Criador do Bitcoin vira herói futurista em quadrinhos de NFT
Personagem que é um protetor lendário foi inspirado na figura de Satoshi Nakamoto, o misterioso criador do Bitcoin
Histórias com futuro distópico onde o mundo é dominado por grandes, e geralmente maléficas, corporações não são premissas originais e já foram exploradas incontáveis vezes em diversas mídias, desde literárias, cinematográficas e nos quadrinhos. Olhando por esse lado, 2084, história em quadrinhos criada pela ENCODE Graphics, poderia até passar despercebida, não fosse alguns pontos que chamaram a atenção não apenas de leitores, mas, também, da comunidade de criptomoedas.
Para começar, um dos personagens é um protetor lendário chamado “SATOSH1”, inspirado em ninguém menos do que Satoshi Nakamoto, o misterioso e anônimo criador do Bitcoin, que logo no início da história tem seu legado ameaçado neste universo futurista e distópico criado pela ENCODE, que se passa em 2084, após um evento chamado “Grande Reinicialização”.
Inovação e resposta à Marvel
Muito além de uma série em quadrinhos, com artistas iniciantes se juntando a nomes renomados do mercado, como Will Conrad (X-Men, Batman, Action Comics), Mike Baron (vencedor do prêmio Eisner de longa carreira na Marvel e DC), Chuck Dixon e AAron Lopresti (também conhecidos por trabalhos nas duas principais editoras americanas de quadrinhos), a ENCODE Graphics explica que são várias as razões para criação do projeto.
“Obviamente, o entusiasmo pela literatura em quadrinhos é um ponto essencial. Mesmo sendo historicamente muito jovem, esse meio ganhou um lugar especial no mundo da arte no século passado”, diz a ENCODE, citando a polêmica envolvendo a DC Comics, que proibiu os artistas de usarem personagens da editora em produtos NFT (tokens não fungíveis). A Marvel tomou postura similar.
“Este foi um grande golpe para muitos artistas que trabalham para grandes editoras há décadas, ganhando a vida com ‘fanart’ e representações de personagens amados por muitos”, informação que consta no projeto, destacando que “é compreensível que as grandes editoras, do ponto de vista empresarial, tenham trilhado esse caminho. No entanto, esse ato polarizou e levantou temores de que os editores reivindicassem os símbolos, memes e personagens do movimento criptográfico que amamos. No entanto, isso contradiz o espírito do código aberto e, especialmente, as raízes da CryptoArt e da cena artística NFT”.
Rumo ao Futuro
No dia 17 deste mês, a ENCODE lançou uma coleção de NFTs na plataforma Nifty Gateway, para financiar o projeto. O leilão alcançou 148 vendas e uma receita de R$ 540 mil.
“Os tokens terão um contrato de três anos. Os detentores receberão muito pelo que pagaram, itens digitais e analógicos – todos os números e variantes, incluindo uma edição especial do fundador. Mais direitos parciais para filmes em potencial, NFTs, um ‘anuário’ impresso, arte original, etc.”, explica PR1MAL CYPHER, artista austríaco que chefia a ENCODE Graphics.
Ainda segundo ele, o objetivo é oferecer “um vislumbre do futuro, um projeto que ainda garante o profissionalismo das antigas editoras, mas quer viver à altura dos símbolos da CryptoArt e do Metaverso com novas tecnologias”.
Por fim, PR1MAL completa dizendo que uma parte dos rendimentos do NFT irá para um “fundo de artistas”, para ajudar a apoiar jovens talentos.
“Gostaríamos muito de oferecer uma bolsa de estudos para a Escola Kubert em Dover para um jovem talento a cada ano em algum momento”, finaliza ele, se referindo à renomada escola de quadrinhos fundada em 1976 por Joe e Muriel Kubert, em Nova Jersey.