China controla o Bitcoin? Mineração vale a pena no Brasil?
Existe um mito de que a China possui controle sobre a mineração de Bitcoins, no entanto, na prática não é bem isto que ocorre.
China controla o Bitcoin? Sim, ao menos quando falamos da mineração. Em suma, este processo utiliza computadores especialmente projetados para este fim. De fato, a atividade consome muita energia elétrica, portanto, é natural que fontes renováveis e baratas sejam preferidas.
Este é um dos motivos que levou a produção industrial para a China. Desse modo, aproveitando as usinas hidrelétricas e o baixo custo da energia, o país é responsável por quase 70% da atividade computacional por trás da criptomoeda.
O que é mineração de Bitcoin?
Em suma, é um processo matemático para encontrar uma solução para uma equação proposta. Estes computadores que fazem os cálculos possuem grande capacidade de processamento, e por isso demandam muita energia elétrica.
Na realidade, o processo é tão complexo que só é possível encontrar a solução na base da tentativa e erro. Em troca deste serviço, o minerador recebe 6,25 Bitcoins, algo em torno de R$ 1,25 milhão. Isso é bastante dinheiro, inclusive na China.
Calma! Lembre-se que são milhares de máquinas competindo por esta remuneração. Deste modo, parte da segurança da rede descentralizada do Bitcoin vêm deste processo.
Ficou confuso? No vídeo abaixo o pessoal da exchange Mercado Bitcoin explica isso em mais detalhes.
Como minerar Bitcoin?
Embora qualquer pessoa possa utilizar seu próprio celular, computador ou placa de vídeo para este fim, a potência destes processadores não é suficiente. Isso porque a cada 10 minutos, aproximadamente, estes mineradores encontram a solução da equação.
Ou seja, todo o esforço computacional de quem chegou depois é perdido. Por isso, máquinas muito potentes, desenhadas especificamente para esta finalidade, são utilizadas. Conhecidas como ASICs, custam entre R$ 8 mil e R$ 19 mil cada, fabricadas em sua marioria na China.
A configuração da mesma é relativamente simples, porém o custo de energia é bem alto. Nesse sentido, grandes fazendas de mineração com centenas ou milhares de máquinas são usualmente instaladas próximas de fontes de energia barata.
Por que na China?
Primeiramente, o país é o maior fabricante de processadores de computador, a base do equipamento de mineração. Em seguida, existem regiões com abundância de energia elétrica de baixo custo, em função das hidrelétricas.
Entretanto, isso só é verdade no período de chuvas, portanto, existe uma migração das máquinas ao longo do ano. Deste modo, Rússia, Mongólia e Cazaquistão estão entre as regiões alternativas.
Mineradores da China controlam o Bitcoin?
Não. Este mito já foi desmentido quando 80% dos mineradores apoiaram uma mudança no Bitcoin em 2017, que não foi seguida pelos usuários. O plano era duplicar a capacidade de processamento da criptomoeda, aumentando o limite de informação na rede.
Os usuários, preocupados com o custo adicional que esta mudança teria, optaram por boicotar a proposta. Resumindo, os mineradores, inclusive na China, foram derrotados, e viram-se obrigados a continuar seguindo o padrão antigo.
Vale a pena minerar criptomoedas?
No Brasil, pagando a tarifa de energia elétrica e impostos de importação das mineradoras, certamente não. As máquinas ASICs mais modernas, portanto, mais eficientes, estão esgotadas. Dito isto, o prazo para entrega é superior a 4 meses, além do frete saindo da China.
Em resumo, para aqueles que possuem contratos industriais de energia, é preferível focar os esforços em Ethereum e outras moedas que demandam menos esforço computacional.