Bitcoin e CBDC vão coexistir, diz o Morgan Stanley
Avaliação recente feita pelo banco de investimento diz que moedas servem a propósitos diferentes e com atrativos distintos
Com o avanço dos projetos de Moedas Digitais de Banco Central (CBDC), analistas passaram a avaliar qual o impacto sobre as criptomoedas já existentes, como o Bitcoin, por exemplo. Uma avaliação recente foi feita pelo banco de investimento Morgan Stanley, que diz acreditar que os dois tipos podem coexistir, já que servem a propósitos diferentes e com atrativos distintos.
O documento com a discussão sobre o assunto foi divulgado na última semana e traz a avaliação dos analistas do Morgan Stanley, incluindo o economista-chefe, Chetan Ahya.
“As criptomoedas ainda existirão, pois continuarão a servir a outros casos de uso (…) Por exemplo, algumas criptomoedas podem funcionar como uma reserva de valor (…) já que alguns segmentos do público não confiam totalmente nas moedas fiduciárias”.
Segundo a opinião dos analistas do banco, são diferentes os usos CBDCs e das criptomoedas, que podem, inclusive, ser uma reserva de valor, semelhante ao ouro, em um ativo especulativo.
Essa avaliação encontra eco em outras personalidades, como a senadora norte-americana pró-Bitcoin, Cynthia Lummis; e o presidente do Federal Reserve Bank de Dallas, Rob Kaplan.
O relatório ainda aponta que “o interesse dos investidores em criptomoedas cresceu junto com a resposta de política fiscal e monetária sem precedentes à pandemia”.
O Morgan Stanley acredita que os CBDCs serão bem diferentes das criptomoedas, pois é improvável que usem blockchains. O Banco Central Europeu (BCE) também disse que os CBDCs têm pouco a ver com criptomoedas, que o banco vê como ativos especulativos e não como moedas reais.
Stablecoins sob risco
Analistas, no entanto, apontam que, enquanto as criptomoedas parecem seguras ante o surgimento das CBDCs, o mesmo não pode ser dito sobre as stablecoins, que são pareadas em ativos estáveis, como alguma moeda fiduciária como o dólar americano, caso da Tether (USDT). De acordo com a análise, CBDCs representam maior risco para stablecoins.
Atualmente, segundo dados do Banco de Compensações Internacionais, 86% dos bancos centrais do mundo, incluindo o do Brasil, estão trabalhando em algum projeto de moeda digital.