Pirâmide financeira: saiba o que é e como identificar o golpe
As pirâmides financeiras estão ficando cada vez mais sofisticadas, dificultando sua identificação. No entanto, a promessa de alta rentabilidade em um curto espaço de tempo é sua característica fundamental desta fraude.
Você provavelmente já recebeu uma oferta de algum conhecido, ou uma nova conexão nas redes sociais, de uma oportunidade de investimento imperdível. Pois é, tudo indica que se trata de um golpe de pirâmide financeira. Segundo a pesquisa “Fraudes em investimentos no Brasil”, do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), mais de 6 milhões de brasileiros já perderam dinheiro em pirâmides financeiras.
O que é uma pirâmide financeira?
Também conhecido como esquema Ponzi,a pirâmide financeira utiliza um sistema de recrutamento baseado em indicação de novos investidores. De maneira simplificada, envolve um líder, que convida um grupo de pessoas abaixo dele para atuar como captadores. O desenho da estrutura ganha o formato de uma pirâmide.
Nesse sentido, cada um desses captadores é incentivado financeiramente a colocar novos investidores no esquema. Desta forma, o processo continua indefinidamente através de indicações. Embora possa existir um aporte inicial do líder para incentivar a entrada desses captadores, a alta rentabilidade prometida, na prática, só é possível com aportes de novos investidores.
No entanto, a internet possibilitou o desenvolvimento de golpes mais sofisticados, já que os líderes conseguem pegar o dinheiro dos novos investidores e gastar em anúncios nas redes sociais. Além disso, são comuns as premiações de viagens e carros, um gasto planejado de marketing para reforçar o potencial de ganho dos participantes.
Como funciona o golpe?
Primeiramente, é preciso entender que a única fonte de capital da pirâmide são os aportes realizados por novos investidores. Ou seja, são falsas as promessas de investimento em fazendas, operações de day trade, criação de avestruz, passe de jogador de futebol. Nesse sentido, funcionam apenas como fachada, muitas vezes bem elaborada, para o golpe da pirâmide.
O problema é que essa estrutura precisa crescer infinitamente, pois é necessário pagar não apenas os novos entrantes, mas os rendimentos referentes às indicações de cada degrau da pirâmide. Quando os contratos não são honrados, cessa o fluxo de novos membros, e em seguida estas “empresas” acabam falindo.
Desse modo, promessas de retornos muito acima da média frequentemente levam as pessoas a cair nesses esquemas fraudulentos, independente do nível de conhecimento em investimentos.
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Como identificar esta fraude?
Existem alguns indícios que podem ser observados em qualquer oferta de investimento que nos ajudam a identificar o golpe da pirâmide financeira. São eles:
- Foco nas indicações
Fuja de ofertas de investimentos acompanhadas da exigência da indicação de outros membros, ou da compra de determinado serviço. Não se deve misturar investimento com negócios legítimos que envolvem indicação. Nesse sentido, evite modelos que exigem compra de kits para iniciar seu investimento.
- Rentabilidade elevada
Um gestor profissional que consiga uma rentabilidade de 1% ao mês já pode ser considerado excepcional. No entanto, mesmo este profissional poderá ter meses de prejuízo, ou ao menos variações no resultado. Desta forma, evite quaisquer promessas de ganhos garantidos ou muito elevados. Alta chance de ser um golpe.
- Não há clareza quanto ao produto
Muitas pirâmides possuem fontes de receita complicados de se entender. Nesse sentido, os próprios distribuidores têm problema em definir com clareza a forma como o retorno do investimento é obtido. Se o ganho é tão certo e a rentabilidade tão alta, por que ele iria dividir isto com alguém?
Exemplos de pirâmides financeiras no Brasil
Telexfree – Vendendo-se como uma provedora de telefonia via internet (VOIP), a empresa chegou a captar no início dos anos 2010 quase 1 bilhão de dólares, atraindo mais de 1 milhão de pessoas. A Telexfree foi patrocinadora do time de futebol Botafogo, e prometia ganhos de de 200% ao ano. O golpe espalhou-se por países que incluem Peru, República Dominicana, Reino Unido, e até mesmo os Estados Unidos.
JJ Invest – A gestora irregular de investimentos irregular de Jonas Jaimovick captou R$ 170 milhões, de aproximadamente 3 mil investidores. Algumas celebridades como o jogador de futebol Zico faziam questão de elogiar publicamente os rendimentos. Apesar dos alertas da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o esquema perdurou cerca de dois anos, antes da pirâmide colapsar no início de 2019.
Unick Forex – A Unick Forex se apresentava como uma empresa especializada em trade (negociação) nos mercados de moedas tradicionais (Forex), além do Bitcoin. Nesse sentido, ofereciam rentabilidade diária de 3%, além de bonificação e prêmio para indicações. Contudo, o golpe foi por terra em meados de 2019. As estimativas são de que a empresa tenha movimentado mais de R$ 2 bilhões.
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Quanto tempo dura uma pirâmide financeira?
Esses esquemas podem durar desde poucos meses até alguns anos. Nos Estados Unidos, a famosa pirâmide de Bernard Madoff durou mais de 20 anos, chegando a captar recursos dos bancos e gestoras profissionais. Apesar do modelo ser insustentável, algumas “empresas” conseguem se sustentar enquanto encontram novos investidores.
Quando surgem atrasos no pagamento, alertas da CVM, ou o desaparecimento de alguns fundadores, inicia-se o desmonte da pirâmide. Similarmente, há golpes que terminam após decisões e bloqueios judiciais, e usualmente o colapso ocorre em pouquíssimo tempo.
Por este motivo, engana-se quem pensa que conseguirá sair assim que houver indícios de problemas.
Existem fraudes e golpes no Bitcoin?
Sim, existem golpes e pirâmides que alegam utilizar o Bitcoin, e algumas inclusive só aceitam aportes em criptomoedas. Em síntese os golpistas utilizam qualquer tema no qual parte da população não tenha pleno conhecimento. No entanto, conforme dito anteriormente, o uso do Bitcoin é apenas uma fachada para as fraudes financeiras.
Deste modo, é necessário cautela e estudo antes de começar a investir no mercado de criptomoedas. Além das promessas de altos retornos, existem diversos formas de fraudes. Nesse sentido, predominam os ataques de phishing (sites e e-mails falsos), além de softwares (aplicativos) e hardwares (dispositivos físicos) adulterados de forma maliciosa.