BNP Paribas ressalta prós e contras de se investir em Bitcoin
Apesar de considerar a criptomoeda uma das melhores entre seus pares, instituição chama a atenção para o momento atual
Em artigo do dia 23 deste mês, o BNP Paribas, um dos maiores bancos da Europa e com presença em 75 países, classificou o Bitcoin como “de longe, o melhor estabelecido entre as criptomoedas atuais”, com capitalização de mercado total de pouco mais de USD 1 trilhão, considerando os quase 18,6 milhões de Bitcoins atualmente existentes, citando prós e contras para os investidores.
BNP Paribas
Antes disso, no dia 15, o economista-chefe do grupo BNP Paribas, William De Vijlder, recomendou cuidado aos compradores de Bitcoin.
“A extensão da mudança no preço do Bitcoin sugere que ondas especulativas estão agindo, impulsionadas pela compra de impulso e expectativas extrapolativas de valorização dos preços. Quando o valor fundamental de um instrumento como uma criptomoeda é muito difícil, senão impossível, de determinar, e quando as mudanças de preços de curto prazo passam por mudanças múltiplas nos mercados, a cautela deve prevalecer quando construindo e gerenciando uma exposição”, disse.
O BNP Paribas cita como principais atrativos aos investidores questões como valorização impressionante do preço desde a criação; nenhum banco central ou governo para controlar ou manipular o valor ou a oferta de Bitcoin; armazenamento de valor versus depreciação de moedas “fiduciárias” devido à oferta limitada; potencial diversificação longe do estoque clássico e alocações de títulos; Capacidade de mover o Bitcoin como um ativo digital transfronteiriço com pouca dificuldade e uso do Bitcoin como ativo financeiro para fazer hedge contra inflação severa ou depreciação cambial.
Riscos e incertezas
O artigo também lista o que o banco considera como principais riscos e incertezas do Bitcoin, como a volatilidade extrema dos preços, tamanho relativamente pequeno do valor total do mercado da criptomoeda e dominância da oferta por poucos Bitcoin, exacerbadas pelo acúmulo por várias empresas dos EUA; natureza anônima do protocolo, tornando o KYC (Know Your Client – Conheça Seu Cliente) muito difícil;
Além disso destaca também outras características do BTC, como: uso do Bitcoin como moeda de “chantagem” por hackers em ataques de ransomware, ou para outras “transações econômicas suspeitas”, o que gera grave risco de reputação; risco de perda permanente de acesso à carteira Bitcoin, seja via perda de senha digital ou do roubo da exchange de criptomoedas; potencial concorrência do governo, ou stablecoins patrocinadas pelo Banco Central;
Pontua também o custo ambiental (com o consumo de energia da mineração de Bitcoin supostamente sendo tão grande quanto todo o consumo de energia da Argentina); falta de fundos UCITS regulamentados ou ETFs listados nos EUA para investir em Bitcoin ou outras criptomoedas; e risco regulatório contínuo para as criptomoedas e exchanges/plataformas de criptomoedas de governos e reguladores financeiros, como exemplos de casos nos Estados Unidos, Índia e no Reino Unido.
Por fim, o artigo aponta que o BNP Paribas se mantém prudente ao recomendar o investimento financeiro aos clientes no momento atual, com o atual hype especulativo em torno do Bitcoin e demais criptomoedas, e observando que apenas investidores profissionais deveriam se arriscar, dada a complexibilidade do mercado, ao risco de volatilidade e às tentativas de regulação pelo mundo.
Citando Warren Buffett (“Compre uma ação [ou qualquer investimento] do jeito que você compraria uma casa. Entenda e goste de tal forma que você se contente para possuí-lo na ausência de qualquer mercado”),.
O banco finaliza dizendo que não pode avaliar com certeza se as criptomoedas se encontram em uma bolha especulativa no momento, recomenda cautela para os investidores que quiserem se aventurar no mercado e diz acreditar que investir em empresas que se beneficiam do uso de criptomoedas, como cibersegurança e fintechs de pagamentos digitais talvez seja uma opção mais segura.