O que é um contrato inteligente e como funciona?
Os smart contracts são contratos digitais auto-executáveis, ou seja, que não precisam de um intermediário. Deste modo, garantem que uma negociação seja cumprida de forma automática.
O Ethereum é a segunda criptomoeda em valor de mercado, atrás somente do Bitcoin. Foi a partir do crescimento do Ethereum em 2017 que os smart contracts se tornaram conhecidos.
O que é um smart contract?
Na prática, smart contract é um conjunto de regras, similares aos contratos tradicionais, porém escritas em uma linguagem de programação.
Nesse sentido, qualquer pessoa com conhecimento mínimo no desenvolvimento de softwares pode escrever um smart contract. Todas as condições e consequências estão pré-definidas em seu código-fonte. Desta maneira, a execução do que foi acordado é realizada pelo computador virtual no qual esse contrato digital foi armazenado.
Como surgiram os smart contracts?
O conceito de smart contract foi proposto pelo cientista da computação Nick Szabo na década de 1990. No entanto, ganhou corpo ao longo de 2017, criando novos segmentos e funcionalidades dentro das criptomoedas.
Aplicações mais simples utilizando banco de dados descentralizados surgiram com o Bitcoin em 2009. Contudo, foi Vitalik Buterin, na época um programador de 17 anos, que resolveu explorar o potencial desta tecnologia.
Assim nasceu o Ethereum, uma rede de computadores utilizando a tecnologia blockchain do Bitcoin, porém voltada para os smart contracts.
Como funcionam os contratos inteligentes?
Os contratos digitais seguem instruções pré-definidas, movimentando criptoativos entre diferentes endereços. Um smart contract pode, por exemplo, liberar 100 tokens por dia de determinado endereço.
A grande vantagem é que estes contratos digitais são de código-fonte aberto, portanto auditáveis por qualquer pessoa. Devemos acrescentar o fato da característica descentralizada das redes que executam estes programas.
Segundo estas premissas, são poucas, além de custosas, as tentativas de censura ou ataques ao funcionamento destes smart contracts.
No vídeo abaixo a equipe do Mercado Bitcoin explica alguns conceitos sobre esta revolução digital:
Para que servem os smart contracts?
As possibilidades são inúmeras, porém vamos listar os exemplos mais utilizados atualmente:
Empréstimo descentralizado
O usuário consegue depositar Ethereum (ETH) no smart contract, e receber uma quantia emprestada em stablecoins, as criptomoedas pareadas em dólar. Existe uma taxa de juros e prazo para este empréstimo, de maneira análoga ao mercado financeiro tradicional. Estas aplicações são conhecidas por finanças descentralizadas (DeFi).
Apostas e jogos
Casinos online a apostas virtuais são um grande mercado para aplicações descentralizadas. Em primeiro lugar, o cliente ganha com a transparência dos smart contracts, permitindo saber se há manipulação nos sorteios. Em seguida, se elimina o atrito e cobranças dos cartões de crédito, além de eventuais restrições da regulação local.
Corretoras (exchanges) descentralizadas
DEX, ou exchanges descentralizadas, são aplicações descentralizadas que realizam trocas de criptomoedas entre seus usuários. Em contraste com as corretoras (exchanges) tradicionais, não há envolvimento de moedas fiduciárias, os Dólares, Reais, ou Euros.
Quais criptomoedas têm smart contracts?
O próprio Bitcoin utiliza smart contracts de forma nativa, ao verificar as regras para envio de cada carteira (wallet). No entanto, enquanto no Bitcoin seu uso é limitado, na Ethereum as possibilidades são quase infinitas.
A onda das aplicações descentralizadas utilizando smart contracts levou ao surgimento de concorrentes do Ethereum. Contudo, é necessário entender que cada criptomoeda possui suas próprias limitações de segurança, descentralização, e tamanho do ecossistema.
De fato, o Ethereum lidera em mais de 80% do volume transacionado nas aplicações descentralizadas, seguido por EOS, Tron (TRX), e IOST.
É necessário comprar ETH?
No Ethereum, o custo computacional de execução destes smart contracts é pago com a criptomoeda ETH. Por este motivo é necessário comprar Ethereum para interagir com suas aplicações descentralizadas.
Esse, portanto, é um dos motivos que impulsiona a valorização dessa criptomoeda, cuja demanda aumenta com a maior utilização dos contratos digitais.