Mercado Bitcoin lança serviço de custódia qualificada
Investidores institucionais vão poder contar com um serviço de custódia (armazenamento) qualificado para seus criptoativos. Bitrust une a experiência do Mercado Bitcoin e da fabricante de dispositivos de segurança Kryptus.
Buscando oferecer uma solução de custódia qualificada para criptomoedas e ativos digitais, o Mercado Bitcoin, a maior exchange da América Latina em volume e número de clientes, lança uma nova empresa em parceria com a Kryptus.
Trata-se da Bitrust, que nasce com a experiência de 7 anos do Mercado Bitcoin, sem nenhum registro de vazamento ou perda de criptoativos. Além disso, a Bitrust conta com a especialista em criptografia Kryptus, fabricante de hardware de armazenamento de chaves digitais.
Dessa maneira, a empresa busca atender às necessidades dos clientes institucionais, que não dispunham de uma oferta a nível nacional. A Bitrust busca satisfazer as exigências de custódia dos fundos de investimento, empresas, e investidores profissionais.
Nesse sentido, o Mercado Bitcoin possui atualmente sob custódia própria de cerca de R$1 bilhão de seus quase 2 milhões de clientes. Deste modo, busca elevar ainda mais o nível de segurança oferecido à seus clientes. Nesse sentido, fica ainda mais próximo no nível de governança exigida por reguladores do mercado financeiro tradicional.
Custódia terceirizada é o padrão
A prática de utilizar agentes qualificados de custódia é comum e obrigatória, na maioria das vezes, nos mercados de ações, debêntures, commodities, e demais instrumentos financeiros.
Em primeiro lugar, não se trata apenas de sistemas de segurança, e sim do uso de técnicas formais, solução multi-assinaturas, e auditoria externa qualificada. Também inclui hardware especializado, além do respaldo trazido por parceiros com sólida reputação e experiência no mercado tradicional.
Esta forma de armazenamento de valores com terceiros é padrão para os fundos de investimento, empresas, gestores de fortunas (wealth management), e consequentemente, demais investidores profissionais.
Quem são os clientes da Bitrust?
Primeiramente, qualquer investidor interessado em resguardar e proteger de forma profissional e segura sua carteira de investimento em Bitcoin, criptomoedas e demais ativos digitais, poderá contar com os serviços da Bitrust.
De qualquer modo, o investidor institucional é o maior beneficiado, já que finalmente ganha um mecanismo para gerenciar seus criptoativos em uma custódia qualificada. Deste modo, conta com todo o apoio e estrutura necessária para um atendimento personalizado.
Nesse sentido, o Mercado Bitcoin, além de sócio, será cliente da Bitrust, demonstrando assim total confiança e comprometimento com a estrutura profissional, independente, e sólida que está sendo construída.
De fato, Reinaldo Rabelo, CEO do Mercado Bitcoin, afirma que “através da segregação da custódia, eleva-se o padrão de segurança com a otimização na distribuição das chaves digitais.”
Este serviço é regulado pela CVM?
A Bitrust nasce oferecendo apenas a guarda compartilhada das chaves de ativos digitais e criptomoedas, portanto não se trata de ativos regulados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
No entanto, desde sua concepção, a Bitrust já nasce projetada para avançar com parcerias estratégicas com bancos, auditorias, e empresas de certificação e registro digital.
Além disto, a empresa busca proativamente uma regulação para o setor, e para isto conversa regularmente com a CVM e demais agências reguladoras na área de infraestrutura de serviços financeiros, conhecida como FMItech.
Neste sentido, a Bitrust já foi apresentada no Laboratório de Inovações Financeiras Tecnológicas (LIFT) do Banco Central, que conta com parceiros empresas de grande reconhecimento tecnológico, dentre os quais Amazon AWS, Microsoft, Cielo, e IBM.
Kryptus, especialista em criptografia
Além do Mercado Bitcoin, eleita entre as 25 exchanges mais confiáveis do mundo para negociar moedas digitais pelo Blockchain Transparency Institute (BTI), a Bitrust conta com parceria da especialista em criptografia Kryptus.
Nesse sentido, a Kryptus é o maior fabricante de módulos físicos de segurança (HSM) na América Latina, além de ser responsável pela criptografia utilizada nos caixas eletrônicos dos grandes bancos nacionais.
A Kryptus foi a primeira fornecedora de equipamento no padrão de assinatura digital ICP-Brasil. Deste modou, auxiliou na definição da infraestrutura de Chaves Públicas Brasileiras por meio da Medida Provisória 2.200-2 de 2001.
Auditoria será anunciada nos próximos meses
Até o final de 2020 uma das maiores empresas de auditoria no mundo será contratada para atuar de forma contínua no projeto, seguindo as normas internacionais de rastreamento e análise de blockchain.
Além desta experiência trazida por este parceiro de renome, será utilizado tecnologia proprietária do Mercado Bitcoin, adquirida e aperfeiçoada ao longo destes sete anos com histórico cristalino de transações seguras em ativos digitais e criptomoedas.
Custódia qualificada: Bancos podem oferecer custódia digital?
No Brasil, a CVM está estudando esta possibilidade, embora o Banco Central, até o momento, não realizou nenhuma apresentação pública a respeito deste assunto.
Paralelamento, nos Estados Unidos, o Escritório do Controlador da Moeda (OCC) permitiu que bancos atuassem na custódia de criptoativos. No entanto, já existiam por lá agentes independentes que atuam como custodiantes qualificados devidamente regulados.
Desse modo, ao menos num primeiro momento, os bancos devem realizar parcerias com estas empresas especializadas em custódia de ativos digitais. Isso ocorre por conta da necessidade de expertise e tecnologia, que leva alguns anos para ser construída.
Em suma, a Bitrust já nasce preparada para buscar as parcerias necessárias para oferecer este alto nível de serviço de custódia qualificada.
Criptoativos são regulados no Brasil?
No momento, a única regulamentação específica para o setor no Brasil é o código de autorregulação lançado recentemente pela Associação Brasileira de Criptoeconomia (ABCripto).
Existem alguns projetos de lei em debate no Congresso e Senado, embora não exista um prazo para que sejam analisados, ou até mesmo votados. Desta forma, a CVM deixou claro que não deverá se posicionar sobre a custódia de ativos digitais, justamente por não se tratar de ativo mobiliário.
Nesse sentido, a autoregulação proposta pela ABCripto apresenta as diretrizes básicas para auto-custódia das exchanges e intermediadores de criptomoedas. No entanto, a Bitrust atua de forma proativa na busca por uma regulação, ou até mesmo dispensa, através da Instrução CVM nº 542 de 2013.
Similarmente, a Bitrust levanta a importância da inserção da figura de Custodiante Qualificado Cripto. Cabe lembrar que tal posição também é defendida pela exchange Mercado Bitcoin, que tem colaborado com a CVM, propondo mudanças neste sentido.