Índice MSCI, o que muda para Braskem, Cielo e Cogna?
As ações removidas do índice MSCI sofreram forte queda nesta quarta-feira. Entenda como essas mudanças impactam o mercado.
O índice MSCI Brazil foi criado no início de 2001, e de maneira similar ao Ibovespa, mede o desempenho de uma cesta de ações. Atualmente conta com 56 ações, e sua performance é medida em dólares.
Sua composição é revista a cada semestre, e as ações que foram removidas nesta rodada sofreram fortes quedas no pregão de 11 de novembro. Deste modo, é importante entender como são feitas as mudanças e qual seu impacto nas ações.
O que é o índice MSCI?
São índices de ações, ou seja, carteiras teóricas, calculados pela empresa MSCI. Entretanto, ao contrário do Ibovespa, um dos critérios para inclusão é o valor de mercado das ações livres para negociação.
O índice MSCI Brazil 25/50 atualmente possui 56 ações em sua composição, embora liderado pelas mesmas gigantes do tradicional índice Ibovespa. Deste modo, sua maior diferença é a cotação mensurada em dólares.
Acima temos os destaques na atual composição, que incluem Vale ON (VALE3), Itau Unibanco PN (ITUB4), B3 Bovespa (B3SA3) e Banco Bradesco PN (BBDC4).
Se você busca ações de empresa listadas em bolsas nos EUA, uma opção são os BDRs listados na B3.
Que mudanças tivemos no índice?
Saem do índice Braskem PNA (BRKM5), Porto Seguro ON (PSSA3), Cielo ON (CIEL3), Cogna ON (COGN3), além de IRB ON (IRBR3). Os fatores para as mudanças são liquidez, o volume de negociação, além do valor de mercado da empresa. Sem dúvidas, alterações no bloco de controle também influenciam.
Nesta quarta-feira tivemos uma queda de 6,6% nas ações da Braskem, além de 4,4% na Porto Seguro. Não obstante, a empresa Cogna, da área educacional, teve retração de 3,9% no dia. Cabe ressaltar que a petroquímica Braskem apresentou prejuízo no trimestre, influenciando negativamente sua performance.
Já as adições no índice MSCI foram Alpargatas PN (ALPA4), Totvs ON (TOTS3) e Bradespar PN (BRAP4). O anúncio foi feito na noite desta terça-feria, e as mudanças entram em vigor em 1 de dezembro.
Por que o índice influencia o mercado?
Embora seja um índice meramente teórico, diversos fundos de investimento e gestores seguem fielmente esta carteira. Primeiramente, existe uma indústria de carteiras de investimento cuja alocação é ditada por índices, sejam eles o Ibovespa, MSCI ou qualquer outro.
Estes são denominados fundos passivos, e contam com esses índices como referencial de desempenho. Em suma, a função dos gestores é acompanhar a alocação do referencial.
Existem, entretanto, fundos de investimento que buscam apenas um índice de referência. Desta maneira, o gestor é livre para seguir ou não a alocação, embora seu objetivo seja superar o indicador.
Que fundos seguem o índice MSCI?
No caso brasileiro, o maior exemplo é o fundo de ações EWZ negociado na bolsa de valores de NY. Administrado pela gestora BlackRock, o Ishares MSCI Brazil ETF possui US$ 5,56 bilhão em investimentos.
De maneira similar, há outras gestoras que seguem o mesmo índice. Assim, podemos citar Amundi, HSBC e Lyxor. Estas três possuem inclusive listagem em bolsas internacionais na forma de ETF.
Vale a pena investir no EWZ?
Sim. É um excelente investimento para o investidor que busca exposição em ações brasileiras, porém deseja manter seu patrimônio em dólares. Sobretudo, investidores estrangeiros que não podem comprar as ações brasileiras de forma direta, optam pelo ETF.
Se o seu objetivo é apenas investir em dólar, por conseguinte, uma sugestão é o criptoativo USDC, negociada na exchange Mercado Bitcoin.
Em resumo, o fundo Ishares Brazil da BlackRock (EWZ) possui grande liquidez na bolsa norte-americana, e segue fielmente a alocação do índice MSCI.