pouco perdido. Isto porque por lá o velho dinheiro de papel é artigo cada vez mais raro.
Sair de casa sem carteira ou cartão e consumir de tudo é o “novo normal” nas grandes cidades chinesas. Nesse sentido, é possível encontrar QR codes espalhados pela cidade, de postos de gasolina a barracas de feira. Até mesmo moradores de rua possuem seus QR Codes.
Dinheiro digital no Brasil
Além dos meios de pagamento digitais, o dinheiro virtual é outra modalidade que elimina os problemas das cédulas de papel. Bitcoin, Ethereum e outras moedas digitais não têm problemas de troco, portanto reduzem dores de cabeça dos usuários.
O deputado Reginaldo Lopes (PT / MG) é autor de um projeto que prevê acabar com a impressão de dinheiro dentro de cinco anos. A proposta também visa combater a corrupção e a lavagem de dinheiro.
O deputado almeja que a produção e uso do real devem ser convertidos em transações digitais. Com isso, facilitando a fiscalização e controle das transações, provocado pelo uso da tecnologia blockchain.
Bancos Centrais e criptomoedas
Com o aumento da segurança, o próximo passo a ser popularizado é a utilização de criptomoedas, como o Bitcoin, a mais popular. Deste modo, até o Banco Central do Brasil já pensa em criar sua própria moeda digital.
O Banco Central aponta que a emissão de moeda digital por bancos centrais (CBDC – central bank digital currency – em inglês) pode “ser uma possibilidade para aprimorar o modelo vigente das transações comerciais entre as pessoas e mesmo entre países”.
O Banco Central ressalta que uma moeda digital emitida por um banco central é diferente de uma criptomoeda, como o Bitcoin. Segundo a autoridade monetária, a moeda digital é apenas uma nova forma de representação do Real, em contraste com criptomoedas, que não tem garantias de um país.
Dessa forma, o Bacen junta-se a um seleto grupo de bancos centrais que já estudam os impactos das CBDCs. Em junho, o Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos Estados Unidos, afirmou que elas poderiam substituir o sistema financeiro no futuro.
Impacto nas cédulas de papel
O objetivo do Banco Central é diminuir a demanda por cédulas de papel, de tal maneira, intensificando o uso do dinheiro digital. “Há uma tendência de convergência dos meios de pagamento eletrônicos em moedas digitais. Ela seria tipicamente idêntica ao papel-moeda, só que virtual.”, pontuou o chefe adjunto do departamento de tecnologia da informação do Banco Central, Aristides Andrade.
Para utilizar a moeda virtual, o consumidor precisaria ser bancarizado, ou ao menos, cliente de uma startup de pagamentos, conhecida como FinTech. Em suma, esse é um dos principais desafios da implantação e democratização de transações digitais e moedas virtuais no Brasil.