Harvard e Yale compram Bitcoin; ainda vale a pena investir?
Os fundos patrimoniais das renomadas universidades de Harvard, Yale e Brown estão comprando Bitcoin há mais de um ano, segundo investigação da Coindesk. Ainda vale a pena comprar a criptomoeda após a alta?
Harvard, Yale e Brown, universidades dentre as 50 mais desejadas do mundo, estão comprando Bitcoin para seus fundos patrimoniais. Segundo apurou o Coindesk, estes gestores de quase US$ 90 bilhões começaram sua participação em criptomoedas ainda em 2019.
Será que ainda vale a pena comprar Bitcoin após a alta de 240% em 6 meses?
O que são fundos patrimoniais?
Com o objetivo principal de manter a instituição, incluindo estrutura, reputação, pesquisa, e inovação, os fundos patrimoniais (endowment) são administrados por gestores profissionais.
Os recursos são oriundos do lucro e de doações, que podem inclusive ser destinado à bolsas de estudo. Ou seja, o dinheiro visa o retorno de longo prazo, considerando que Harvard, Yale e Brown são instituições seculares.
No caso de Yale, seu gestor desde 1985 é David Swensen, responsável pela gestão de US$ 30 bilhões. Considerado um dos melhores profissionais da área, David obteve um retorno de 15,6% ao ano ao longo de duas décadas.
Por quê Harvard comprou Bitcoin?
Escassez. Se o ouro duplicar da atual cotação, certamente minas que antes estavam paradas por um alto custo de exploração voltam a ser abertas. De certo, há um incentivo grande para buscas de novas minas, e até mesmo formas de reciclar ouro de produtos eletrônicos descartados.
No Bitcoin isto já não é possível. De fato, o número de moedas emitidas por ano foi definido em sua criação. Ou seja, independente do número de mineradores, a quantidade disponível é previsível. Em suma, isso evita que em momentos de forte alta ocorra um aumento na oferta.
Quer ver se ainda vale a pena investir em Bitcoin após a alta? O pessoal da Mercado Bitcoin, exchange líder no Brasil, explica.
Quando Harvard comprou Bitcoin?
Em outubro de 2018 algumas das mais renomadas universidades incluindo Yale, Harvard e MIT anunciaram investimentos em fundos dedicados de blockchain e criptomoedas. Um dos principais destino foi o ‘Paradigm’, criado por um co-fundador da Coinbase. Além disso, a universidade de Michigan alocou nos fundos da Andreessen Horowitz.
De fato, estes investimentos não podem ser consideras compras diretamente de Bitcoin. Isso porque a decisão de alocar em empresas do setor, ou diretamente em criptomoedas, é feita pelo gestor do fundo, e não pela universidade.
Desse modo, a única informação disponível é uma fonte anônima, porém confiável, da Coindesk. Segundo a mesma, as compras diretamente em Bitcoin pelos fundos patrimoniais vêm ocorrendo desde meados de 2019, diretamente nas exchanges, as corretoras de criptomoedas.
Qual a filosofia destes gestores?
Swensen, diretor de investimentos da universidade Yale, destaca uma célebre frase do investidor Charles Ellis: “Não há evidências de nenhuma instituição de porte que tenha algo parecido com uma habilidade consistente de entrar quando o mercado está em baixa e sair quando o mercado está em alta.”
Ou seja, ao contrário dos investidores que buscam tentar acertar períodos de entrada e saída dos ativos, estes gestores de Harvard e dos fundos patrimoniais se dedicam na alocação correta. Em resumo, escolher investimentos capazes de gerar retorno no longo prazo, independente de oscilações naturais de mercado e mudanças de cenário.